acesse o RN blog do jornalista João Bosco de Araújo [o Brasil é grande; o Mundo é pequeno]

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CFM E SBHH não têm argumentos contra auto-hemoterapia

-- Walter Medeiros* – waltermedeiros@supercabo.com.br

A divulgação de extensa matéria sobre auto-hemoterapia no Domingo Espetacular da TV Record deste domingo, 30.01.2011, pode abrir o caminho para mudança na postura do Conselho Federal de Medicina e Ministério da Saúde. É o que defendem médicos que assistiram à matéria e acreditam que o momento exige uma decisão sobre a pesquisa do assunto no âmbito da medicina. O programa, através da reportagem de Tatiana Chiari, apresentou vários casos de pessoas que se cuidam e obtém sucesso com auto-hemoterapia, enquanto os médicos que discordaram do uso não apresentaram qualquer justificativa nem comprovação do que alegaram.

Para começar, o Secretário-Geral do Conselho Federal de Medicina – CFM, Henrique Batista afirmou que “Como ainda  não é uma prática suficientemente reconhecida, ela está no campo ainda das experiências”. Ou seja: se ainda não é reconhecida, pode vir a ser. Diz ainda que “Não pode ser, portanto, divulgada e usada e o médico que assim o fizer, estará cometendo uma infração ética”. Trata-se de mais uma manifestação autoritária daquele órgão que devia estimular o desenvolvimento da ciência e das descobertas, para possibilitar a cura de doenças. Ao contrario, faz um discurso totalmente proibitivo e cerceador da liberdade de expressão e de informação de quem quer trocar experiências nas práticas médicas.

EQUÍVOCO

Com essa postura do CFM, como explicar o fato de ter sido permitido o uso da auto-hemoterapia durante 150 anos, até 2007, sem que tivesse sido registrado nenhum problema dela decorrente? Por tudo isto, o Dr. João Veiga, ex-secretário da saúde de Olinda afirmou na reportagem: “Eu acho que o Conselho Federal de Medicina tomou uma decisão equivocada. Ele não tinha esse direito de fazer isso”. Opinião, aliás, há muito difundida pelo médico carioca Alex Botsaris, segundo a qual “Não é verdade que a auto-hemoterapia não tenha comprovação científica”.

A matéria explica que auto-hemoterapia é um tratamento feito com o próprio sangue, retirado da veia e injetado no músculo imediatamente. Os adeptos da técnica afirmam que isso aumenta a imunidade do organismo. Exibiu parte do vídeo onde o Dr. Luiz Moura, que foi absolvido em dois processos nos conselhos de medicina por abordar a técnica, onde ele mostra que a auto-hemoterapia estimula o sistema imunológico. Mostrou também o surgimento da técnica na França e o trabalho de um médico brasileiro feito em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, onde a auto-hemoterapia foi muito utilizada.

ESTÍMULO

Por outro lado, o médico da Sociedade Brasileira de Hematologia Dante Langhi Júnior disse que discorda da auto-hemoterapia, mas não cita nenhum argumento qualificado para basear sua opinião. Deixa claro que é desinformado sobre os trabalhos que abordam a auto-hemoterapia ou faz questão de nada citar a respeito. Diz o médico da SBHH que “Se você injetar qualquer coisa no músculo, existe um processo inflamatório; esse processo inflamatório é local, isso não é sistêmico. Não existe nenhum mecanismo de desencadear uma resposta imunológica sistêmica, com a aplicação desse sangue no músculo”. Basta dar uma olhada no DVD do Dr. Luiz Moura ou ler os trabalhos científicos já publicados a respeito, para concluir quanto errada está a afirmação do hematoligista.

Mas o hematologista vai mais longe e diz que “além de não obter os efeitos desejados correm outros riscos” dizendo que a pessoa que retira o sangue coloca a mão suja com a luva “que não serve prá nada”. Como ele pode afirmar que não obtém efeitos desejados? Que pesquisas ele tem ou fez a respeito? Como ele pode dizer que aquela luva não serve prá nada? Ele esteve lá? Examinou ou mandou examinar algum nível de contaminação? Basta atentar para o seu tom de voz e aspereza com que fala, para perceber que ele age de forma raivosa contra a auto-hemoterapia. Não seria este o papel de um representante de uma entidade tão importante para a saúde dos brasileiros. Ele esquece, inclusive, que aquele procedimento de injetar a agulha na veia é feito milhões de vezes a cada dia pelo país e em muitos casos sem todos os cuidados.  Ele afirma mais ainda que o aplicador estava “Levanto contaminação que ele tinha na mão diretamente para a circulação desse indivíduo”. Como, através do vídeo que lhe apresentaram ele atestou contaminação? De onde ele tirou isso? É assim que querem enfrentar a auto-hemoterapia?

ARROGÂNCIA

O mesmo hematologista considera a auto-hemoterapia como “Procedimento que não tem nenhuma base científica e tem riscos importantes que devem ser considerados”. Trata-se de uma afirmação arrogante, pois existe, sim, comprovação e quanto aos riscos, caberia a ele citar e comprovar. Mas nem cita nem comprova. Apenas generaliza, como se o simples fato de representar uma entidade importante fosse capaz de mudar a realidade dos fatos. Por isto, o Dr. João Veiga fez mais uma referência, segundo a qual é possível que a auto-hemoterapia não seja capaz de curar tudo, “mas não pode dizer que não serve prá nada”. Aliás, como observou a reportagem, a técnica não tem contra-indicação.

