Nossas namoradas não trepavam
(Tínhamos
exceções, é claro)
Por Ciduca Barros*
Não posso deixar o
romântico e lírico “DIA DOS NAMORADOS” sem o meu comentário, eu que também fui
um apaixonado namorado no Século XX. Atualmente, os namorados dormem,
placidamente, nas camas das suas respectivas namoradas (e vice-versa), e me
peguei pensando nostalgicamente:
– Pô! Que jejum sexual a
minha geração encarou. Nossas namoradas não trepavam!
Atualmente, a liberdade
(ou seria condescendência?) sexual é tão grande que já foi criado até um novo
vocábulo: namorido. Que é um misto de namorado com marido, ou, melhor dizendo,
o cara que “come” a namorada.
Nas décadas de
1950/1960, na cidade de Caicó, com garotas imaculadamente virgens e com seus
pais machistas e marcando “em cima”, qual rapaz conseguiria burlar aquela
marcação e ficar “em cima” da sua namorada? Na realidade, esporadicamente,
poderia haver um “pega” mais pesado, um sarro como se dizia à época, o que era
bem pior: o casal não chegava aos “finalmentes” e o cara ficava com os
testículos doendo pelo resto da noite.
Naquela fase de nossas
jovens vidas, se algum rapaz, achando alguma “brecha” na barreira paterna,
conseguisse abrir uma “brecha” no entrepernas da sua namorada, aquela menina
seria, fatalmente, estigmatizada pela sociedade, para sempre:
– Aquela lá é uma
doidivanas – dizia alguém.
– Fulana de Tal? Aquela
não é mais virgem – falava outro.
Aliás, no nosso tempo,
virgindade era uma forte moeda e a menina que continuasse virgem ficaria,
logicamente, numa zona de conforto, obviamente, sendo forte candidata ao
casamento. E tem mais, a própria rapaziada se encarregava de taxar algumas
garotas mais avançadinhas de “sarreiras”.
Todos nós, daquele
passado retrógrado, conhecemos casos de recém-casadas que, no dia seguinte à
presumível “lua-de-mel”, foram devolvidas por inexistência do “mel”, decisão
esta que era respaldada pelo, também retrógrado, Código Civil Brasileiro,
felizmente, já devidamente reformulado.
Podemos afirmar que
nossas namoradas não transavam, mas nos lembremos de que “toda regra tem
exceções”.
Volvendo os olhos para o
nosso passado amoroso, observando tudo do novo ângulo da modernidade atual,
quando hoje tudo é permeado pela permissividade, podemos dizer que éramos uns trogloditas,
além de grandes punheteiros, é claro.
Duplos parabéns aos
jovens da atualidade:
1) pelo romântico “Dia
dos Namorados”;
2) por desfrutarem
largamente da liberdade sexual do Século XXI.
*Com exclusividade na página do Bar de Ferreirinha
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