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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Esquentai vossos pandeiros

Por Emanoel Barreto*

Ainda é festa.

A cuíca zurra sua cantiga bárbara, lúbrica, luxuriosa - e geme; o cavaco solta acordes finíssimos, agudos como ponta de florete; surdos marcam profundos o ritmo que alucina; tamborins são como sopranos em ária sensual; caixas atiram-se para a frente cantando a liturgia do prazer.

Mulatas flertam com o desejo agarrado às suas ancas. É o Brasil em festa. É o carnaval como fascinante sagração do desvario. E os pandeiros entoam seu ritmo feiticeiro.

Chegou a festa. Somos a civilização de Baco, somos o povo feliz. Feliz por quatro dias, feliz pela ilusão criada de sermos felizes por exatamente quatro dias.

Samba, suor e cerveja são nossos deuses lascivos. Com eles iremos até o fim. Até que o último arquejo licencioso se cale, até que a última gota esgote o jato libertino vamos ser felizes, vamos ser felizes por quatro dias.

Viva o Brasil. Viva essa alegria louca que confunde mas aplaca; que excita mas acalma, palpitando no coração por mais loucura. Viva o Brasil. Viva o carnaval. Viva a mulata que esconde nos quadris a imoderação e todas as suas delícias.

*Publicação do autor em sua página Coisas de jornal.
Foto da Internet

Vídeo: Paulinho da Viola, Velha Guarda da Portela, Meu tempo é hoje

De Paulo da Portela a Paulinho da Viola – música de Monarco e Francisco Santana, no vídeo com a velha guarda da Portela, parte do vídeo-documentário com Paulinho da Viola, “Meu Tempo é Hoje”.






©2017 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo - Twitter @AssessoRN

Exagerou no carnaval? confira dicas saudáveis pós-feriado

O Carnaval passou? O feriado prolongado, que costuma ser repleto de festas próprias da ocasião, pode causar arrependimento para quem extrapolou na alimentação e bebidas durante os quatro dias de descanso. Confira dicas de alimentação saudável de produtos e receitas para auxiliar no detox depois dos abusos cometidos nos dias de alegria, para você voltar a ter a disposição que você precisa para o seu dia a dia.

Após as festas, é importante garantir a hidratação do corpo para auxiliar na eliminação de toxinas. Em Natal, os itens da marca de alimentação saudável do GPA, a Taeq, são encontrados exclusivamente nas lojas da Rede Extra Midway, Ponta Negra e Maria Lacerda. A marca conta com uma ampla variedade de sucos e chás, como o de hibisco e chá verde. Outra dica importante para voltar à rotina da alimentação é abusar do consumo de frutas, legumes e verduras orgânicos e produtos integrais como pães, massas e farelo de aveia, que também são importantes para o processo de desintoxicação do organismo.

Pensando nisso, Taeq preparou dicas de receitas práticas, gostosas e saudáveis para o pós-feriado. Confira abaixo:

SALADA DE FOLHAS COM FRUTAS E RABANETE

Ingredientes

· 1 Mix de salada orgânica Taeq

· 4 rabanetes orgânicos Taeq, cortados em rodelas finas

· 2 avocados, cortados em fatias médias

· 2 fatias de melão, cortado em cubos

· Folhas de coentro orgânico Taeq a gosto

· 30g de Castanha do Pará orgânica Taeq, picada grosseiramente

· Suco de 1 limão orgânico Taeq

· Sal e pimenta do reino a gosto

· 3 colheres (sopa) de azeite extravirgem orgânico Taeq

· 1 colher (chá) de mostarda dijon

· 1 colher (sobremesa) de mel silvestre orgânico Taeq

Modo de preparo

· Em uma saladeira, acomode as folhas, o rabanete, o avocado, o melão e as folhas de coentro.

· Em uma tigela pequena, misture o suco de limão, o sal, a pimenta, o azeite, a mostarda e o mel.

· Bata bem com um fouet até engrossar ligeiramente.

· Tempere a salada, por cima coloque a castanha do Pará e sirva em seguida.

SUCO VERDE COM ABACAXI, LARANJA E HORTELÃ

Ingredientes

· 3 xícaras (chá) de suco de laranja orgânico Taeq

· 2 folhas de couve manteiga orgânica Taeq

· 2 fatias de abacaxi

· ½ xícara (chá) de folhas de hortelã orgânica Taeq

· 2 rodelas de gengibre

· Gelo a gosto

Modo de preparo

· No liquidificador, bata bem o suco de laranja, a couve e as folhas de hortelã.