A explicação do Secretário-Geral do CFM de que o resultado da auto-hemoterapia seria efeito placebo, dramático, emocional, que deve ser considerado, mostra que para aquele órgão, pelo menos até agora só tem servido a opinião de quem discorda da técnica.  Do outro lado, mesmo milhões de provas, exames, depoimentos, fotografias, imagens, nada é levado em consideração. É importante lembrar que a auto-hemoterapia é aplicada há muito tempo em animais, com pleno êxito. Será que o efeito placebo pode ser empregado também em bois, vacas, cachorros, gatos e outros?

LINKS

A  matéria do DOMINGO ESPETACULAR destacou o trabalho da enfermeira Ida Zaslavski, que tem até artigo no site do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto e o site “AUTO-HEMOTERAPIA, Meu sangue me cura”( http://www.rnsites.com.br/auto-hemoterapia.htm ), que já foi visitado por mais de 83 mil pessoas. E com muita firmeza foram apresentados exemplos que desmancham todos os argumentos vazios daqueles que combatem a auto-hemoterapia. A usuária Camila Lisboa, de Pariqueraçu, Dona Nair, Júnior, o pescador, e o maquiador Alex, que foi a vários dermatologistas e alergologistas e teve de tomar corticóide sem resultado, mas curou seu mal com a auto-hemoterapia.

A reportagem do DOMINGO ESPETACULAR da TV RECORD pode ser assistida através do link http://noticias.r7.com/videos/conheca-os-beneficios-da-auto-hemoterapia/idmedia/043446133201162851b87de96aa91c6d.html .

*Jornalista
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

Um comentário:

  1. AUTO-HEMOTERAPIA: Texto do Dr. André Luis Soares da Fonseca, professor de Imunologia e Genética Médica na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    Senhores(as)

    Sou professor de Imunologia e Genética Médica na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e cada vez mais me espanta o pouco grau de inteligência (do latim “inteligere” :ligar, fazer conexão) de alguns médicos deste país.

    É inacreditável como quando não se sabe nada, vai-se pelo que a maioria pensa ou pelo que é mais conveniente. A autohemoterapia é uma panacéia sim, mas é uma terapia coadjuvante, que melhora o sistema imunológico, não porque aumenta a sua capacidade, mas porque MODULA a sua função, ou seja, quando a imunidade está aumentada (hipersensibilidades, autoimunidades) ele DIMINUI a resposta; quando está baixa, ele AUMENTA a resposta em níveis compatíveis com o estado de saúde.

    Ainda sem claro mecanismo de ação (pelos resultados análogos, obtidos com infecções bacterianas), crêe-se que quando as hemácias se localizam fora do tecido (como é a autohemoterapia), os macrófagos teciduais (histiócitos) são estimulados através de receptores específicos por glicoproteínas presentes na superfície das hemácias e realizam a sua fagocitose (hemocaterese), o que aumenta o nível de produção de derivados do metabolismo do oxigênio (O2-, H2O2, OH-) e metabólitos do Nitrogênio (Óxido Nítrico), que têm funções imunológicas.

    Além do mais, os macrófagos assim ativados produzem níveis baixos, mas suficientes para uma ativação parácrina (no local) de interleucinas tais como IL-12 e IL-1. Depois disso, migram pelo organismo (mais importantemente para os linfonodos) e ativam mais adequadamente o sistema imunológico.

    Vale lembrar que a autohemoterapia mimetiza um hematoma e daí a não realização da autoimunidade, como alguns questionam.

    A questão da contaminação com vírus (meu Deus, é melhor ler isso do que ser cego!) deve-se, como todo procedimento negligente, à contaminação. E o princípio da AUTOhemoterapia é utilizar o sangue do próprio paciente nele mesmo, COM SERINGAS E AGULHAS ESTÉREIS.

    Quando à questão dos abcessos (Deus, dai-me forças), abceda QUALQUER aplicação parenteral em que não se faça procedimento asséptico, até espremer espinhas…

    A autohemoterapia, nos países AVANÇADOS em que a medicina a permite, tem de ser utilizada como terapia coadjuvante e, sempre recomendável, com acompanhamento médico.

    Em medicina veterinária é protocolo constante em alguns tomos de Medicina Veterinária Interna e utilizada com terapia de escolha na papilomatose bovina, com excelentes resultados.

    Bom, pelo menos esta polêmica toda servirá para suprir a falta de material científico necessário e adequado para validar, segundo as leis, este procedimento que não tem nada de charlatão. Alías, charlatanismo, segundo o direito penal, é tratar alguém sabendo que o tratamento não funciona. Portanto, até médicos podem ser charlatões.

    http://hssuffer.wordpress.com/2010/10/24/auto-hemoterapia-texto-do-dr-andre-luis-soares-da-fonseca/

    ResponderExcluir

Copyright © AssessoRN.com | Suporte: Mais Template