O filme será lançado dia 24 em duas sessões abertas
ao público e aborda a relação das pessoas com o rio e esclarece o desastre que
matou 40 toneladas de peixes em 2007
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Fotos por assessoria: divulgação
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No dia 24 deste mês
acontece a pré-estreia do documentário Rio Contado, dos analistas ambientais Airton
De Grande e Alvamar Queiroz. O evento, que será realizado no auditório do
Ibama, conta com duas sessões abertas ao público: às 14h e 19h. Na véspera, no
dia 23 às 14h30, haverá uma exibição exclusiva para a imprensa. O filme, de
1h40, mostra a relação das pessoas com um dos principais rios do Rio Grande do
Norte, o que dá nome ao estado, o Rio Potengi. Segundo Alvamar Queiroz, para
quem o rio faz parte da própria vida, “O poder público ainda não deu a atenção
que o Potengi precisa. Rio Contado é um recado claro para as autoridades."
Resultado de uma
produção independente, o filme é dirigido pelo documentarista Airton De Grande,
mestre em Multimeios pela Unicamp. "Logo percebemos que abordar apenas a
temática ambiental deixaria o filme triste e entediante. O que dá vida ao rio
e, consequentemente, ao documentário, são as
pessoas que moram em suas
margens", aponta De Grande. A equipe percorreu, durante dois anos e meio,
cerca de 1,5 mil km e ouviu mais de 100 pessoas desde a sua nascente em Cerro
Corá, passando por São Tomé, Barcelona, São Paulo do Potengi, São Pedro, Ielmo
Marinho, São Gonçalo do Amarante até chegar à sua foz, em Natal.
No decorrer do percurso
do Potengi, cerca de 180 Km, eles registraram as diferentes visões e a memória
dos ribeirinhos, que recriam a vida do Potengi através de histórias inusitadas,
lembranças de infância, melodias saudosas e até relatos fantásticos, como casos
de assombração e de um navio fantasma. O filme mostra também a importância das
águas do Potengi para a população e como a urbanização e o progresso o agridem,
retirando sua areia, jogando lixo e esgoto em seu leito - todas as cidades, da
nascente à foz, lançam esgotos no Potengi. Em Ielmo Marinho, por exemplo, a
retirada descontrolada de areia do rio provocou o rebaixamento do lençol
freático, deixando os agricultores sem água em suas terras.
A narrativa é
estruturada em 17 blocos que permitem ao espectador acompanhar tanto o
deslocamento do rio pelo estado quanto as temáticas que abrange, como economia,
cultura, religião, lendas, etc. Além de populares, foram entrevistados também
intelectuais e acadêmicos, como os jornalistas Vicente Serejo e Woden Madruga,
o fotógrafo Giovanni Sérgio, o artista plástico Dorian Gray Caldas, a
historiadora Fátima Martins Lopes, que alternam saborosos depoimentos pessoais
com registros históricos.
O filme traz à tona
também um caso que ainda permanece envolto numa espécie de mistério: o desastre
ambiental do estuário do Potengi, em 2007, quando morreram 40 toneladas de
peixes. Com base em depoimentos e documentos inéditos disponibilizados pela
Polícia Federal e Ibama, o documentário reconstrói o episódio, que está entre
os maiores acidentes ambientais do Brasil. Na ocasião, a culpa recaiu sobre a
fazenda de camarões do grupo Veríssimo & Filhos. Porém, as informações
agora reveladas pelo filme mostram que os responsáveis foram outros. E que até
o momento permanecem incólumes. "O rio tem muitas histórias bem contadas,
mas esta estava mal contada. A população precisava conhecer o desfecho dessa
história, que tinha detalhes até hoje escondidos", esclarece De Grande. [por assessoria de imprensa]
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