A SESAP/RN esclarece a população sobre a
febre amarela e a vacina
Tendo em
vista o aumento no número de casos notificados de febre amarela, desde o início
de 2017 no Estado de Minas Gerais, a Subcoordenadoria de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap-RN), emitiu nota
esclarecendo sobre o surto da doença e as recomendações de vacinação.
A Febre
Amarela (FA) é uma enfermidade hemorrágica viral aguda transmitida por
mosquitos infectados. Os meses de dezembro a maio são os meses em que ocorre
maior número de casos de transmissão da doença em grande parte do Brasil,
período em que as condições climáticas e ambientais estão mais favoráveis ao ciclo
dos mosquitos vetores.
O ciclo da
Febre Amarela é habitual em primatas não humanos (macacos), que transmitem a
doença ao serem picados pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que
residem na mata. Esses mosquitos ao picar macacos doentes se contaminam com o
vírus da febre amarela, que é um arbovírus do gênero flavivírus, e assim, se
tornam os vetores da doença, podendo transmiti-la para outros macacos e para
humanos que entram em contato com ambiente de mata.
Atualmente,
o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. As notificações da
doença em MG, que é uma região de risco para a febre amarela no Brasil, mostram
que os casos notificados são de pessoas que residem muito perto de áreas de
mata, no meio rural e não urbano.
Entretanto,
há uma preocupação quanto à chegada da doença em área urbana o que pode ser
considerado catastrófico. Pois em ambiente urbano, o transmissor da febre
amarela passa a ser o mosquito Aedes aegypti (responsável também pela
transmissão da zika, chikungunya e dengue), encontrado em grande abundância em
áreas urbanas e o seu controle não tem se mostrado eficaz.
Para que a
transmissão urbana da febre amarela ocorra, é preciso que uma pessoa na área
rural, infectada com o vírus, circule pelo meio urbano e seja picada pelo
Aedes. O mosquito, então, passaria a contaminar pessoas susceptíveis (não
vacinados ou que não tenham contraído a doença antes). Os últimos casos de febre amarela urbana
(transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.
SINTOMAS E
VACINA
Os sintomas
da febre amarela são: febre súbita, dor de cabeça, icterícia, dores musculares,
náusea, vômitos e fadiga. O termo “amarela” se refere à icterícia que acomete
alguns pacientes. A doença pode ser prevenida por uma vacina eficaz e segura
para o uso, disponível nos postos de saúde.
A vacinação
contra a febre amarela é recomendada às pessoas que residem ou viajam para
regiões silvestres, rurais ou de mata, para as quais há recomendação desta
vacina. O Ministério da Saúde definiu a manutenção do esquema de duas doses da
vacina contra a Febre Amarela no Calendário Nacional, sendo uma dose aos noves
meses de idade e um reforço aos quatro anos.
A vacina
contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de
Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Em 2016, foram
repassados aos estados mais de 16 milhões de doses, sendo que para o Rio Grande
do Norte foram disponibilizadas 36.400 doses. Todos os municípios estão
abastecidos com a vacina e o RN tem estoque suficiente para atender a população
nas situações recomendadas. A SESAP/RN alerta para a necessidade dos municípios
em informar e vacinar viajantes que se dirigem para áreas onde é obrigatória a
certificação da vacina contra a febre amarela e ainda, que não há critérios
epidemiológicos para recomendação de vacina para a população.
A
recomendação de vacinação para a população continua a mesma: toda pessoa que
reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que
vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, deve
se imunizar. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de
recomendação para a vacina.
Ainda que o
Rio Grande do Norte esteja fora da área de risco para a febre amarela, a
subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap, Maria de Lima Alves,
esclarece que desde o mês de janeiro de 2016, o órgão vem intensificando as
ações de monitoramento das notificações de casos e de óbitos suspeitos por
arboviroses, como zika, dengue e chikungunya) transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti.
Assim é
possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos e evitar também
a urbanização da doença por meio do controle de epizootias e de vetores, com o
objetivo de antecipar a ocorrência da doença.
“A recomendação mais importante neste momento
continua sendo o controle do vetor Aedes aegypti através da eliminação das
condições que favorecem ao ciclo do mosquito. Para as pessoas que necessitam se
deslocar para Estados onde há recomendação de vacina contra a febre amarela que
procurem os postos de saúde com antecedência de dez dias para se vacinar”,
orienta Maria Lima. [Ascom/Sesap]
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