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quarta-feira, 19 de julho de 2023

Devotos de Sant'Ana do Sítio Ourives e Palma na caminhada dos peregrinos

Uma história de fé, na caminhada da vida de Mercês!

*Por Sidney Caicó

Uma história de fé - Em 1999, um grande acidente de trânsito, na Estrada da Palma, Distrito de Caicó, vitimou 18 pessoas, dentre elas, uma morta e duas gravemente feridas, sendo Mercês, da Família Antônio e Salviano, residente no Sítio Ouríves, com vários traumas, escalpelado o couro cabeludo, fraturas em várias partes do tronco, perfuração do pulmão, lutou por sua vida durante 20 dias em um leito de hospital, olhando apenas para o teto, sem mover-se, suas chances eram pequenas de sair com vida.

A promessa – Mercês, em oração, prometeu que sendo sua saúde restaurada, "andará, até quando Deus assim permitir e a Senhora Sant'Ana, para ajudar sua comunidade, como Agente de Saúde, seu ofício de trabalho”. Também andando, sempre fará uma caminhada de 25 km, todos os anos, com a imagem de Sant'Ana, saindo de sua casa no Sítio Ourives até a Igreja Catedral da Padroeira de Caicó no RN.

A caminhada - Sendo no mês de julho a comemoração festiva e religiosa da Padroeira Sant’Ana, marcada pelo "Encontro das Santas" vindas de outras áreas da região, neste ano de 2023, quarta-feira, dia 19, Mercês, dos Antônios e Salvianos, perto dos seus 67 anos, a completar em setembro, está em plena saúde, sorrindo na caminhada dos peregrinos, acompanhada por familiares, amigas e amigos que se juntam e se unem na Fé, para pagarem suas íntimas promessas, todos os anos.

A Barragem – Em 2004, sendo Mercês Presidente da Associação Comunitária da Comunidade Ouríves, junto ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, SEAPAC, com apoio da Diocese de Caicó, construíram a Barragem do Sítio Ourives que nutri com suas águas o desenvolvimento e a dignidade de mais de 25 famílias.

Maria Mercês de Araújo - Mostra que sua Fé em Deus, com Sant'Ana, lhe permiti realizar, até hoje, pequenas ações de fé em prol da comunidade, por um bem comum e maior: Caminhar em intenção da saúde, paz e da felicidade de seu povo!

*Texto e fotos com a colaboração de Sidney Caicó, autor do livro “O Tesouro de Sant’Ana”(Os agradecemos do apoio da Polícia Militar/CPR II - através do Policiamento de Trânsito).    

Vídeo da caminhada dos peregrinos, nesta quarta-feira, 19 de julho, véspera da abertura da Festa de Sant'Ana de Caicó de 2023.


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quarta-feira, 12 de julho de 2023

Comitiva do Instituto Histórico refaz viagem de Leão Veloso há 162 anos

Comitiva do IHGRN revisita a viagem de Leão Veloso de 1861

1861. A província do Rio Grande do Norte andava a cavalo e a burro e, saindo pelo rio Potengi, em Natal, a navegação de cabotagem ligava as pontas do Rio Grande pelo litoral e daqui para fora pelos competentes serviços da companhia de navegação pernambucana.

A província compreendia o que é hoje o Estado do Rio Grande do Norte com uma área de cerca de 53 mil quilômetros quadrados, 0,62% do território nacional, 23 municípios, 6 comarcas e 27 paróquias e uma população de mais ou menos 200 mil habitantes.

O presidente da província, Pedro Leão Veloso, não só sabia disso como, no ano de 1861, partiu com uma comitiva para conhecer o sertão. Era subir a sela no cavalo e percorrer léguas, comendo poeira, seja sol a pino, à tardinha, à noite, ou mesmo viajando pela madrugada fria e tranquila, por caminhos ainda desabitados, em distâncias entre serras, açudes, rios perenes ou não, no meio da mata, repousando em fazendas hospitaleiras, recebidos festivamente nas cidades com fogos, girandolas e banda de música.

A comitiva partiu de Natal no dia 16 de julho de 1861, às oito horas da manhã no vapor Jaguaribe. Além de Leão Veloso, sabe-se que formavam a comitiva, o inspetor da tesouraria provincial, João Carlos Wanderley; o engenheiro Ernesto Augusto Amorim do Valle; o ajudante de Ordens, Manoel Ferreira Nobre e o jornalista Francisco Othilio Álvares da Silva que registrou tudo em reportagens para o jornal O Recreio.

