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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eu não troco o meu sertão pela terra de ninguém

Autor: Geraldo Anízio

Sou filho do Seridó
Eu não nego que nasci
Em São João do Sabugi
Bem pertinho de Caicó

Ré,mi,fá,sol,lá,si,dó
Todo músico lá provém
Meu padrinho foi Bem-Bem
Afilhado de consagração
Eu não troco o meu sertão
Pela terra de ninguém.

No sertão tem vaquejada
Tem verão o ano inteiro
Na caatinga tem cardeiro
Fruta de cor  encarnada
Tem conversa na calçada
Tem cantiga de vem-vem
Eu me lembro que também
Me arrastei por este chão
Eu não troco o meu sertão
Pela terra de ninguém

Tem cantador de repente
Afinado na sextilha
Rádio ABC de pilha
Pra matuto estar contente
Moça sentada no batente
Olhando quem vai quem vem

Dois trocados, um vintém
É de ouro meu tostão
Eu não troco o meu sertão
Pela terra de ninguém.

Tem poeta de cordel
De viola é bom parceiro
Canta em qualquer terreiro
Não precisa ler papel
Tem matuto de chapéu
Já contei são mais de cem
Cada um tem seu porém
Melhor sim, não dizer não
Eu não troco o meu Sertão
Pela terra de ninguém.

Eu não troco a minha terra
Por outra terra estranha
Porque de mim ninguém ganha
Se de ouro fosse a serra
Nem que eu vá lutar na guerra
Que eu ganhe o amor de alguém
Se  Deus mandar lá do além
Peço a Ele o meu perdão
Eu não troco o meu Sertão
Pela terra de ninguém.
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