· Sirva em seguida com gelo.

MINI PIZZA DE BERINJELA COM RICOTA

Ingredientes

· 1 unidade de berinjela orgânica Taeq, cortada em rodelas médias

· Sal a gosto

· 2 colheres (sopa) de azeite extravirgem Taeq

· 1 cebola pequena orgânica Taeq, picada

· 2 unidades de tomate italiano orgânico Taeq, sem sementes cortados em cubos

· 1 xícara (chá) de ricota esfarelada

· ¼ de xícara (chá) de queijo minas frescal ralado

· 1 colher (sopa) de requeijão light com fibras Taeq

· Pimenta do reino moída na hora

· Folhas de manjericão orgânico Taeq

Modo de preparo

· Deixe as fatias de berinjela de molho na água com sal, durante 20 minutos.

· Escorra, esprema levemente para retirar o excesso da água.

· Em uma frigideira antiaderente, aqueça o azeite e doure a berinjela dos dois lados.

· Acomode-as em uma assadeira e reserve.

· Em uma frigideira aqueça um pouco de azeite e refogue a cebola. Acrescente o tomate e misture com a ricota, o queijo e o requeijão.

· Tempere com sal e a pimenta. Desligue o fogo.

· Sobre cada rodela de berinjela, coloque uma porção de recheio e leve ao forno por 20 minutos.

· Retire do forno, coloque as folhas de manjericão e sirva em seguida.
com assessoria de imprensa
fotos relacionadas à divulgação

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Diocese de Caicó será sede do Lançamento da Campanha da Fraternidade 2017 Regional Nordeste 2

Lançamento da CF 2017 do Regional NE 2 em Caicó

A cidade de Caicó/RN foi escolhida para sediar o lançamento da 53ª Campanha da Fraternidade de 2017 (CF 2017) do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O regional corresponde aos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A abertura acontecerá nos dias 03 e 04 de março com a seguinte programação:

CENTRO PASTORAL DOM WAGNER DIA 3
No dia 03/03, sexta-feira, às 19h no Centro Pastoral Dom Wagner, haverá uma mesa redonda com Apresentação do Tema da CF 2017 e apresentação da experiência de preservação da Caatinga da comunidade Trangola e do Povoado Cruz de Currais Novos.

ASSENTAMENTO TRANGOLA DIA 4
Dia 04/03 – às 10h, no Assentamento Trangola haverá Missa de lançamento da CF 2017.
O tema da CF 2017 é “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e  o Lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15). [Fonte: site Diocese Caicó]
Imagem relacionada à publicação

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Foto-memória Carnaval de Caicó na década de 1950

Uma foto do carnaval de Caicó há cerca de 60 anos, na segunda metade dos anos 1950, do bloco escola de samba de meu tio Antenor Tavares de Araújo, que foi um folião autêntico, de uma Caicó doce e ainda que pequena, enorme de pureza e candura! Não segui os seus passos, embora o ritmo me contagiara pouco depois, já na infância. [para ler prosa]   
Na foto, sem crédito autoral, Antenor Tavares é o sétimo a partir da esquerda.
©2017 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo - Twitter @AssessoRN 

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Marchinhas

Por Miranda Sá*

“O povo toma pileques de ilusão com futebol e carnaval. São estas as suas duas fontes de sonho”. (Carlos Drummond de Andrade)

Acho que foi o diabo quem inventou essa história do “politicamente correto”. No carnaval é que se vê que esta barbaridade está na contramão da alegre confraternização social. Lembrando que é a inversão de valores que domina os temas carnavalescos.

Essa desgraça que se abateu sobre o mundo é a razão do fim das marchinhas políticas, caricaturais, denunciantes e de protesto. Na minha juventude cantei e gravei marchinhas do desabafo popular, começando por “DAQUI NÃO SAIO” de Paquito e Romeu Gentil.

