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domingo, 11 de setembro de 2016

Vendendo em francês na feira de Caicó

Por Ciduca Barros*

Nada marca tanto a nossa vida quanto o nosso passado estudantil. Os anos que passamos nos bancos escolares, além de ficarem indelevelmente em nossas lembranças, ainda nos fazem relembrar dos tipos pitorescos que foram nossos colegas de escola.

Não conheço ninguém que não tenha uma (ou mais) história jocosa do seu tempo de estudante.
Dos muitos causos que guardei, do nosso querido Ginásio Diocesano Seridoense (GDS), de Caicó (RN), eis aqui um deles.

No ano de 1955, oriunda do Curso de Admissão, nossa turma foi cursar a primeira série do Curso Ginasial, quando fomos apresentados à Língua Francesa.

O nome de batismo dele era Manoel, que, nas primeiras aulas, se encantou perdidamente por aquela bela língua falada na distante Europa.

Como muitos de nós, ele era uma pessoa de família humilde e seu pai tinha uma banca de frutas na feira livre de Caicó, onde, aos sábados, ele o ajudava nas suas lides.

E foi naquela banca de feira onde tudo aconteceu. Conta a lenda que, já no primeiro sábado de março de 1955 (dia da feira livre de Caicó), após uma semana de aulas de Francês, o nosso colega já quis demonstrar para a clientela do seu pai que ele já começava a dominar aquele idioma românico.

E num pregão que ele, normalmente, anunciava na nossa língua pátria (e em seridoês), estava sendo gritado assim:

Les banês, quem vai querrê, quinhentôs rês! (¹)

Daí, então, até a sua prematura morte, o seu apelido passou a ser “Manoel Le Banê”.

(¹) Tradução: Bananas, quem vai querer, quinhentos réis.

*Escritor, funcionário aposentado do Banco do Brasil / com post na página Bar de Ferreirinha.
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