Minha
neta virou um camarão
Por Walter Medeiros
Jornalista
– waltermedeiros@supercabo.com.br
O Teatro Alberto Maranhão lotado, domingo, começo da
noite, mostrava “Uma História no Fundo do Mar”. No salão do Palácio de
Poseidon, Deus dos Mares, o ballet das Pérolas encanta a todos, principalmente
Seida, filha de Poseidon. Ela é uma princesinha que adora dançar com todos os
seres do mar: camarões, cavalos-marinhos, estrelas, algas e com suas queridas
amigas sereias. Aí aparecem problemas, que repercutem, preocupam, mobilizam,
são finalmente resolvidos, e a paz e a tranqüilidade voltam a reinar no fundo
do mar.
Belo resultado do trabalho da Escola de Ballet Maria
Cardoso que, segundo quem bem conhece, zela pelo trabalho técnico e artístico
dos alunos. São aulas práticas e teóricas de ballet clássico, aulas de
alongamento, aulas teóricas de anatomia-fisiologia e nutrição, que atendem
qualificada clientela. Uma grade de níveis composta por baby-class, iniciação,
preparatórios, básicos, intermediário, avançado e ballet adulto, findou toda
naquela aventura marinha.
Era uma espécie de fantasia real, materializando um
método humano que preza primordialmente pela amizade e respeito entre todos os
participantes da Escola - mães, pais, alunos, professores e funcionários. É o
que corre no meio do ballet clássico em Natal, onde a diretora geral Maria
Cardoso é considerada um exemplo de profissional a ser seguido, pela sua
criatividade e pelo trabalho que desenvolve.
No meio da fantasia, lá estava eu assistindo
embevecido o carinho de todas aquelas bailarinas, que passam, sobem, dançam e
envolvem seus corpos de pérola, ouro, água marinha, em cenário tão belo, onde
flutuam ao som das notas sentidas e fortes da música clássica. Os braços
elegantes contornam o espaço, desenhando círculos e outras formas, as mais
belas que alguém já viu. A beleza da dança é por demais potente e deixa
extasiados centenas de corações felizes.
Cheio de emoção, fixamos nos olhos belos de Nicole,
que olha para a multidão e nem me vê. Mas ali estava vivendo belo momento e o
guardando na memória. Era o ápice do espetáculo e, ao seu redor, brilhavam
apoteoticamente, como Joia, a primeira Bailarina do Teatro Municipal do Rio de
Janeiro, Cláudia Mota e como Guardião do Tesouro o primeiro bailarino solista
Edifranc Alves.
Tudo em meio a pérolas, camarões, cavalos marinhos,
peixes, algas, ouriços e estrelas do mar. Nicole é a nossa neta; em meio a tudo
isso, ela foi transformada em um belo camarão. A outra neta, Letícia, de um ano
e meio, estava na platéia e já queria que aquele espetáculo, formado por mais
de sessenta bailarinos, demorasse mais. Ou seja: minha agenda vai ter muito
ballet pela frente.
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