Lembrando a agonia de despejo forçado pela modernização urbana do Rio de Janeiro, cantamos “Daqui ninguém me tira/ Onde é que eu vou morar/ O senhor tem paciência de esperar/ Inda mais com quatro filhos/ Onde é que vou parar? ”

Os protestos da época induziram uma nostalgia pelo governo de Getúlio Vargas e os compositores Haroldo Lobo e Marino Pinto “estouraram” no carnaval de 50 com “RETRATO DO VELHO” fazendo o povo cantar: “Bota o retrato do velho, outra vez/ Bota no mesmo lugar/ O sorriso do velhinho/ Faz a gente trabalhar”.

Eleito Getúlio, o Rio de Janeiro sem autonomia política, sofria problemas estruturais, o que levou Vitor Simon e Fernando Martins a comporem “VAGALUME”, o protesto uníssono dos cariocas: “Rio de Janeiro/ Cidade que nos seduz/ De dia falta água/ De noite falta luz.” Sobre o mesmo tema, apareceu em 1954 “TOMARA QUE CHOVA”, de Romeu Gentil e Paquito: Tomara que chova/  Três dias sem parar (bis)/ A minha grande mágoa/ É lá em casa não ter água/ E eu preciso me lavar”…

Na minha velha cabeça sempre achei que as marchinhas traduziam o contentamento coletivo do reinado de Momo… E são insuperáveis. Há pelo menos umas 100 que se tornaram clássicas, e hoje mais fortes do que nunca pela bestialidade das proibições.
A mais antiga, e ainda cantada, é a “ABRE ALAS” da inolvidável Chiquinha Gonzaga. E vieram depois com a força da tempestade “LINDA MORENA” (Lamartine Babo), PIERROT APAIXONADO (Noel Rosa e Heitor dos Prazeres) e “MAMÃE EU QUERO” (Jararaca e Vicente Paiva)

Me perdoem os “politiqueiros corretos” que não passam de uma tomografia computadorizada da imbecilidade reinante entre os que se autodenominam de “vanguarda”. Adoro “O TEU CABELO NÃO NEGA”, de Lamartine Babo; a MULATA É A TAL” (Braguinha-Antônio Almeida) e “NEGA MALUCA” (Fernando Lobo-Evaldo Rui). Procuro e não acho racismo nas letras destas canções.

Tampouco encontro misoginia e preconceitos em “ALLAH-LÁ-Ô” (Haroldo Lobo-Nássara), “AURORA” (Joel e Gaúcho), “NÓS OS CARECAS”, “MARA ESCANDALOSA”, “SASSARICANDO”, “BALZAQUEANA”, (Wilson Batista) e “CABELEIRA DO ZEZÉ”.

Ainda lembrando os protestos, tivemos “PRAÇA ONZE”, “ZÉ MARMITA”, “ACENDE A VELA”, “TOMARA QUE CHOVA”. Mas quando o romantismo aflorava, entoávamos “TAÍ” (Joubert de Carvalho) e “QUEM SABE, SABE” (Jota Sandoval-Carvalhinho).

Sob o domínio da alegria pura, dançávamos com a CHIQUITA BACANA” (Haroldo Lobo e David Nasser), “TOURADAS EM MADRI” e “YES, NÓS TEMOS BANANA” (Braguinha e Alberto Ribeiro). “SACA-ROLHA” (Zé da Zilda, Zilda do Zé e Waldir Machado, “ME DÁ UM DINHEIRO AÍ” (Ivan, Homero e Glauco Ferreira) e “CACHAÇA”(Mirabeau Pinheiro-Lúcio de Castro-Heber Lobato).

Dito isto, vê-se que abomino o “politicamente correto”, que não passa de uma “PIADA DE SALÃO” (Klecius Caldas e Armando) …
Imagem pesquisa Google/divulgação 
*Com postagem na página do Jornal Zona Sul

Memórias de um repórter em um dia qualquer há mais de 40 anos

Memórias: minha homenagem ao Dia do Repórter

A enchente que quase vira um rio de sangue

A história que vou contar aconteceu num dia qualquer de junho de 1976. Eu trabalhava na Tribuna do Norte e nesse dia, sem motivo algum, uma vez que minha pauta sempre era para a tarde, saí de casa e fui até a redação. Péssima ideia. Primeiro, porque chovia muito; segundo, porque aquilo que seria uma passadinha rápida no jornal transformou-se numa cobertura exaustiva que quase acabou em cena de sangue num bar em São Gonçalo do Amarante.

