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domingo, 2 de outubro de 2011

O Alecrim é 100

Albimar Furtado*
Jornalista
albimar@superig.com.br

O ALECRIM É 100 por tudo que foi e é. E no próximo mês, outubro, dia 23, será 100 também na idade. Nesta data, em 1911, em ato da Intendência Municipal do Natal, assinado pelo intendente Joaquim Manoel Teixeira de Moura, tornou-se bairro, o quarto a compor a cidade. A informação está na Nova História de Natal, do pesquisador e escritor Itamar de Souza, edição em fascículos encartados no Diário de Natal, em 2001.

O Alecrim é 100 por sua história, seus personagens, suas festas e crendices, pela força de um comércio que se fortalece com o passar dos anos, por suas avenidas numeradas, por ter abrigado em sua área movimentos populares e políticos indicadores de mudança de rumos. É 100, por exemplo, pela praça Gentil Ferreira, do lendário Quitandinha, dos comícios de Aluízio nos anos 60 iniciando um modo novo de se fazer campanhas, anunciando, feito Júlio Cesar, o “Veni, vidi, vici”.

Palanque também para os comícios de Dinarte e Djalma Marinho. O Alecrim é 100 pela multidão, talvez a maior que tenha juntado, para fazer coro com Chico Buarque cantando “Apesar de você” e “Vai passar” no comício que passeou pelos estados brasileiros pedindo Diretas-Já. A partir da Praça Gentil Ferreira, no Alecrim, Natal disse sim aos discursos heróicos de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves.

O Alecrim é 100 ainda pela força de seu comércio, resistindo ao tempo e crescimento da cidade. É sempre maior a concentração de pessoas em sua área comercial, conferindo ao bairro a vocação empresarial manifestada desde sua criação. Não por acaso, a feira do Alecrim, a maior de Natal e uma das maiores do nordeste, celebrou, ano passado, seus 90 anos.

O Alecrim é 100 por muitas outras coisas, pela história de seus cinemas, o São Luiz e o São Pedro, por suas igrejas católicas e evangélicas, pela Avenida 10, tema de música gravada por Geraldo Azevedo, por seus músicos e artistas, pelo Alecrim Clube.

O Alecrim é 100 porque é. Apesar de tudo. Inclusive do não reconhecimento. Dia 23 de outubro será um bairro centenário, sem celebração. Pelo menos não foi anunciada. É mais uma demonstração de que a força que tem emana de sua gente.

*Com post no Blog do Novo Jornal
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