A morte de Dona Letícia e os dentes
rilhados de ódio
Como os jornais escondem as notícias
Qualquer
editor de primeira página sabe que matérias diagramadas no lado direito e em
uma só coluna tendem a ter menos leitura que aquelas dispostas no lado esquerdo
e ocupem mais de uma coluna. Com foto, então,
duplica-se o poder comunicacional.
À exceção de
O Estado de S. Paulo os outros jornais nacionais de referência expuseram com,
digamos, discrição o falecimento de Dona Marisa Letícia.
Como são
todos de oposição a Lula trataram de, taticamente, anular de alguma forma o
evidente impacto causado pela morte de Dona Marisa.
Além disso,
nenhum jornal nacional de referência deu qualquer destaque à forma cruel,
desonesta e peçonhenta com que médicos trataram o assunto, expondo a intimidade
de uma paciente em estado fragilizado e crítico.
Jornal, se
você não é do ramo, também pode informar pela desinformação ou minimização de
determinada pessoa pública.
Explico:
TVs, rádios ou jornais em nenhum momento tentaram ouvir Lula a respeito. Houve
tão-somente uma ou outra alusão a notas divulgadas pelo ex-presidente em que
falava a respeito do estado de saúde de Dona Marisa.
Mais
claramente: houve informação pela desinformação quando falou-se unicamente na
doença de Dona Marisa; e minimização quando ocultou-se das câmeras e das
páginas a figura icônica de Lula. Não lhe foi pedida qualquer declaração.
Foi-lhe negada a palavra.
É que todos
os editores, e especialmente os magnatas da imprensa brasileira, sabem que num momento
como esse qualquer aparição de Lula como vítima significaria magnificar sua
aura de pessoa em processo de dor; consequentemente, reafirmar sua pessoa
midiática – e essa pessoa é política.
Isso teria
consequências políticas indesejáveis. E tais consequências a nata da indústria
jornalística não deseja. Afinal, 2018 é amanhã, não é mesmo?
O episódio
deixa-nos outra lição: um poderoso processo de ódio das camadas mais poderosas,
que não se deterão até consumar todos os seus instintos: de poder, de exploração
dos mais pobres, de locupletação, de manipulação, domínio e entrega do
patrimônio ao grande capital nacional e internacional.
Triste
Brasil.
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