Um
grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveu
um sistema que calcula distâncias, identifica obstáculos e alerta sobre
eventuais perigos que estejam no caminho de pessoas com deficiência visual. Sob
a forma de uma bengala eletrônica, o sistema permite o reconhecimento e
identificação de objetos na linha de cintura e cabeça, bem como desníveis e
pessoas. A informação é repassada por meio de mensagens de voz ou tátil, que
informa a que distância o mesmo se encontra ou a que velocidade se aproxima.
Denominado
“Bengala Inteligente para Auxílio à Locomoção de Deficientes Visuais”, a
pesquisa contou com a participação dos pesquisadores Ricardo Alexsandro de
Medeiros Valentim (foto), Antonio Higor Freire de Morais, Pablo Holanda Cardoso,
Rodrigo Dantas da Silva, Sidney Soares Trindade, Philippi Sedir Grilo de
Morais, Hélio Roberto Hekis, Robinson Luis de Souza Alves e Gláucio Bezerra
Brandão, e rende à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sua 20º
patente, consolidando o protagonismo da UFRN na área de inovação: no âmbito do
Norte e Nordeste, é a universidade com mais patentes concedidas, com números
que a aproximam de instituições maiores de outras regiões, como a Universidade
de Brasília, que possui 23 patentes concedidas. Um dos inventores, o professor
e coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da UFRN
(LAIS/UFRN), Ricardo Valentim, explica que a capacidade de contribuir para a
melhoria da qualidade de vida dos deficientes visuais motivou os pesquisadores.
De
acordo com o professor Valentim, a pesquisa é vinculada a dois programas de
pós-graduação, ao Programa de Pós-graduação de Engenharia Elétrica e o de Computação,
além de alunos do mestrado em Gestão e Inovação em Saúde. “Então, ainda hoje
temos alunos que, na época, eram uns de graduação da Engenharia da Computação
que começaram esse projeto conosco junto com alunos de mestrado e doutorado lá
da engenharia elétrica no Centro de Tecnologia, e que hoje estão no mestrado
profissional em Gestão e Inovação em Saúde. E estão dando continuidade ao
projeto, e fazendo com que o projeto se desenvolva”, disse.
O
professor Ricardo Valentim explicou ainda como se deu a concepção da
tecnologia. “E essa tecnologia foi muito desenvolvida e trabalhada com uma
pessoa que hoje é servidora da universidade e que a gente não pode também
deixar de mencionar, que é o Sidney Trindade, um ser humano fantástico,
extremamente espiritualizado e que colaborou conosco na idealização em todo o
projeto. Então esse olho biônico é fruto de uma colaboração muito forte desses
dessas áreas, da engenharia biomédica e da engenharia da computação. Quando a
gente olha que o mundo hoje precisa de produção de bem-estar, saúde, bem estar
social, desenvolvimento de tecnologias que tem o impacto para transformar
sociedades”, afirmou. (Veja mais detalhes no vídeo no link https://youtu.be/6SsffufscbY).
No
que diz respeito à viabilização do equipamento, Valentim falou que já há uma
busca por parte do setor produtivo para tornar a bengala um produto. “Nós já
fomos procurados por empresas espanholas e de outros lugares. Agora com a
proteção, e com a questão da patente, que é muito importante para nós, nós
vamos começar a fazer um trabalho de divulgação disso, junto ao setor
produtivo. Então tem várias frentes que devem ser capitaneadas agora, inclusive
o próprio professor Danilo Nagem que coordena a base de pesquisa na área de
tecnologias assistivas, já está providenciando novos aperfeiçoamentos nessa
bengala. E estamos agora nessa fase de buscar essas parcerias com o setor
produtivo, e novas oportunidades para que mais pessoas possam ter acesso”,
finalizou Valentim.
Com
um sistema de GPS que possibilita aos familiares obter a localização geográfica
do deficiente visual, permite ao mesmo fazer denúncias sobre a ocorrência de
obstáculos que são enviadas, armazenadas e visualizadas em um sistema remoto.
Ao falar sobre o alto potencial de transferência dessa tecnologia, o diretor da
Agência de Inovação (AGIR) da UFRN, Daniel Pontes, ressaltou a importância de
se conhecer o portfólio de patentes prontas para aplicação na indústria. Ele
explicou que o desafio atual da Universidade é intensificar a transferência da
tecnologia e que estratégias são traçadas através do desenvolvimento de estudos
de prospecção tecnológica e de inteligência competitiva.
“É
muito importante situar que a AGIR está a disposição dos membros da comunidade
universitária para orientar a respeito dos critérios de patenteabilidade, bem
como realizar uma intermediação entre a academia e o setor produtivo. A
transferência de tecnologia é o aspecto que dá ao, processo de patentear, a
característica de inovação”, explicou o diretor. Criada em 2007, inicialmente
sob a nomenclatura de Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), a Agência de
Inovacão (AGIR) é responsável pela gestão da propriedade intelectual,
transferência de tecnologia e ambientes promotores de inovação, acompanhando e
estimulando, por exemplo, as atividades das incubadoras da Universidade, bem
como, as atividades dos parques e polos tecnológicos. Fruto deste trabalho, a
UFRN alcançou, em 2019, números proeminentes para a realidade do Nordeste. São
52 pedidos de registro de marca, 177 programas de computador registrados, 238
pedidos de patente e agora 20 cartas-patentes concedidas. [por Wilson Galvão /
Ascom Reitoria UFRN]
Foto relacionada à divulgação
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