Por Karine Pansa*
Foi muito importante a
retomada, em 2014, do Prêmio VivaLeitura, realizado entre 2006 e 2011 e depois
interrompido. O seu significado está expresso com clareza no objetivo de estimular
e fomentar a leitura e enfatizar a sua decisiva missão no ensino. Por isso, é
necessário que os responsáveis por sua realização adotem todas as medidas
necessárias para garantir sua periodicidade anual regular. Como se sabe,
trata-se de uma iniciativa dos ministérios da Cultura e da Educação e da
Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura
(OEI), com apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da
União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da Fundação Santillana.
Apesar de respaldado por
todos esses órgãos, a importante iniciativa sofreu interrupção por alguns anos.
Tal problema mostra que as políticas públicas para o setor precisam contar com
bases fortes de sustentação institucional. Daí o significado de se converter em
lei o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), do qual o prêmio faz parte,
assim como numerosas outras ações e medidas muito relevantes. Projeto de lei
nesse sentido, de iniciativa do Executivo Federal, encontra-se em análise na
Casa Civil.
O projeto conta com o consenso das entidades
do setor editorial e estabelece um norte para o livro em nosso país. Sua
acolhida seria muito boa no Congresso Nacional, considerando as numerosas
manifestações espontâneas de apoio e a existência de frentes parlamentares de
defesa da leitura. Assim, esperamos que, logo no início do segundo mandato da
presidente Dilma Rousseff e da nova Legislatura federal, o PNLL transforme-se
em lei, constituindo-se em poderoso instrumento para o sucesso da meta de
transformar o Brasil num país de livros e leitores.
É nesse contexto que
comemoramos a retomada do VivaLeitura, cuja cerimônia de entrega realizou-se em
Brasília, dia 16 de dezembro último, quando o vencedor em cada categoria
("Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias"; "Escolas
Públicas e Privadas"; "Promotor de leitura - pessoa física; e
"ONGs) recebeu R$ 25 mil. Mais do que o valor em dinheiro, o prêmio é
relevante em função das áreas e forças da sociedade que congrega, ou seja,
escolas do Ensino Fundamental, academia, bibliotecas e instituições sociais.
Tais organizações reúnem grande parte do universo do mercado editorial no
Brasil, abrangendo pessoas físicas e jurídicas cujo trabalho é decisivo para o
incentivo à leitura.
Na promoção do livro, o
prêmio, assim como todas as medidas previstas no PNLL, soma-se às bienais e
feiras realizadas em vários estados brasileiros, aos programas de compras do
setor público, certames literários e do mercado editorial, como o Jabuti, ao
permanente trabalho das editoras, incluindo a descoberta de novos autores,
livrarias, distribuidores e creditistas e outras iniciativas focadas no
estímulo à leitura. Esse esforço deve ser permanente!
Para a CBL, responsável
pelo Jabuti, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo e várias outras ações
de fomento ao livro, o VivaLeitura 2014, além de seus importantes objetivos,
teve um significado singular: a homenagem a Lúcia Jurema Figueirôa, diretora da
entidade e gerente de Relações Institucionais da Editora Moderna, falecida em janeiro de 2014. Em sua retomada,
o prêmio teve o nome da brilhante pessoa e profissional, cuja carreira foi um
exemplo de dedicação ao estímulo da leitura.
Sem dúvida, homenagem
muito pertinente, pois todos os objetivos do prêmio coincidem com os propósitos
defendidos e praticados por Lúcia Jurema Figuerôa ao longo de sua vida. Que seu
legado imortal torne perenes o PNLL e o VivaLeitura, ao qual ela empresta a
força de seu nome.
*Karine Pansa, empresária do setor editorial, é a
presidente da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Na Folha Online - 19/1/2015.
Câmara Brasileira do Livro
[cbl@cbl.org.br]
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