Uma viagem que duraria 44 dias, passando por Assú, Príncipe (Caicó), Imperatriz (Martins), Mossoró, Jardim (Jardim do Seridó), Macau e as vilas de Apodi, Pau dos Ferros e Portalegre e que agora, 162 anos depois, em 2023,  Honório de Medeiros, André Felipe Pignataro e Gustavo Sobral, em uma comitiva do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), pretendem refazer.

Não vão à navio e nem a cavalo, tampouco na marcha cavalar dos 44 dias, vão de carro, em três etapas, em viagens de quatro dias, e aos mesmos pontos visitados pela comitiva de Veloso. A primeira etapa da viagem está marcada para 27 de julho, com saída de Natal rumo à Macau, seguindo o itinerário. O mais é aguardar os relatos da viagem.

A comitiva

Em 1861, a Comitiva do presidente da Província Leão Veloso saiu para uma viagem de 44 dias pelo sertão do Rio Grande do Norte. Foram e voltaram de navio e percorreram o sertão a cavalo. Agora, em 2023, Honório de Medeiros, André Felipe Pignataro e Gustavo Sobral pretendem refazer o itinerário em uma Comitiva do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), mais antiga instituição cultura do Estado, fundada em 1902, abriga biblioteca, arquivo e museu.

Honório de Medeiros é professor de Filosofia do Direito e Direito Constitucional, ensaísta, escritor, autor de Poder Político e Direito, Massilon e História de Cangaceiros e Coronéis.

André Felipe Pignataro Furtado de Mendonça e Menezes é advogado e pesquisador, diretor de pesquisa do IHGRN.

Gustavo Sobral é jornalista e escritor, tudo que escreve e publica está no site pessoal gustavosobral.com.br/.

O Instituto - 121 anos

Fundado em 1902, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte completou 121 anos em 2023. É a mais antiga instituição cultural potiguar. Abriga a biblioteca, o arquivo e o museu mais longevos em atividade do Estado. Promove exposições, palestras e atividades voltadas à manutenção e divulgação da cultura, história e geografia norte-rio-grandense, e publica a sua revista desde 1903, sendo a mais antiga em circulação no Rio Grande do Norte.

Gustavo Sobral/Comissão de Comunicação

comunicacao@ihgrn.org.br

Imagem relacionada à divulgação

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sexta-feira, 7 de julho de 2023

Natal, década de 40, a cidade fervilhava de militares americanos e brasileiros, e uma mulher boa da noite!

Natal, década de 40

Por José Correia Torres Neto* 

A cidade fervilhava de militares americanos e brasileiros. Aviões, hidroaviões, Catalinas e Jeeps patrulhavam a vida dos natalenses. Instalava-se na cidade a paraibana de Campina Grande, Maria de Oliveira Barros (24/06/1920- 22/07/1997). Começava neste ínterim a história da mais conhecida casa de tolerância do Estado (do país ou do mundo?). Entre as movimentações na Ribeira, nas pedidas de Cuba Libre no saguão do Grande Hotel, nas notícias pelas Bocas de Ferro, na Marmita, em Getúlio e em Roosevelt e na nova geração de meio americanos e meio brasileiros, lá estava Maria Barros enaltecendo-se na Cidade do Natal como a proprietária do melhor (ou maior) cabaré. Tornou-se conhecida como Maria Boa. Mesmo com pouco estudo ela despertou o gosto por música, cinema e leitura. 

O seu ”estabelecimento” era o refúgio dos homens da cidade, com residência fixa ou, simplesmente, por passagem por Natal, e servia de referência geográfica na cidade. Jovens, militares e figurões acolhiam-se envoltos nas carnes mornas das meninas de Maria Boa. Muitas mães de família tiveram que amargar, em silêncio, a presença de Maria Boa no imaginário de seus maridos em uma época de evidente repressão sexual. Vários fatos envolveram a personagem. Um episódio muito comentado foi a pintura realizada pelos militares em um avião B-25. Um dos mais famosos aviões da 2a Guerra Mundial, os B-25 eram identificados com cores características de cada Base Aérea. Os anéis de velocidade das máquinas voadoras da Base Aérea de Salvador eram pintados com a cor verde. Os aviões de Recife, com a cor vermelha, e os de Fortaleza, com a cor azul. Para a Base de Natal foi convencionada a cor amarela.

