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Foto: superpauta/entrevista
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São José da Bonita,
Chico Doido, Caicó, quadrinhos, cinema, poema/processo, futebol/Fluminense;
paixões de Moacy Cirne que sai de cena para entrar na eternidade. São Saruê?
Quiçá, o único ateu devoto da Senhora Sant’Ana, padroeira do sertão. Moacy (poeta e cangaceiro como gostava de se proclamar) morreu
neste sábado, 11 de janeiro, em Natal. Sua última entrevista, provavelmente fora
agora em dezembro, para o jornalista Roberto Homem, no SuperPauta (confira).
- No Balaio Porreta 1986 foram mais de 20 anos de
publicação, nos últimos anos na internet
O primeiro poema publicado
Moacy Cirne
[in Folha Estudantil, Jardim do Seridó, 2° sem. 1962]
Contrariando
John Donne,
sou uma ilha deserta.
Será que os sinos
dobrarão
por mim?
Mais poesia de Moacy Cirne
[in Cinema Pax, 1983]
a cidade, de sol a sol,
principia pelo fim
no poço que, santana, a
protege
a cidade, de açude em
açude,
afoga os minerais
nas pescarias noturnas
transparências
a cidade, de sábado a
sábado
completa o sertão
com seus horizontes
mágicos cordéis
a cidade, de rua em rua,
transborda de amor
nos becos bêbados
botequins
a cidade, de ponte a
ponte,
margeia os rios
da memória fluvial
seridó
a cidade, de pedra em
pedra,
constrói o branco
de seu silêncio limpo
fugidio
a cidade, de festa a
festa,
recolhe os frutos
da noite que, sant'ana,
se faz julho
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