Por Eloisa Alexsandra Lopes
Dentista - Casa Durval Paiva
CRO/RN 3663
A radioterapia
se constitui numa arma eficaz contra o câncer bucal, sendo um tratamento
loco-regional, porém, adversamente causa alterações visíveis nos tecidos
adjacentes às áreas irradiadas. Dentre os tumores de cavidade oral tratados com
radioterapia, a osteorradionecrose (ORN) atinge em 90% dos casos a mandíbula,
seguido da maxila.
A ORN é uma
séria e das mais severas complicações bucais advindas da radioterapia de cabeça
e pescoço. Há uma grande variedade de sinais e sintomas que caracterizam esta
consequência, que vai desde o desgaste ósseo superficial até fraturas. As
características clínicas mais comuns para o diagnóstico são: dor local, trismo
(dificuldade em abrir a boca), halitose (mal hálito), exposição óssea, drenagem
de secreção e fistulização para pele ou mucosa.
Observamos
junto aos pacientes assistidos na Casa Durval Paiva que a maioria desses sinais
e sintomas surge após meses ou até anos depois da exposição à radiação. Quando
o início dos sintomas ocorre em um intervalo menor que dois anos, após a radiação,
a doença é chamada de precoce e, geralmente, está relacionada às altas doses de
radiação. Quando o intervalo após a radiação e início dos sintomas é maior que
dois anos, é dita osteorradionecrose tardia.
Apesar da
melhoria nos cuidados bucais realizados antes da radioterapia, a incidência de
casos não diminuiu significantemente nos últimos anos. Os fatores habitualmente
relacionados a ORN incluem a má higiene oral, doenças como periodontite e
abcesso dentário durante a radioterapia. A extração dentária também pode
incentivar o surgimento da osteorradionecrose, resultando assim na exposição
óssea, aumentando o risco da doença.
O tratamento
da osteorradionecrose depende de sua extensão e baseia-se em uma combinação de
medidas e ressecção cirúrgica. Dentre as medidas conservadoras, a mais
utilizada é a antibioticoterapia tópica ou sistêmica.
O manejo da
osteorradionecrose é complexo e ainda não existe uma abordagem terapêutica
padronizada. No entanto, pode ser prevenida e existe na literatura protocolos
que possibilitam a redução da incidência da ORN por meio de cuidados no período
pré, trans e pós-radioterapia. Espera-se que a incidência de novos casos seja
cada vez menor devido ao avanço das tecnologias, de forma simultânea com o
desenvolvimento de novos métodos preventivos.
Assessoria de Comunicação Casa Durval Paiva
Foto relacionada à divulgação
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