“Queremos
formar não apenas CPFs, mas também CNPJs, atuando em um novo modelo para a
ciência e a tecnologia que gere um bem social”, afirmou a reitora da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Angela Maria Paiva Cruz, no
debate “Café com Inovação” nesta terça-feira, 22, durante a 1ª Conferência
Internacional de Inovação Tecnológica em Saúde, realizada desde a última
segunda-feira, 21, no auditório da Escola de Governo, em Natal.
Durante a
solenidade de abertura na segunda-feira, a reitora defendeu o papel das
universidades no processo de inovação com vistas a melhorar a qualidade de vida
das pessoas. Seu discurso foi complementado nesta terça-feira, quando
apresentou os avanços e desafios da UFRN na área e expôs o enfrentamento das
instituições públicas de ensino superior para produzir não apenas artigos e
livros, mas também a inovação, cuja transformação em produtos para a sociedade
depende da interação com as empresas.
O mesmo
ponto de vista foi compartilhado pelos demais participantes do debate, os quais
enfatizaram dificuldades para aproximar universidades e indústrias
principalmente por entraves burocráticos. O presidente da Associação Brasileira
da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO), Franco
Pallamolla, citou que os problemas nos marcos legais são gerados pela carência
de diferenciação entre política de governo e política de estado, sendo esta
última necessária para fortalecer a inovação e os investimentos em ciência e
tecnologia. “As instituições de ensino têm os papers, mas não conseguiram
convertê-los em nota fiscal”, avaliou.
O exercício
da inovação aberta no Brasil foi exposto pelo gerente de P&D da Samsung,
Miguel Lizarraga, enquanto o reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte (UERN), Pedro Fernandes, abordou os desafios da inovação dentro do
processo de interiorização. Mediado pelo coordenador do LAIS, Ricardo Valentim,
o “Café com Inovação” contou ainda com a presença do pró-reitor de Pesquisa e
Pós-Graduação da Universidade Feevale, João Alcione Figueiredo, que adicionou
questões referentes à interdisciplinaridade no ensino e à retenção de talentos.
Promovida
pela UFRN, por meio do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), a
Conferência segue até quarta-feira, 23, com enfoque nos impactos da inovação em
saúde no Brasil. A palestra de abertura foi conduzida por Ricardo Cury,
professor associado clínico da Universidade Internacional da Flórida e
presidente diretor executivo da Associação de Radiologia do Sul da Flórida, que
abordou o tema “Os processos e impactos da inovação no diagnóstico por imagem:
experiência do Miami Cardiac and Vascular Institute”. A programação inclui
palestras de Adriano Massuda, Anne Boyer, Gard Titlestad e Lucas Cassiano, além
de sete mesas redondas e encerramento com a segunda Reunião da Rede
Sociotécnica de Formação Humana em Saúde. [Marina
Gadelha/Wilson Galvão – Ascom/ Reitoria/UFRN]
Fotos: Cícero Oliveira
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