Os responsáveis pela manutenção dos aviões em Natal imaginaram também que deviam ser pintados no nariz do avião, ao lado esquerdo da fuselagem, junto ao número de matricula, desenhos artísticos de mulheres em trajes de praia. Autorizada pelo Parque de Aeronáutica de São Paulo, a idéia foi colocada em prática. Pouco tempo depois, os B-25 de Natal surgiram na pista com caricaturas femininas e alguns até com nomes de mulheres. Alguns militares da Base escolheram o B-25 (5079), cujo desenho se aproximava mais da imagem de Maria Barros.

Outras aeronaves também receberam nomes como “Amigo da Onça” e “Nega Maluca”. Quem custou a acreditar neste fato foi a própria Maria. Até que alguns tenentes decidiram levá-la até à linha de estacionamento dos B-25 logo após o jantar, para não despertar a atenção dos curiosos. Ela constatou o fato. As lágrimas verteram de seus olhos quando viu à sua frente, pintada ao lado do número 5079, a inscrição “Maria Boa”. O mito “Maria Boa” rendeu trabalhos acadêmicos: o de Maria de Fátima de Souza, intitulado: “A época áurea de Maria Boa (Natal-RN 1999)”. O trabalho aborda o “fenômeno da prostituição infanto/juvenil, suas consequências e causas no desenvolvimento físico e psicossocial de crianças e adolescentes (...). Com o aprofundamento dos estudos percebemos o importante papel dos bordéis na prostituição, bem como o fechamento dos mesmos (...). Chegamos então ao cabaré de Maria Boa, já fechado.

Tivemos, assim, a oportunidade de conhecer um pouco da saga da Sra. Maria de Oliveira Barros, uma profissional do sexo, com grande importância na história da prostituição de adultos, ou ainda, tradicional; das histórias contadas a seu respeito chamou-nos atenção para sua representação social, seu “mito” e sua ligação com o imaginário masculino. Com isso, passamos a averiguar mais profundamente uma participação na sociedade da época e buscamos reconstruir parte de sua história enquanto meretriz, cafetina, e proprietária da mais famosa casa de prostituição que o RN já conheceu. ”O Professor Márcio de Lima Dantas publicou em 2002 o texto “Retratos de silêncio de Maria Boa”. “(...) Para além da atitude ética de proteger sua família, o que faz parecer um jogo com a hipocrisia da sociedade, penso que, na atitude de se manter reservada, se inscreve outro aspecto digno de ser ressaltado.

Falo do mito que entorna a personagem Maria Boa, de certa maneira, criada e ritualizada por ela mesma, dimensão de fantasia para além do empírico vivenciado. (...)Astuciosamente se fez conhecer por “Maria”, o antropônimo mais comum no universo feminino, genérico e pouco dado a divagações semióticas. Ironicamente é o nome da mãe de Jesus... Quem não tinha conhecimento no Estado de uma proprietária de um requintado lupanar, e que se chamava Maria, a Boa. O mito, da constituição do éter, era aspirado por todos, preenchendo necessidades, ocupando lugares no espírito, imprimindo fantasias nos adolescentes, despertando em jovens mulheres as aventuras da carne, engendrando adultérios imaginários.

Integrava, assim, o patrimônio individual e coletivo. (...)”Eliade Pimentel, no artigo “E o carnaval ficou na memória” destaca a presença de Maria Barros nos carnavais de Natal: Lá pela década de 50, os desfiles passaram a acontecer na avenida Deodoro da Fonseca. Maria Boa desfilava com Antônio Farache em carros conversíveis. “Em 2003 o cantor Valdick Soriano, quando entrevistado por Everaldo Lopes, registrou que quando esteve em Natal, pela primeira vez, cantou até para as meninas de “Maria Boa”. Maria Barros é história. Mesmo sendo paraibana é a Primeira Dama (ou anti-Dama) de Natal. Impera nas lembranças dos seus contemporâneos e se faz presente nos prostíbulos que ainda resistem nas periferias da cidade ou travestidos de casas de “drinks” nos bairros mais nobres. Ela é citada no filme For All - O Trampolim da Vitória (vencedor do Festival de Gramado em 1997) de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz. O filme retrata a cidade do Natal em 1943 quando a base americana de Parnamirim Field, a maior fora dos Estados Unidos, recebe 15 mil soldados, que vão se juntar aos 40 mil habitantes da cidade.

