DOS BATISTAS DO SERIDÓ
Por Fernando
Antonio Bezerra*
Esclareço,
logo no início, que a pesquisa original não é minha. Fui encontrá-la nas letras
produzidas pelos grandes genealogistas Arysson Soares da Silva, José Augusto
Bezerra de Medeiros, Olavo de Medeiros Filho e Sinval Costa. Referem-se os
ilustres pesquisadores a numerosa família Batista do Seridó que José Augusto
menciona como uma das recentes da região, contudo, “das que maior descendência
tiveram, principalmente no município de Caicó, a cujo progresso tem prestado
bons e leais serviços. Uma característica digna de acentuar na família Batista
é a longevidade. Vários de seus membros tem conseguido transpor um século de
existência”.
Segundo os
citados autores, o tronco principal da família Batista do Seridó é o casal João
Batista dos Santos e Maria Marcelina da Conceição. Sobre João o que se tem é
que é filho de João Alves dos Santos e Helena Dorneles de Bittencourt ou Helena
Rosário de Melo. Os pais de Marcelina são: Antonio de Azevedo Maia (2º) e
Micaela Dantas Pereira. O casamento ocorreu na Fazenda Conceição, no dia 25 de
agosto de 1791. O nome Batista, segundo Sinval Costa, decorre da avó de João,
mãe de João Alves, chamada Joana Batista da Encarnação, esposa de Domingos
Álvares dos Santos ou Domingos Alves dos Santos.
João Batista
e Marcelina moraram um período no brejo paraibano; após a seca de 1825, na
Fazenda Travessia, freguesia de Patos, e no “Catururé” no atual território de
Jardim do Seridó. Maria Marcelina faleceu em 1844, no dia 26 de maio. João
Batista foi mais além, ficando sob a guarda de seu filho, o Major Batista da
Inez.
Aliás, do
casal João Batista e Maria Marcelina a primeira descendência é formada pelos
filhos: Maria Joaquina da Conceição; Antonio Batista dos Santos; Antonia Maria
da Conceição (Totonha Parteira); José Batista dos Santos (ten-coronel José
Batista); Manoel Batista dos Santos (Major Batista, da Inez); João Batista dos
Santos (2º); Joaquim Alvares dos Santos; Ana Maria de Jesus; Alexandre Batista
dos Santos; Isabel Maria de Jesus; Caetano Batista dos Santos; Cosme Batista
dos Santos; Francisco Batista dos Santos; José Alves dos Santos.
Em
genealogia, apesar do cuidado dos pesquisadores, um ou outro nome pode escapar,
mas da prole numerosa de João Batista e Maria Marcelina alguns merecem registro
adicional. Antonio Batista dos Santos, por exemplo, é considerado o fundador de
Jucurutu. A história anotou que Antonio Batista, por gratidão e fé, construiu a
capela em honra a São Sebastião por graça alcançada, fato que marcou o início
de Jucurutu. Por sua vez, o Tenente-coronel José Batista dos Santos, ao fundar
a Fazenda Timbaúba, constituiu o marco histórico de fundação de Timbaúba dos
Batistas, cidade posteriormente desmembrada do Município de Caicó por
proposição do Deputado Manoel Torres de Araújo. O Major Batista, da Inez, outro
filho mencionado, foi grande empreendedor, um dos maiores proprietários de
terras no Seridó que a gente ama.
E daí por
diante… Um Batista de hoje, dificilmente, não tem no sangue um pouco do casal
João Batista e Maria Marcelina e de seus descendentes. Não é muito se
avaliarmos outras nações, mas já se vão, pelo menos, 250 anos de presença da
família Batista no Seridó do Brasil, alguns até sem o sobrenome, mas com o
sangue misturado a partir da descendência do primeiro núcleo mencionado.
Enfim, as
novas gerações vão chegando, a família aumentando, os ramos da árvore criando
novas derivações e o Seridó, pelos laços e entrelaços da vida, vai se consolidando
como a boa terra dos primos e primas, onde a maioria se reconhece pelo
parentesco, fato que deve ser celebrado, algo que motiva fraternidade e
reencontros.
*Fernando Antonio Bezerra é potiguar do
Seridó, advogado e membro do Instituto de Genealogia do Rio Grande do Norte. Com
post em Substantivo Plural.
Foto relacionada à publicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário