Com o
objetivo de chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce do
câncer em crianças e adolescentes, o nono mês do ano ganha cor e significado
diferenciados, é o Setembro Dourado. Para intensificar as discussões em torno
do tema, a Associação de Apoio aos Portadores de Câncer de Mossoró e Região
(AAPCMR) promoverá algumas ações ao longo do mês. As atividades terão início
amanhã, 12, às 15h, com palestra, na Unidade Infantil da instituição.
Na ocasião,
a onco-hematologista infantojuvenil, Edvis Serafim, abordará a importância do
diagnóstico precoce. Em seguida, pessoas que já receberam o diagnóstico de cura
e seus familiares relatarão suas experiências aos pacientes em tratamento.
A campanha
ganha importância ante estimativas do Instituto Nacional de Câncer José de
Alencar Gomes da Silva (INCA), que apontam para a ocorrência de 12.600 novos
casos de câncer na faixa etária de zero a 19 anos de idade, no Brasil, em 2017.
Ainda de
acordo com o Instituto, o câncer é a principal causa de morte por doença em
crianças e adolescentes. "Entre 2009 e 2013, a doença foi responsável por
cerca de 12% dos óbitos na faixa de 1 a 14 anos, e 8% de 1 a 19 anos. Foram
registradas 2.724 mortes por câncer infantojuvenil no Brasil em 2014 (ano mais
recente com informações consolidadas)", informa o site do INCA.
Apesar dos
índices alarmantes, a doença tem cura e as chances são melhores quando a
descoberta é realizada no início. “O índice de cura do câncer em criança, desde
que o diagnóstico seja feito precocemente, gira em torno de 70% a 90%”, afirma
a onco-hematologista infantojuvenil, Edvis Serafim. “Essas são chances de cura
muito boas para as crianças hoje em dia”, acrescenta.
“E para que
o diagnóstico seja feito precocemente essas crianças têm que ser levadas aos
pediatras de urgência, porque os sinais e sintomas são bem parecidos com os de
outras doenças”, alerta a médica, destacando a necessidade de que os pacientes
tenham acesso ao serviço para que a doença seja esclarecida.
Embora os
sinais e sintomas sejam parecidos, a médica adianta alguns pontos que podem
servir de sinal vermelho aos pais. “O sinal de alerta para os pais é se sua
criança tem algum sinal ou sintoma, como anemia ou alguma febre, se ela está
diferente do que é normalmente, ela deve procurar um pediatra, um clínico ou um
pronto-socorro para que faça esse diagnóstico diferencial, se realmente é uma
virose ou se há uma doença oncológica por trás”, acrescenta Edvis Serafim.
A médica
explica que as faixas etárias em que o câncer infantojuvenil se manifesta mais
comumente são entre os três e cinco anos de idade e, posteriormente, na
adolescência. “São os dois picos de câncer e é exatamente quando as crianças
não vão ao médico”, afirma.
Já o tipo
mais comum da doença na infância é a leucemia. “Leucemia, nessa idade dos três
aos cinco anos e na adolescência vem as leucemias também e os tumores ósseos”,
esclarece Edvis Serafim.
TRATAMENTO
VARIA DE ACORDO COM O TUMOR
A
onco-hematologista infantojuvenil, Edvis Serafim, explica que atualmente existe
um leque de possibilidades em relação ao tratamento de crianças e adolescentes
oncológicos. “Dependendo do tumor, o tratamento pode ser quimioterápico, pode
ser quimioterápico e cirúrgico, poder ser quimioterápico, cirúrgico e
radioterápico e poder ser quimioterápico, cirúrgico, radioterápico e
transplante”, detalha.
O tratamento
visa também o bem-estar do paciente a longo prazo. "Então, hoje tem uma
imensa faixa de tratamento para criança e a criança recebe o melhor tratamento
para que ela não tenha sequela no futuro. Ela tem que voltar para uma
faculdade, ela tem que estudar, ela tem que ser mãe”, diz a médica.
CASOS
TRATADOS NA LMECC
Segundo
dados do setor de Recursos Humanos da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao
Câncer (LMECC), em 2016 foram diagnosticados e tratados 17 casos da doença em
crianças e adolescentes.
Desse total,
50% são referentes a leucemia e linfoma, 30% a Neoplasia Maligna do Sistema
Nervoso Central, 10% tumores hepáticos e 10% tumores de células germinativas.
Assessoria AAPCMR Casa de Apoio
assessoria.aapcmr@gmail.com
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