Por Cícera
Katiucia da Silva
Assistente Social - Casa Durval Paiva
CRESS/RN 3595
Em função da
desintegração do estado de bem-estar, as políticas sociais compensatórias têm
como consequências a assistência de maneira insuficiente, pois o poder público
passa a garantir o mínimo necessário à sobrevivência da população.
É comum
responsabilizarmos apenas as famílias pela situação em que se encontram, quando
na verdade, cabe ao Estado satisfazer as necessidades sociais básicas e
efetivar os direitos sociais a todos.
A partir da
década de 1980, ocorre o processo de redemocratização, mobilização esta que
culminou na aprovação da Constituição Federal de 1988 e garantiu aos
brasileiros o reconhecimento dos seus direitos e igualdade de todos perante a
Lei, sem distinção de qualquer natureza. No entanto, é negado o exercício da
cidadania, uma vez que a sociedade não dispõe dos serviços básicos garantidos
por lei.
O que
observamos, muitas vezes, é a ausência do Estado na garantia e efetivação
desses direitos, realidade essa vivenciada por crianças e adolescentes com
câncer e doenças hematológicas crônicas assistidas pela Casa Durval Paiva,
quando a rede de atendimento do seu município não funciona de forma coesa,
negligenciando desta forma o direito desses sujeitos. É importante destacar aqui que o direito deve
ser garantido a todos independente de raça, gênero, idade ou classe social.
Alguns
motivos pelos quais crianças e adolescentes são vitimas de negligência por
parte das famílias e/ou Estado (não efetivação dos direitos conforme preconiza
o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), são as dificuldades postas pelo
modelo neoliberal que culminam na redução do setor público, preconizando, desta
forma, a idéia de que o Estado mínimo deve responder apenas as necessidades
mais imediatas da população, unindo-se a isso os problemas do meio
intrafamiliar.
Diante dessa
realidade, o ECA com a finalidade de assegurar o desenvolvimento social
garantindo a liberdade e a dignidade, bem como os direitos sociais e pessoais
de crianças e adolescentes, estabelece diretrizes que oportunizam e favorecem a
garantia e efetivação desses direitos, uma vez que prevê a formulação de Políticas
Sociais a partir da articulação de ações governamentais. É importante citar as
ações assistenciais prestadas pela Casa de Apoio (ações não governamentais) que
contribuem para a garantia e efetivação dos direitos infanto juvenis.
Diante
disso, compreender a situação da criança e do adolescente no âmbito da sua
política de atendimento, não implica analisá-los de forma dissociada dos demais
conjuntos da sociedade, ou seja, separá-los da realidade externa que atinge as
famílias pauperizadas, pois como preconiza o ECA as políticas de atendimento à
criança e ao adolescente que visam à proteção integral não atuam isoladamente.
Portanto, para intervir na realidade das crianças e adolescentes assistidas
pela Casa de Apoio cabe ao assistente social compreender as mudanças ocorridas
na Política Social, por interferência direta da postura econômica e política
que propõe o neoliberalismo, fundamental para situar o atendimento prestado à
criança e ao adolescente nos seus direitos mais elementares como saúde,
educação e assistência social.
Assim, é
importante decifrar esses determinantes sociais para atuar de forma a enfrentar
a realidade vivenciada por crianças e adolescentes com câncer e doenças
hematológicas crônicas, por meio de alternativas que garantam o acesso dessa
população aos seus direitos, conforme propõe a legislação em vigor.
Casa de Apoio à Criança com câncer Durval
Paiva
Assessoria de Comunicação
Foto relacionada à divulgação
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