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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Nação votou

Leonardo Sodré
Jornalista

A Nação votou. Quero dizer, 79% dos eleitores votaram. O restante viajou, foi para a praia. Não quiseram participar do momento democrático de eleição do principal mandatário do Brasil. O resultado foi de encontro às pesquisas e a candidata do presidente Lula da Silva derrotou o candidato de oposição, José Serra.

Foi uma das mais feias campanhas já realizadas no Brasil. Cheia de factóides e contrainformações, principalmente pela Internet. O grupo de discussão Aldeia Poty, por exemplo, de Natal, que foi criado principalmente para debates sobre cultura e a memória da cidade, tornou uma arena com dezenas de e-mails sobre a campanha que ora se desenvolvia. Normal, claro, porque todos – inclusive eu – que votei na oposição tivemos um espaço colocar nossas idéias, defender nossos pontos de vistas e o candidato da predileção.

O primeiro pronunciamento da presidente eleita agradou a imprensa. Foi ponderado, tranqüilo e ela foi gentil com a oposição, estendendo a mão e prometendo não haver retaliações, dizendo que iria governar para todos os brasileiros. Ela anseia por um governo de coalizão. Isso é bom para acalmar os ânimos e estabelecer a paz entre os contrários.

Agora, Dilma Rousseff enfrentará a árdua tarefa de formar o seu ministério, considerando seu estilo técnico, a ampla participação de partidos na sua campanha e o desejo de Lula de manter alguns nomes no primeiro escalão do governo. Muita gente para poucas cadeiras, proporcionalmente.

Em janeiro a nova presidenta enfrentará o desafio que vem angustiando o mundo, que é o do equilíbrio do câmbio para manter um crescimento ordenado da economia e a desconfiança da oposição com relação à possibilidade de um alinhamento a países totalitários de esquerda, como a Venezuela, por exemplo. Como ex-guerrilheira marxista ela não nega sua crença na esquerda. Resta saber se essa crença será de forma totalitária, ou não. A imprensa estará atenta, até porque ela se comprometeu no seu primeiro pronunciamento que não iria tentar amordaçá-la, como tentou várias vezes o seu padrinho político, o presidente Lula da Silva.

E o messiânico o que irá fazer? Tentará exercer o terceiro mandato nos bastidores?

Jornalistas especializados em política discutiram essa possibilidade. A maioria aposta que ela, por não ter um perfil populista, não irá permitir ser tutelada pelo ex-presidente, apesar de ter dito no pronunciamento que iria ouvi-lo muitas vezes. Resta, também, aguardar o relacionamento dela com o PMDB, partido louco por cargos, que abriga o seu vice-presidente, Michel Temer, que, aliás, entrou calado e saiu mudo na campanha. (LS).
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