Para a população local a guerra possuiu vários significados. A chegada dos militares americanos alimentou fantasias de progresso material, romance e, também o fascínio pelo cinema de Hollywood. Em meio aos constantes blecautes do treinamento anti bombardeio, dos famosos bailes da base aos domingos, dos cigarros americanos, da Coca-Cola e do vestuário estavam os sonhos natalenses. Sem questionamentos, “Maria Boa” foi uma das principais atrizes no elenco desse belicoso teatro. A Primeira Dama Maria Boa...

Para a dupla JL e Gê lembra dos tempos de gente pequena.

Quem não se lembra da famosa Maria Boa? Eu a conheci de uma forma muito interessante.

Quando tinha uns 15 anos, a casa vizinha à nossa, na Cel. Glicério Cícero, no Barro Vermelho, foi alugada a uma senhora já idosa que tomava conta de dois netos, uma menina e um menino. Com o passar do tempo soubemos que a senhora era a mãe de Maria Boa e que as crianças eram seus filhos. O pessoal da rua se isolou daquela senhora. As crianças estudavam no Colégio das Neves, bem pertinho de onde morávamos.

Um dia, a velha veio nos convidar para a primeira eucaristia de sua neta. Ninguém na rua compareceu, mas eu, sempre danada de curiosa fui lá contra a vontade de mamãe. Cheguei e encontrei uma grande festa com diversas senhoras, cada uma mais bem vestida do que a outra, com muitas jóias etc. Fui apresentada à mãe da menina, chiquérrima, elegantíssima e muito fina. Aí descobri porque era tão procurada...

*Texto reproduzido do Jornal Zona Sul, de 2 de julho de 2023.

Foto de Maria Barros retirada do jornal zona sul 

e a dos militares da internet por Getty Images/Fifa

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Arraiá Ecopraça une a tradição e o futuro neste domingo no Conjunto Mirassol em Natal


O passado e o futuro se encontram,  neste domingo (09),  no Arraiá Ecopraça, no Conjunto Mirassol. Com a missão de dar continuidade às brincadeiras e os saberes da cultura popular, valorizando e reconhecendo os saberes dos que vieram antes, sem perder o olhar para o futuro, surge a proposta da programação do Arraiá, que tem o lema: a brincadeira continua!

A programação busca resgatar e promover as tradições da cultura popular e ancestral das festas juninas, trazendo à tona as raízes culturais da comunidade e celebrando a diversidade cultural presente em nossa região. O evento vai acontecer na praça Thomé Soares Filgueira (em frente a Escola Floriano Cavalcanti, FLOCA), no Conjunto Mirassol, local que já vem sendo fruto de outras ações e foi adotada pelo Instituto Ancestral, grupo que promove Ecopraça.

Entre as atrações estão atrações para toda a família: Discotecagem com Zé Caxangá; Teatro de Bonecos João Redondo com o Grupo Os Galantes; Boi de Reis Estrela Dalva de São José do Mipibu; Bambelô Cajueiro Abalô, do Mestre Pedro; Rebuliço Grande - Forró Pé de Serra; Alemão do Forró e Isac Gomes - Forró Pé de Serra; Luana Flores com o show Nordeste Futurista e ainda Feirinha de Economia Criativa; Intervenção de Bolhas Gigantes com o Boe das Bolhas; Oficina de Cordel com a Casa do Cordel e Oficina de Gravura com Letícia Paregas

O Arraiá Ecopraça tem realização do Instituto Ancestral e conta com o apoio do Sebrae RN - por meio do Edital de Economia Criativa 2023, da Funcarte - através da seleção pública para apoios financeiros aos arraiás de rua, e da Vereadora Brisa Bracchi, por meio de Emenda Parlamentar.

SERVIÇO

Arraiá Ecopraça

Dia 09 de julho, domingo, das 15h às 22h

Praça Thome Soares Filgueira - Praça do Floca - Rua das Verbenas, Conjunto Mirassol

Acesso Gratuito

Luciana Oliveira/Assessora de Imprensa

luciana@sollarcomunicacao.com.br

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