O pimentão, o morango e o pepino lideram o ranking
dos alimentos com o maior número de amostras contaminadas por agrotóxico,
durante o ano de 2010. É o que apontam dados do Programa de Análise de Resíduos
de Agrotóxicos de Alimentos (Para) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), divulgados nesta quarta-feira
(7/12). Mais de 90% das amostras de pimentão analisadas pelo Programa
apresentaram problemas.
No caso do morango e do pepino, o percentual de
amostras irregulares foi de 63% e 58%, respectivamente. Os dois problemas
detectados na análise das amostras foram: teores de resíduos de agrotóxicos
acima do permitido e o uso de agrotóxicos não autorizados para estas culturas.
A alface e a cenoura também apresentaram elevados
índices de contaminação por agrotóxicos. Em 55% das amostras de alface foram
encontradas irregularidades. Já na cenoura, o índice foi de 50%. Na beterraba,
no abacaxi, na couve e no mamão foram verificadas irregularidades em cerca de
30% das amostras analisadas. “São dados preocupantes, se considerarmos que a
ingestão cotidiana desses agrotóxicos pode contribuir para o surgimento de
doenças crônicas não transmissíveis, como a desregulação endócrina e o câncer”,
afirma o diretor da Anvisa, Agenor Álvares.
Por outro lado, a batata obteve resultados
satisfatórios em 100% das amostras analisadas. Em 2002, primeiro ano de
monitoramento do programa, 22,2% das amostras de batata coletadas apresentavam
irregularidades.
Balanço
No balanço geral, das 2.488 amostras coletadas pelo
Para, 28% estavam insatisfatórias. Deste total, em 24, 3% dos casos, os
problemas estavam relacionados à constatação de agrotóxicos não autorizados
para a cultura analisada.
Já em 1,7% das amostras foram encontrados resíduos
de agrotóxicos em níveis acima dos autorizados.
“Esses resíduos indicam a utilização de agrotóxicos em desacordo com as
informações presentes no rótulo e bula do produto, ou seja, indicação do número
de aplicações, quantidade de ingrediente ativo por hectare e intervalo de
segurança”, evidencia Álvares. Nos 1,9% restantes, as duas irregularidades
foram encontradas simultaneamente na mesma amostra. [Ouça a matéria na Web Rádio Saúde]
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