O Dia
Internacional de Luta contra o Câncer na Infância será lembrado amanhã, 15. A
data é mais uma oportunidade para chamar a atenção da população sobre a
importância do diagnóstico precoce na luta contra a doença, como afirma a
onco-hematologista infantojuvenil, Edvis Serafim, que atende crianças e
adolescentes assistidos pela Associação de Apoio aos Portadores de Câncer de
Mossoró e Região (AAPCMR).
“Passa a ser
um momento em que se lembra que existe a doença e que, realmente, é necessário
um diagnóstico muito precoce para que o paciente tenha uma sobrevida boa. É
mais uma maneira de estar, anualmente ou a cada período, relembrando a
existência da doença e daí facilitar o diagnóstico dos pacientes”, comenta.
Estimativas
do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam para o surgimento de 12.500
novos casos da doença em crianças e adolescentes. A necessidade de reforçar a
atenção com relação a esse público se justifica também porque, como explica a
médica Edvis Serafim, o câncer na infância é mais difícil de ser identificado
pela semelhança entre os sintomas da doença com os de outras enfermidades que
se manifestam nesse período da vida. “É muito difícil diagnosticar o câncer
infantil porque ele não tem sintomas e sinais comuns como os adultos têm, ele
se assemelha a muitas outras doenças. É uma mancha roxa, é uma anemia, é uma
adenomegalia, que, muitas vezes, estão presentes em outras doenças. Então,
sempre tem que ver o paciente, pensar que aquilo pode ser uma determinada
doença, mas fazendo diagnóstico diferencial com o câncer”, explica.
De acordo
com a onco-hematologista infantojuvenil, se o diagnóstico for realizado
precocemente, existir um serviço especializado e o paciente for tratado por um
pediatra, as chances de cura hoje são de, aproximadamente, 80%, chegando a ser superiores
nos países de primeiro mundo. “Aqui no Brasil nós estamos em cerca de 60% a 70%
de cura porque o diagnóstico ainda chega muito tardiamente. Quer dizer, o
paciente no lugar de chegar no baixo risco ou no estágio um ou dois, ele chega
no estágio três ou quatro e isso diminui muito a sobrevida do paciente, a cura
do paciente”, alerta a médica.
Edvis
Serafim explica ainda que em crianças e adolescentes a leucemia é o tipo de
câncer mais comum. “Isso se confunde muito com outras doenças. É uma coisa bem
característica. É um paciente que tem anemia, mas não é uma anemia simples, é
uma anemia que apresenta dor óssea, ele fica pálido, apresenta mancha roxa.
Então, é um conjunto de coisas, como também às vezes é uma amidalite e por trás
tem uma leucemia. Ele fica simulando muitas outras doenças”, esclarece.
Segundo a
médica, a forma como o paciente será tratado vai depender do tipo da doença. “O
tratamento hoje, basicamente, é feito com quimioterapia. Quanto mais baixo
risco o paciente tiver, menos quimioterapia ele toma e mais chances de cura ele
tem. Se não, vai para o alto risco, quimioterapia, algumas vezes é necessária
radioterapia, mas bem menos do que no passado e chegam até o transplante, se
necessário. Mas isso será classificado conforme a gravidade e tipo de leucemia
que o paciente tem”, esclarece Edvis Serafim, se referindo à leucemia.
A médica
informa que, para o tratamento da criança e do adolescente, hoje em Mossoró
existe o serviço de quimio e radioterapia. Já o transplante não é realizado no
serviço local, mas fica no comando do médico assistente e o paciente é
encaminhado para o transplante. “O paciente não sai para o transplante sem uma
orientação. Ele tem todo um guia, através do médico que está lhe atendendo, ele
determina, discute com um colega e já transfere para aquela unidade, onde o
paciente terá capacidade de receber o tratamento específico”, complementa a
médica.
Sobre a data
O Dia
Internacional de Luta contra o Câncer na Infância foi instituído pela
Confederação Internacional de Pais de Crianças com Câncer (ICCCPO) e tem como
objetivo promover a conscientização sobre o diagnóstico precoce da doença no
público infantojuvenil.
Pacientes
infantojuvenis recebem acompanhamento pedagógico
Para dar
suporte às crianças e adolescentes em tratamento oncológico, a AAPCMR conta com
serviço de casa de apoio para receber pacientes e acompanhantes, além de
iniciativas específicas para esse público.
Um dos
principais projetos é o da Pedagogia Hospitalar, em funcionamento na Pediatria
da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC). Por meio da
iniciativa, crianças e adolescentes em tratamento contam com o auxílio de duas
pedagogas, cedidas pelo Estado do Rio Grande do Norte, que ajudam na
assimilação do conteúdo escolar, uma vez que muitos pacientes infantojuvenis se
afastam de suas atividades em razão da luta contra o câncer.
Assessoria AAPCMR Casa de Apoio
Foto relacionada à divulgação
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