Foto por assessoria:divulgação
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Uma retroescavadeira está trabalhando desde o último
dia 20 de dezembro na remoção de vegetação no leito do Rio Pataxó, no município
de Ipanguaçu/RN. Mais uma máquina chegou nesta segunda-feira (26). A limpeza
foi uma reivindicação do prefeito Leonardo Oliveira à governadora Rosalba
Ciarlini, como forma de prevenção contra as enchentes e enxurradas que têm se
tornado cada vez mais comuns na localidade. Nenhum dos 167 municípios do Rio
Grande do Norte sofreu tanto quanto Ipanguaçu as consequências dos períodos
chuvosos.
O problema não é novidade para os ipanguaçuenses,
que vivem sob o medo das águas há décadas. Neste ano, apesar de os prejuízos
terem sido milionários, afetando centenas de famílias, o cenário foi menos
desastroso que em anos anteriores, graças aos trabalhos de prevenção realizados
pela prefeitura que, em estimativas da própria prefeitura, reduziram em cerca
de 90% as áreas alagadas.
Neste domingo de Natal, o prefeito Leonardo Oliveira
realizou uma visita ao leito do rio. Estava acompanhado do presidente da Câmara
dos Vereadores, Tunefis Morais, e do subsecretário municipal de Obras e
Urbanismo, Genilo Rodrigues. Alguns agricultores se juntaram ao grupo. “Muitos
ficaram surpresos, pois, em alguns pontos, a vegetação cobre totalmente o leito
do rio. Daí a importância deste trabalho: a limpeza irá possibilitar um melhor
escoamento da água. Esperamos que essa ação preventiva surta o efeito esperado
e possamos passar um ‘inverno’ sem maiores problemas”, disse o prefeito
Leonardo Oliveira.
Para o prefeito, a limpeza, apesar de ser uma ação
paliativa, poderá amenizar em mais de 50% os riscos de inundações no período
chuvoso do próximo ano, já reduzidos pelas ações do ano anterior. Ao final dos
trabalhos, cerca de 10 km do leito do Rio Pataxó terão sido limpos pelas
máquinas. Até a manhã desta segunda-feira (26), foram desobstruídos mais de 4
km. No total, o governo do Estado disponibilizou 300 horas de locação de
máquinas para a realização do trabalho, que conta com a confiança também dos
agricultores e produtores rurais que acompanham atenciosamente a ação.
Macrodrenagem
As inundações são um problema histórico em
Ipanguaçu, há décadas. No entanto, apenas de 2009 para cá estão sendo tomadas
ações para que se resolva o problema que tanto prejudica o município, social e
economicamente. Só neste ano, as águas devastaram plantações, desabrigaram
centenas de famílias e isolaram milhares de pessoas em diversas comunidades
rurais. Do ano de 2004 para cá, devido ao assoreamento do leito do Rio Pataxó,
as inundações têm sido cada vez mais frequentes, chegando a atingir 75% das
residências do município de 13,9 mil habitantes e ocasionando mais de três mil
demissões em empresas de fruticultura.
“Os dois rios que contribuem para inundar Ipanguaçu
são o Rio Piranhas/Açu, quando há sangramento acentuado da Barragem Armando
Ribeiro, e o Pataxó, sempre que há chuvas regulares. A obra que tem o potencial
para mudar essa realidade é a primeira etapa da macrodrenagem do Rio Pataxó,
que está estimada em mais de mais de R$ 7,3 milhões. O convênio entre os
governos federal e estadual foi assinado neste ano e a obra está prevista para
iniciar no próximo semestre. Será uma grande, e sonhada, conquista”, destaca o
prefeito.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, o
projeto de macrodrenagem do Rio Pataxó é encarado como prioridade, tendo,
inclusive, avançado de forma célere nos trâmites burocráticos para a liberação
dos recursos. No governo estadual, que irá gerir os recursos, a licitação para
a obra já está em andamento. Ao que tudo indica, o próximo inverno será o
último em que os agricultores de Ipanguaçu viverão o estranho paradoxo de,
vivendo no semiárido, temerem a chuva. [por
Rodrigo Medeiros]
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