Foi assim: logo que cheguei à redação, encharcado até à alma, encontrei Agnelo Alves, jornalista e um dos donos da Tribuna, procurando um repórter para ir a São Gonçalo. A chuva estava provocando uma arraso na cidade, especialmente na periferia. Não deu outra: na hora fui escalado para cobrir o assunto. Quem pedia a cobertura era um aliado dos Alves, opositor do prefeito de então.

Em minha companhia iria um fotógrafo conhecido como Anjinho. Seu nome era Antenor, Antenor não sei o quê, já que nunca lhe soube o sobrenome. Mas soube, muitíssimos anos após, que morrera, pobre e sofrido. Anjinho, como Ferdinando, aquele personagem dos quadrinhos, era enorme. Como o personagem tinha físico maciço, era de uma doçura sem limite, ou seja: era grande , poderoso e inofensivo. Inofensivo como um boi manso.

 Não era fotógrafo de campo. Trabalhava no laboratório, revelando e copiando as fotos. Não tinha – como Iremar Araújo, o Bárbaro a que me refiro em texto que você pode ler logo abaixo deste –, o fogo, a chama, o pipoco do profissional de talento. Anjinho era um Hércules atencioso, Iremar um capetinha de pouco mais de metro e meio de altura.
Pois bem: entramos no carro do tal aliado de Agnelo e partimos. Sequer tive tempo de telefonar para casa, avisando que como sempre não teria hora de voltar.

Chegando a São Gonçalo encontramos a cidade mergulhada. Demos uma geral no centro e nos bairros e em seguida fomos aos distritos, literalmente uma banheira. Pior: um grande atoleiro. Pois foi com esse atoleiro monumental que o carro
teve de se haver até chegarmos às margens de um rio que aterrorizava os ribeirinhos.

A primeira cena foi desoladora: um casebre inclinado sobre a margem dava a impressão de desabar a qualquer momento. A água era torrente. O dono daquela lamentável habitação era desespero puro. Aproximei-me dele, apresentei-me e dei de cara com a mais inusitada resposta à minha pergunta. Eu queria saber quando a água começara a invadir a sua casa e ele disse no ato:
– Só respondo se você me garantir a construção de uma casa nova. Garante?

Ora, aquela pobre alma certamente não sabia que um repórter jamais poderia assumir aquele compromisso. Primeiro, porque o salário não dava; segundo, porque, sei lá porquê, só sei que não dava para fazer aquela promessa. Insisti com a pergunta e ele respondeu da mesma forma. Então entendi tudo: eu estava na companhia de um político. E como na visão de pobre político sempre é um tipo que promete coisas em troca de votos, deve ter pensado que eu queria extorquir seu voto como geralmente fazem os políticos.

Assim chegamos a um pequeno impasse. Usando de toda persuasão possível expliquei que aquilo era uma entrevista e que a denúncia da sua situação poderia provocar, da parte da prefeitura de São Gonçalo, alguma assistência.

– Pior não pode ficar – argumentei. Ele então aceitou e contou sua tragédia. Pobre só conta tragédia. A chuva começara perto da meia-noite e fora engrossando até chegar àquele ponto: o rio cheio de barreira a barreira e a casa quase caindo, tal a força do aguaceiro.
Relatada a situação partimos para outro local. Aí a coisa estava realmente feia: as pessoas estavam ilhadas. Quer dizer: em situação bem pior que o pobre da casa quase caída. Aquele ainda poderia pedir algum tipo de ajuda, buscar abrigo ou receber comida; os que estavam ilhados viviam situação mais deplorável sem ter como escapar ou receber ajuda.

O carro seguiu patinando na lama até chegarmos a outro impasse: dali para a frente o carro não ia. Era lama demais, água demais. Era entrar e atolar. Entrar e atolar, não: entrar e afundar. Então, não se sabe de onde, apareceu alguém com uns cavalos.
– Vamos? Vamos montar? – disse o sujeito que me havia atraído àquele enrascada. Fazer o quê? – respondi: – Vamos, não é? – e fomos. Detalhe: eu montara a cavalo somente uma vez, quando menino, ou seja: não tinha prática para aquelas investidas. Mas, enfim, montei no matungo que me foi destinado e aí começou um martírio. Veja bem: Anjinho fez a foto que você viu aí acima, esporeou sua montada e juntou-se ao grupo.

