No Brasil, segundo dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), a prevalência estimada é de cerca de 8% entre as
gestantes com mais de 20 anos e representa 37% das mortes maternas.
O diabetes
gestacional, assim como os demais tipos de diabetes, acontece quando o corpo
não consegue produzir quantidade suficiente de insulina, hormônio produzido
pelo pâncreas e que controla a quantidade de açúcar no sangue. Definido pelo
Ministério da Saúde como a intolerância aos carboidratos, com intensidades variadas
e diagnosticado pela primeira vez durante a gestação - podendo ou não continuar
depois do parto -, o diabetes na gravidez é identificado geralmente a partir da
24ª semana de gestação, sendo desenvolvido por cerca de 3 a 25% das mulheres
grávidas.
Durante os
próximos dois dias (22 e 23) especialistas no assunto estarão reunidos no I
Simpósio Científico de Diabetes, promovido pela Maternidade Escola Januário
Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (MEJC-UFRN). O evento que
acontece no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS) promoverá o debate
acerca dos protocolos assistenciais, a atualização dos avanços e das inovações
nas pesquisas em diabetes gestacional, além de contar com a participação da
Profa. Dra. Elaine Moises da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (FMRP-USP), com a palestra: “O Manejo do Diabetes
Melitos na Gestação: a experiência do serviço da FMRP-USP.
O Simpósio
surgiu a partir da necessidade de se discutir o protocolo do pré-natal, afirma
a médica Maria da Conceição Cornetta, gerente de ensino e pesquisa da
maternidade, coordenadora do evento especialista no tema. Segundo a médica, o
pré-natal é um importante recurso assistencial para diminuir as alterações
fetais e maternas ocasionadas pelo diabetes. “O pré-natal destina-se a garantir
o melhor estado de saúde possível para a mãe e para o bebê. No caso do diabetes
gestacional os cuidados são rigorosos e consegue-se assim evitar cesarianas,
reduzir o número de nascimentos prematuros e os de peso excessivo, acima de 4kg
e o acompanhamento do pré-natal proporciona a prevenção e também o tratamento
precoce do diabetes gestacional”, completa.
Referência
na gestação de alto risco no Estado do Rio Grande do Norte, a MEJC, hoje
filiada a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), atende uma
média de 20 a 30 pacientes por mês diagnosticadas com a doença que pode vir a
causar dano para o binômio materno fetal.
Essa
patologia tem uma importância grande, tanto para a mulher quanto para o feto,
relata a médica especialista em gestação de alto risco da maternidade, Patrícia
Fonseca. “Primeiramente, 50% das mulheres que engravidam após os 40 anos
desenvolvem diabetes gestacional, o que pode elevar a incidência de
pré-eclâmpsia na gravidez e provocar partos prematuros. Quanto ao bebê, além de
ter mais chance de ser diabético no futuro, pode passar por algumas
complicações associadas a possíveis morbidades, sobrepeso, icterícia e
problemas respiratórios”, fala a médica.
Na
maternidade, todas as pacientes passam por um teste de rastreamento e
diagnóstico de diabetes seja pela glicemia em jejum, seja pela curva glicêmica.
“Aqui é feito um diagnóstico de diabetes para todas as gestantes, mesmo quando
a mulher não tem a doença. Se diagnosticada com diabetes, a gestante
inicialmente é orientada a realizar dieta e controle dos níveis glicêmicos”,
esclarece a médica preceptora da enfermaria de alto risco da maternidade,
Quitéria Meirelles.
Ela ainda
revela que cerca de 80% dos casos conseguem ser controlados por essa dieta, mas
a alimentação da sociedade brasileira não ajuda muito. “Como o Brasil tem uma
população que consome muito carboidrato, muitas vezes a dieta não consegue ser
seguida e controlada, fazendo assim o uso da insulina durante a internação da
grávida”, comenta.
Estudos da
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) apontam que combater a obesidade e
praticar atividades físicas são os melhores métodos preventivos para a
diabetes. “Manter um controle nutricional e praticar exercícios podem reduzir
em até 60% o risco de desenvolver essa doença. Se a mulher for obesa e
sedentária, o risco de desenvolver a diabetes gestacional é muito maior. É
necessária uma alimentação balanceada em qualidade de alimentos e no horário
correto”, esclarece o profissional de educação física da MEJC, Sávio Camargo.
Rodas de Conversa na MEJC
Após
realizarem a primeira medição para o perfil glicêmico, as gestantes participam
de uma roda de conversa com o objetivo de tirar suas dúvidas e receber as
orientações corretas acerca dos riscos e dos cuidados a serem tomados frente ao
diagnóstico da diabete gestacional.
A roda de
conversa é realizada por uma equipe multiprofissional composta por psicólogos,
nutricionistas, endocrinologistas, obstetras, profissionais de educação física,
enfermeiros e farmacêuticos e acontece todas as segundas-feiras às 8h no
ambulatório de pré-natal de alto risco da maternidade.
“Conversar
sobre a maneira que elas têm de se comportar em relação aos hábitos de vida, no
âmbito da alimentação e atividade física, que tem o papel muito importante no
controle da glicemia é um dos objetivos da roda de conversa”, afirma Sávio.
Assessoria de Comunicação da MEJC
Telefone: 84 3215.5976 / 5991
comunicacao.mejc@ebserh.gov.br
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