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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Curso universitário de Letras-Libras cresce e ganha importância

Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o curso de Licenciatura em Letras-Libras/Língua Portuguesa teve início no ano de 2013, contando somente com um quadro de professores substitutos. Hoje, o curso conta com oito docentes efetivos.

A professora Simone Patrícia (pessoa surda), integrante do quadro docente do curso desde  2015 e vice-coordenadora do curso desde 2016, afirma que o principal objetivo da Licenciatura é a formação dos professores com dupla habilitação, para atuarem no ensino de Libras e de Português como segunda língua para surdos.

Os professores formados na graduação Letras-Libras/Língua Portuguesa acessam o mercado de trabalho na educação básica, podendo atuar no ensino fundamental (6° ao 9° ano) ou no ensino médio, em escolas públicas e particulares. Para atuar no ensino superior, também é exigido do profissional curso de pós-graduação.

Sobre a divisão do curso, Simone Patrícia explica: “há três áreas: Ensino de Libras, Estudos Linguísticos para Usuários de Libras e Estudos Literários para Usuários de Libras”. Ainda de acordo com o ela, por ocasião da reformulação do Projeto Pedagógico do Curso, está sendo criada a área de Ensino de Língua Portuguesa para Surdos.
O ingresso no curso acontece via vestibular, com um Teste de Habilidades Específicas (THE) e uma Redação. Os inscritos na seleção passam, primeiramente, por uma prova objetiva de múltipla escolha (THE), realizada em Língua de Sinais. O teste é necessário, pois o curso é ministrado em Língua dos Sinais, e a maior parte das aulas não contam com intérprete. A segunda etapa, consiste da escritura de um texto de cunho argumentativo, cujo tema varia a cada edição.

Durante sua existência, o curso já passou por problemas e vem avançando em sua resolução, através de investimentos, conquista de espaços (salas), oferta de extensões (eventos e cursos), parceria com diversos setores da UFRN, entre outros.

O Letras-Libras/Língua Portuguesa foi avaliado em 2017 pelo MEC para reconhecimento, recebendo nota três, o que para Simone Patrícia, “é bom para uma área que está começando”. Mas a docente garante que a maior vitória da Licenciatura foram os concursos para professores efetivos, possibilitando, com isso, a organização de três laboratórios equipados, com filmadoras e computadores, materiais indispensáveis para as aulas do curso, que demandam muitos recursos visuais.

A professora finaliza ressaltando os benefícios para quem decide seguir esta graduação: “É o curso ideal para as pessoas surdas e ouvintes que têm vontade de ensinar crianças, ou mesmo para aqueles que têm interesse na docência de modo geral, bem como na Língua de Sinais”.

A Língua de Brasileira de Sinais, Libras, é reconhecida pela Lei n. 10.436/2002, regulamentada pelo Decreto n. 5.626/2005, e é composta por níveis linguísticos, como as demais línguas, apresentando fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Como as línguas orais-auditivas, possui itens lexicais (sinais). Para se comunicar em Libras não basta conhecer os sinais, sendo de extrema necessidade conhecer sua gramática, para concatenar as frases, estabelecendo, assim, a comunicação.

A Libras é usada pelos surdos do Brasil, e não é simplesmente uma linguagem gestual brasileira, mas uma língua independente do Português. Prova disso é que os surdos têm produção literária sinalizada que vem sendo disseminada, trazendo, assim, mais visibilidade à cultura surda.
Assessoria de Comunicação
CCHLA/UFRN /(84) 3342-2243
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