Enquanto isso, o miserável animal que me fora destinado começou a fazer das suas: suspeito que aquele bicho tenha sido cavalo de carrossel, pois somente sabia rodar da direita para a esquerda e, quando estimulado por mim na tentativa de acompanhar a cavalgada, fazia o inverso. Quer dizer: eu estava metido numa situação dos diabos, pois os demais já de distanciavam. E o sórdido cavalo girando o tempo todo.

Quanto percebi que estava vivendo uma lamentável loucura, algo ridículo ou quase isso, gritei para que me esperassem. Certamente dominados por algum espírito bondoso, todos pararam. Enfim, meu medíocre animal aceitou seguir em linha reta e conseguir juntar-me ao bando.

Caminhamos com água batendo no peito dos cavalos, fomos a vários locais devastados e prosseguimos adiante. Enfim, a coisa piorou de vez: chegamos a um ponto tão terrível que nem mesmo os cavalos poderiam ultrapassar. Se os cavalos se metessem, a lama, funcionando como terreno movediço ameaçava tragá-los. E a nós também. Certamente iríamos parar no centro da Terra, não tenha dúvida. Do mesmo modo como os cavalos nos tinham sido trazidos, alguém apareceu com um trator. Somente de trator poderíamos chegar adiante.

Seguimos naquela maquina monstruosa até paragens distantes. Pegamos depois umas canoas para ir mais adiante, pois a coisa mais e mais se complicava. Nesse ponto comecei a ficar com medo. Quem remava a canoa onde eu estava era Anjnho, do algo do seu metro e noventa pesando coisa de cem quilos ou mais. Seguinte: quando ele ficava de pé a precária embarcação adernava para um lado e para o outro. Afinal consegui convencê-lo a remar sentado a fim de evitar que a reportagem terminasse como notícia da morte do repórter.

Agora, veja bem: tínhamos saído de Natal coisa de nove da manhã e já então era coisa de três da tarde. Sem comer e sem beber nada. Sabe o que é nada? Nada? Isso mesmo: nada. Por um momento tive a maldita ideia de pegar água do rio com as mãos e beber. Mas ante o temor de contrair alguma miserável doença e passar o resto dos meus dias largado num hospital me fez afastar-me de tão louco propósito.

Mas, enfim: depois de muita luta terminou o trabalho de apuração, toda a situação fora registrada e aquela desconjuntada expedição resolveu voltar. Ainda bem. Mais mortos que vivos saímos das canoas, pegamos o trator, voltamos aos cavalos e afinal chegamos ao carro.

Estávamos cobertos de lama. Uma lama barrenta, que aderia às roupas e aos nossos corpos. Do jeito estávamos entramos no carro. Na volta, aos pedaços, paramos num restaurante.  Aí a coisa ficou assumiu aspecto aterrador.

Venha comigo e observe: o restaurante, popular, estava lotado. Entre as mesas inocente menina vendia votos para concurso de rainha do milho. Sabe como é: a menina que vender mais votos ganha o concurso de rainha do milho e dá o dinheiro à escola. Pois bem: depois de vender uns votinhos em varias mesas ela dirigiu-se a um grupo de homens de má aparência. Foi tratada princípio com desdém e depois com grosseria.

Eles não notaram, mas haviam feito muito mal: numa mesa próxima estava o pai da garota. Era um tipo alto, mais alto que Anjinho, mais forte que ele e, ao contrário do meu colega, era um bruto. O sujeito tinha um bigodão preto que descia de um lado ao outro do queixo. Sentado numa cadeira deixava à mostra, na cintura, às costas, o cabo de uma faca de doze polegadas, também conhecida nos ambientes de valentões sertanejos como viana ou santa-maria. Só que aquele tipo de santa, na mão do pai da menina, somente obraria milagres do mal.

 O minotauro percebeu o destrato da criança e ficou eriçado. A mão direita conferiu se a arma estava a postos, agarrou-a. Em seguida minotauro levantou-se e se preparou para avançar contra o grupo. Alguém a seu lado teve o bom-senso de agir rápido e o controlou a custo. A quase briga não passou de um susto.  Ainda bem, a nossa mesa estava a menos de dois metros da confusão.

A caminho do jornal, o carro zunindo na pista molhada acudiu-me a seguinte ideia: ainda bem que eu estava apenas coberto de lama: como isso só acontece com jornalista, eu tinha ido cobrir uma enchente e podia ter voltado como testemunha de um rio de sangue e feito a reportagem ao vivo do crime. Por mais vermelho que seja, todo crime é sempre em preto e branco.

Na foto: A cobertura da enchente em S. Gonçalo, feita em lombo de cavalo. O repórter o terceiro, da esquerda para a direita.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Preservação: Qual é a sua roupa neste carnaval?

Onde quer que você festeje a folia, uma coisa não pode faltar

De norte a sul do Brasil. No litoral, na capital ou no interior. São cinco dias da maior festa popular do mundo. E ai, com que roupa você vai? Pode a mais luxuosa da agremiação. Ou um jeans, camiseta e tênis. Pode até ser de baby-doll. Mas sabe o que todos devem vestir? A camisinha!

“Ei, você vai sair descamisado no carnaval? Você usa abadá, você faz a sua fantasia, mas descamisado não! Conheceu a pessoa ali, naquela hora, naquele momento, tá aquele frisson? Tudo bem vai rolar, use camisinha e viva essa festa!”, destaca com entusiasmo o músico baiano Carlinhos Brown.

O recado do criador da banda Timbalada segue a recomendação do Ministério da Saúde: usar a camisinha tem que ser pra valer! Ela não pode ser só parte da festa. Tem que ser parte de você. E o motivo é simples: se proteger e proteger as pessoas com quem você se relaciona de infecções sexualmente transmissíveis e, é claro, daquela gravidez não planejada.

Segundo Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas Sexuais dos Brasileiros (PCAP 2014), o uso de preservativos, especialmente entre os jovens, vem caindo. Tanto com parceiros eventuais, como com parceiros fixos.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, realizada nas escolas de todo o país com adolescentes de 13 a 17 anos, mostra um número preocupante: 35,6% dos alunos não usaram preservativo na primeira relação sexual. É com base nesses números que o Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional de Carnaval que, este ano, tem como foco o uso do preservativo.

Em todo Brasil serão distribuídas 74 milhões de camisinhas masculinas e três milhões de preservativos femininos, além de saches de gel lubrificante. [Blog da Saúde > Saiba mais, assista vídeo]
Foto: Erasmo Salomão/MS

Sem dosímetros técnicos em radiologia prometem parar raio-x do Santa Catarina

Servidores já iniciam redução dos atendimentos nesta sexta-feira

Os técnicos em Radiologia do Hospital Dr. José Pedro Bezerra (Santa Catarina) estão há seis meses trabalhando sem substituir o dosímetro, equipamento individual usado para medir a radiação a qual estão expostos e que deve ser trocado mensalmente. Sem o equipamento, os técnicos de radiologia não têm como verificar a dose a que estão expostos. A situação se repete em outros hospitais da rede estadual.

Os servidores e o Sindsaúde cobraram da direção do hospital e da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) a reposição dos equipamentos. Diante da falta de resposta, eles iniciam hoje (24) uma redução das atividades no Santa Catarina, deixando de realizar exames nas enfermarias e UTIs, restringindo à sala de raio-x, que possui uma parede para reduzir a exposição à radiação.

Caso não sejam fornecidos os equipamentos, os técnicos de radiologia prometem suspender todos os exames na quinta-feira (02). [por assessoria de imprensa]

Inscrições abertas para Curso de Assessoria de Comunicação nas Paróquias

A Escola de Comunicação da Arquidiocese de Natal (ECAN) abre inscrições para o “Curso de Assessoria de Comunicação nas Paróquias”. As inscrições podem ser feitas na sala do Setor de Comunicação, situada no Centro Pastoral Pio X (subsolo da Catedral). O valor da inscrição é de R$ 30,00. 

O curso acontecerá dia 4 de março, das 8 às 17 horas, no Centro Pastoral Dom Heitor Sales, na Cidade Alta, em Natal, e será ministrado pelas jornalistas Cacilda Medeiros e Luiza Gualberto, ambas do Setor de Comunicação da Arquidiocese de Natal. Podem se inscrever agentes da Pastoral da Comunicação e de outras pastorais.

