Litoral dos Golfinhos: Santa Cruz das Areias

Uma praia respeitada pelos nativos de Baia Formosa (RN) vai se transformar em point internacional do turismo

[Por Destino do Sol Jornalismo de Turismo]

Fotos:divulgação

Ela quebra a monotonia de uma vasta enseada que se inicia nos limites da cidade de Baia Formosa e vai até ao encontro dos rios Cunhaú e Curimataú, unidos, se encontra com o Oceano Atlântico. É a praia da Santa Cruz das Almas, dominada por um grande coqueiral que se abre para dar lugar a uma cruz que emerge ao alto das dunas, responsável pela sua denominação.

Não há qualquer construção ou sinal de vida. Pelo contrário, até outubro passado a cruz representava a morte ou o sinal da vida eterna. Ela permanecia erguida entre escombros de velhos túmulos que lembrava o velho e primeiro cemitério da comunidade pesqueira de Baia Formosa;

Apesar da bela paisagem das falésias, cobertas por coqueirais e vegetação nativa e de um litoral convidativo entrecortado por pequenos parrachos, os nativos não frequentam muito as suas praias. Para se chegar lá, há duas opções para se chegar a Santa Cruz das Areias, a partir de Baia Formosa. É aproveitar a baixa-mar e seguir em veículo quatro por quatro pela própria praia ou navegar sobre dunas e falésias, um pouco mais acima. Também a mesma rota, inversa, pode ser feita a partir de Barra do Cunhaú, com um detalhe, é necessário atravessar de balsa o rio Curimataú/Cunhaú.

Mas a tranquilidade de Santa Cruz das Areias está com os dias contados, pois um grupo investidor português adquiriu uma grande parte das terras dessa praia e pretende construir um grande resort. Nessa área, inclusive, está incluído um velho cemitério desativado, de onde foram removidos os restos mortais dos nativos que haviam sido sepultados ali, bem como a remoção dos túmulos.

A futura transformação da praia de Santa Cruz das Areias reflete o novo panorama turístico de Baia Formosa que, nos próximos dez anos, poderá ser a grande atração do litoral sul potiguar. A opinião é de estudiosos e experts em turismo, analisando o potencial que esse município oferece, reunindo praticamente todos os itens que alavancam um destino.

Se bem planejado e livre das mazelas que sufocam os mais famosos destinos de hoje, o turismo em Baia Formosa poderá fazer com que um extenso litoral, integrado por Pipa e Barra do Cunhaú, concentre um grande investimento em termos de lazer e hotelaria.

É possível que lá se desenvolva o turismo ecológico, com o aproveitamento da Mata Estrela, a maior área de reserva da mata atlântica sobre dunas, que acompanha todo o litoral e tem um programa de preservação.

Em várias praias se avista a brincadeira dos golfinhos, em grande quantidade e na foz do rio Guaju, que divide o Rio Grande do Norte da Paraíba, em algumas épocas do ano se registra o acasalamento dos peixes-bois.

Ainda na atividade ecológica e de meio ambiente, tem um rico e belo manguezal, às margens do rio Cunhaú, rico habitat de caranguejos, ostras, aratus e outros mariscos.

A enseada, atualmente ocupada por mais de 200 barcos de pesca da lagosta, também poderá abrigar marinas. As águas calmas e muito verdes são um convite para que veleiros e iates joguem suas âncoras.

Quem batizou a bela enseada, tinha bom gosto e não fez mais do que justiça. O panorâmico litoral de 27 quilômetros do município de Baia Formosa está se consolidando como a mais uma atração turística do Rio Grande do Norte.

A exuberante e quase inexplorada costa começa na divisa com a Paraíba e vai até as margens do rio Cunhaú. Já a cidade está plantada ente dunas e falésias, numa altitude de 25 metros.

O município atualmente tem na pesca e na agroindústria da cana de açúcar as suas mais importantes atividades econômicas, mas o turismo de lazer e o ecológico serão dois importantes fatores para o seu desenvolvimento.