Meta é chegar o ano que vem com pelo menos
40% dos moradores fazendo a triagem em casa e contribuindo com a coleta
seletiva do município potiguar
Nesta
terça-feira (22) e quarta-feira (23), a população do município de Lagoa Nova,
localizado na região do Seridó, a 169Km de Natal, será convocada para uma
mudança de hábito: começar a fazer a separação do lixo em casa e nos pontos
comerciais. Para chamar a atenção dos moradores sobre a importância deste
gesto, está sendo organizada, na terça-feira, uma caminhada pelas ruas da
cidade com a participação de estudantes, catadores, autoridades e moradores.
A iniciativa
faz parte da campanha “Lagoa Nova Lixo Zero”, apoiada pelo Instituto Brasil
Lixo Zero, entidade nacional que incentiva ações voltadas para a
conscientização da população e suas responsabilidades na produção de resíduos
sólidos e a destinação correta desses resíduos.
Lagoa Nova
está entre as 140 cidades brasileiras que participam da Semana do Lixo Zero,
que ocorre de 18 a 27 deste mês. As atividades de mobilização estão
concentradas na zona urbana, distrito de Manoel Domingos, onde moram três mil
pessoas, além de assentamentos rurais.
O município,
com pouco mais de 15 mil habitantes, produz atualmente uma média de 66
toneladas de resíduos por mês. O descarte vem sendo feito há décadas em um
lixão a céu aberto localizado próximo a um riacho do sangradouro da lagoa. Por
causa disso, o Ministério Público Estadual entrou com uma ação contra o
município por má gestão de resíduos e o Idema aplicou uma multa de R$ 300 mil
caso não sejam adotadas medidas para gerir os resíduos de forma sustentável.
Assim,
quando assumiu a Secretaria do Meio Ambiente de Lagoa Nova em 2017, o
veterinário João da Mata Bezerra explica, se deparou com esse problema crônico,
comum a muitos municípios brasileiros. “Nosso primeiro passo foi cadastrar todos
os catadores do município e fundar a Associação de Catadores de Materiais
Recicláveis, a ACMR. Desde então, assumimos o desafio de mudar a cultura da
população para o descarte correto do lixo”.
A partir daí
a coleta seletiva começou ainda de forma precária. A Prefeitura alugou um
galpão para onde era levado o lixo bruto para que os catadores fizessem a
triagem. Os materiais recicláveis eram separados e colocadas à venda em
benefício dos catadores. Assim foi durante quase um ano. Em 2018, diante da impossibilidade
da renovação do aluguel do galpão, os catadores voltaram a trabalhar no lixão.
Foi quando a empresa Eólica Echoenergia, que atua na região, foi convidada a
conhecer o projeto da unidade de triagem e os equipamentos necessários para que
os catadores desenvolvessem o trabalho com condições adequadas.
Com a
parceria firmada entre a Prefeitura, Associação dos Catadores e a Eólica
Echoenergia, o projeto foi aprovado e, com recursos do BNDS, o galpão foi
construído. A coleta seletiva está funcionando há 15 dias com 15 catadores
trabalhando diretamente na triagem dos materiais. Mas é preciso mais, como
aponta João da Mata: “Nossa meta é chegar ao ano que vem com pelo menos 40% dos
moradores fazendo a separação em casa e contribuindo de forma consciente com a
coleta seletiva. Estamos também envolvendo as crianças no Projeto de Educação
Ambiental Lagoa Nova Limpa. Precisamos ainda encerrar o lixão de Lagoa Nova”.
No entanto,
o Idema não aprovou nenhuma das nove áreas apresentadas pelo município que
seriam destinadas ao aterro sanitário controlado. O prefeito de Lagoa Nova,
Luciano Santos é o presidente Consórcio de Resíduos Sólidos do Seridó. O
Consórcio integra 25 municípios que trabalham junto aos Ministérios Públicos
Estadual e Federal e Procuradoria Geral da República na tentativa de instalar
um aterro sanitário e encerrar os lixões.
“Enquanto a situação não se resolve, o Idema nos autorizou a continuar
colocando o rejeito não aproveitado pela coleta seletiva no aterro de Lagoa
Nova”, explica Luciano Santos.
Até lá, o
desafio imediato é conscientizar a população para a mudança de hábito. “Estamos
chamando a atenção para a importância da separação do lixo nas fontes
produtoras, que são as residências e os pontos de comércios. Para incentivar,
estamos instalando ecopontos de coleta em locais estratégicos próximos a
comércios e, futuramente, serão instalados em cada quarteirão, para que os
moradores voluntariamente levem os materiais até o local”, planeja João da
Mata. [por assessoria de imprensa]
Foto relacionada à divulgação
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