Ainda, neste ano, a ECAN oferecerá mais quatro cursos, todos com a finalidade de colaborar a formação e atuação dos agentes da Pascom, nas paróquias. [Fonte: Portal da Arquidiocese de Natal]
Crédito foto: Rivaldo Jr

Quinta do Humor retorna agora mensalmente e abre temporada de 2017 com artistas da casa

A “Quinta do Humor” já faz parte da rotina dos clientes do Partage Norte Shopping, que se tornou o point da comédia na região. Em 2017, o evento ganha uma nova roupagem e passa a ser mensal. Visando à realização de eventos mais elaborados e com atrações mais aclamadas no meio humorístico local e nacional. As apresentações permanecem às quintas-feiras, sempre às 20h, na Praça de Alimentação, com entrada gratuita.

Prestigiando os artistas da casa, a primeira do ano não podia ser diferente e traz os humoristas potiguares “Seu Guga” e “Rose Tamanco”. Ambos com uma carreira já consolidada e anos de sucesso no “mercado do riso”.

Considerado revelação local, João Pedro Farias (interprete de "Seu Guga") vem de uma família de músicos, mas seu talento enveredou pelo humor. Desde muito jovem, já mostrava sua irreverência, sendo destaque por fazer piada e imitar pessoas. “Seu Guga” surgiu em 2010, no seu quarto, com uma web radio, o que o alçou ao meio e garantiu programas e participações em rádios e TVs.

Já “Rose Tamanco”, interpretada por Elton Jhony, se acha uma mulher encantadora (pelo menos na cabeça dela), que arranca boas gargalhadas contando histórias da sua vida e causos engraçados. O humorista já teve participação em grandes programas de humor como “Show do Tom” e “Tudo é Possível”, na rede Record.

A Quinta do Humor é um projeto que leva comédia aos clientes do Partage Norte Shopping, gratuitamente, toda quinta-feira. O público do empreendimento ganha um momento dedicado à comédia. Além da aposta nos talentos potiguares, o evento já trouxe humoristas de outros estados do Nordeste.

Serviço:
“Quinta do Humor”
Data: Primeira quinta-feira do mês
Local: Praça de Alimentação do Partage Norte Shopping.
Horário: 20h.
Endereço: Avenida Doutor João Medeiros Filho, 2395 – Potengi (Natal).
Telefone: (84) 3674-8200
Por assessoria de imprensa
Imagem relacionada à divulgação

Servidores da saúde de Santa Cruz estão em greve

Prefeitura paga R$ 788,00 de salário-base aos servidores concursados, abaixo do salário mínimo
Os servidores da saúde de Santa Cruz iniciaram uma greve nesta terça-feira (21), após tentativas de negociação frustradas com a Prefeitura. A última ocorreu no dia 20/02, com a Secretaria Municipal de Saúde. Os servidores cobram o reajuste do salário-base, atualmente em R$ 788,00, reajuste nas gratificações e condições de trabalho.

O salário base é o mesmo desde 2015. Com isso, permanece abaixo do valor do salário mínimo, atualmente em R$ 937,00. Mesmo somando gratificações e adicionais, alguns servidores permanecem recebendo abaixo deste valor. Uma consulta no Portal da Transparência da Prefeitura mostra que muitos servidores – técnicos de enfermagem, Auxiliares de Farmácia, etc – recebem vencimentos entre R$ 800 e R$ 900.

O Sindsaúde entrou na Justiça em agosto de 2016, pedindo a recomposição do salário-base dos servidores. “Ninguém pode receber abaixo do mínimo. A Prefeitura está cometendo uma ilegalidade”, afirma Franklin Henrique, diretor da entidade. O sindicato alega ainda que os servidores temporários recebem o salário-base igual ao valor do mínimo atual.

As gratificações estão há muito mais tempo congeladas: cerca de oito anos. O valor pago aos servidores de nível médio oscila entre R$ 150 e R$ 200. Valores maiores são pagos a servidores de nível superior, como enfermeiros e médicos, que  superam o salário-base. Além da recomposição do valor das gratificações, os servidores pedem que parte delas seja levada para a aposentadoria e que seja feito o desconto ao INSS. Um enfermeiro, por exemplo, se aposenta hoje com praticamente o valor do salário-base.

A greve reivindica que seja implantado um Plano de Cargos e Salários na saúde do município, recomendação que consta nas Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A cidade, a 11º do estado em população, ainda não tem o seu plano de cargos. 

