Por Gleiber Dantas
@gleiberdantas –
Florânia, 2 de dezembro
de 2019.
Quando
nasci, ele já não estava mais fisicamente entre nós. Para a fé católica, isso
não significa ausência. A comunhão dos santos é o mistério que nos une a todos
em Cristo, num eterno presente. Pelos laços familiares, mormente pela fé, não o
tenho à distância, desde que o conheci, por intermédio de minha avó Neuza, que
foi sua aluna, teve seu matrimônio por ele abençoado e foi, mais do que uma
admiradora, uma devotada cultora de sua memória.
Em
1992, li “Um símbolo”, livro de Bianor Medeiros. Lembro que fiquei
impressionado com sua biografia. Serviu-me de estímulo a perseguir a graça
sacerdotal, que ele buscou com tanto amor, como revelam as cartas que escreveu,
de Roma, para sua mãe Quininha, em Caicó, entre 1926 e 1932, material que
conheci somente em 2008, quando de seu centenário. Ao ingressar
no seminário, em 1995, conhecia-o ainda pouco.
Ele
é o primeiro e sou o segundo descendente de José Calazâncio Dantas a ser
sacerdote. Na vida político-partidária, nunca abriu mão de sua condição
sacerdotal; não somente seu traje, mas sobretudo sua conduta de homem público
revelava o padre, em profunda comunhão com a Santa Igreja e sua doutrina
social. A oportunidade de fazer um mestrado em letras, na UERN, e empreender
uma análise discursiva sobre o seu governo à frente do Rio Grande do Norte
(1966-1971) deu-me condições de conhecê-lo ainda melhor e amá-lo mais ainda.
Sou-lhe imensamente grato pelos benefícios que me tem concedido de buscar
aperfeiçoamento na realização do ministério sagrado.
Monsenhor
Walfredo nasceu há exatamente 111 anos, pelas 16h. Pode ser que aquela tenha
sido uma tarde atípica, mas quem é de Caicó sabe que essa época do ano é
comumente causticante. O calor daquele momento continua a me aquecer a alma.
Sei que sua vida sacerdotal e de homem público pode muito estimular os clérigos
da sua amada Diocese de Caicó e pessoas que acreditem ser possível realizar uma
obra pública como ele a realizou, acima de cores partidárias, pautada nos
valores do nacionalismo brasileiro.
Ao Monsenhor Walfredo, minha gratidão,
homenagem e fidelidade.
Foto
de arquivo reproduzida do Novo Bar de Ferreirinha
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