Condições de trabalho - O sindicato cobra a realização de um concurso público, que reduza a quantidade de contratos temporários e a precarização da força de trabalho. Atualmente, apenas cerca de 30% dos trabalhadores são efetivos e o último concurso ocorreu em 2009.

Outra reivindicação é a garantia de condições de trabalho, em especial os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). “Hoje na maioria dos locais faltam botas de ASG, máscaras e luvas para o contato com os pacientes. Quando tem luvas, não são do tamanho adequado. Além de um salário defasado, estamos trabalhando correndo risco”, afirma Franklin.

A greve tem crescido em adesão e tomado às ruas. Depois de uma visita na Câmara dos Vereadores, os servidores têm permanecido nos principais pontos da cidade, com faixas, alertando a população para os motivos da greve. O sindicato solicitou uma audiência com a prefeita Fernanda Bezerra (PMDB), que não foi agendada. [por assessoria de imprensa]

Foto relacionada à divulgação

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Crônica: Conferência de carnaval

Por Annick Beaugrand
[Médica Oncologista Pediatra – Casa Durval Paiva e Professora Dep. Pediatria UFRN]

Uma batida na porta,
Leve,
Quase suave.
O ranger da porta quebra o silêncio da concentração. A pequena, nos seus 104 cm, adentra o consultório.
Sem dizer qualquer palavra, puxa a cadeira e senta. Observa.
No silencio permanecem.
Uma a terminar seu relatório, a pequena a computar cada gesto, objeto, estrutura na sala.
Resolve quebrar o silencio: -"tia, vou para a policlínica, tomar a injeção da perninha, mas depois eu volto, pois tem carnaval".
Questionada sobre a fantasia: - "vou de frevo, falta só a sombrinha".
Entrega a cabeça careca, a espera do beijo de despedida.
Seu sorriso escondido pela mascara de proteção é revelado pelo olhar.
Com um gesto da mão direita e uma piscada, a pequena encerra com leveza a breve conversa. Quis comunicar sua agenda planejada à "tia".
A porta se fecha.
Na sala vazia, sem a pequena, fica a sensação que todo dia pode ter fantasia.
Enviado por:
Sandra Cerqueira - Assessora de Imprensa
Casa Durval Paiva (84) 4006.1600/
 9981-3474/ 9622-4544
Na luta contra o câncer, quanto mais cedo, melhor!
Imagem pesquisa Google/Mônica Fuchshuber

Coletiva de imprensa para o lançamento da Campanha da Fraternidade 2017

CONVITE PARA COLETIVA DE IMPRENSA

A Arquidiocese de Natal convida este veículo de comunicação para participar da coletiva de imprensa, na quarta-feira de cinzas, dia primeiro de março, às 15h30, no salão de eventos do Centro Pastoral Pio X (subsolo da Catedral Metropolitana). O assunto em pauta será a Campanha da Fraternidade 2017, cujo tema é “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15) e o lema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. Participarão da entrevista o Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, e o coordenador da Campanha da Fraternidade, na Arquidiocese de Natal, Padre Robério Camilo da Silva.

Lançamento
Neste ano, o lançamento da Campanha na Arquidiocese de Natal acontecerá em três locais, dia 5 de março, no horário da tarde:

Cidade de João Câmara, as paróquias do Vicariato Episcopal Norte;

Em São Paulo do Potengi, as do Vicariato Episcopal Sul;

No Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, na capital, as paróquias do Vicariato
   Episcopal Urbano (Natal e Grande Natal).

Serviço:
Coletiva de Imprensa
Pauta: Campanha da Fraternidade 2017
Data: 01 de março, às 15h30
Local: Centro Pastoral Pio X (subsolo da Catedral)

Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Natal
(84) 3615-2800 

Cascudo Bistrô terá funcionamento diferenciado no período de Carnaval

O Cascudo Bistrô, na Praça das Flores, em Petrópolis, funcionará normalmente na sexta (24) e sábado (25) de carnaval. Porém, ficará fechado de domingo (26) a terça (28), reabrindo novamente na quarta-feira de cinzas. 

O charmoso ambiente, comandado pelo chef Daniel Cavalcanti, acabou de incorporar uma série de novidades no cardápio, entre entradinhas, pratos principais (individuais ou para duas pessoas) e sobremesas.
Por assessoria
Foto relacionada à divulgação
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