CASAS PAREDE E MEIA
Com textos de Geraldo
Anízio*
No sertão
a maioria das
casas tem esse formato com arquitetura comum e ligadas uma as outras sem nenhuma
brecha! Não por falta
de espaço, mas, os moradores antigos, tinham o costume de construir na
rua, como eles mesmos chamavam, as casas pegadas ou mais conhecida como parede
e meia; É que, também, costumavam por as cadeiras de balanço ao entardecer nas
calçadas para conversar e contar histórias. A vida pacata e bucólica da cidade
trouxe a tradição da prosa e da solidariedade nos pequenos lugarejos. Os que
moravam em sítios, vez por outra comentavam em fazer uma casa e morar na rua. Morar na rua significava
morar na cidade. Porém as casas com o tempo foram tomando ares de cidades
grandes e alterando os estilos funcionais de construírem as moradas dos que
nasceram no sertão nordestino.
COPEIRA E POTES DE BARRO
No sertão
esfriava-se água em potes, acima dos potes de beber água, a copeira de madeira e copos de alumínio bem areiados e brilhosos. A frieza do pote é natural do
barro que é da terra. Cultura milenar vinda desde dos egípcios. Nos sítios,
fazendas e cidades eram comuns os potes nas casas de moradas, bodegas,
escolas... Na casa de meus pais, dois potes grandes para água de beber, dois na
cozinha para comidas e lavagem de pratos e um no banheiro. Por muito tempo,
carreguei as águas em galões das cacimbas e açudes da localidade de onde a
gente morava. Com o tempo as coisa foram se adequando à modernidade e o pote
ficou em desuso total. Esporaticamente se encontram em algumas localidades
regionais do sertão. Assim foi no sertão por muitas décadas até que a
modernidade tomasse o lugar da naturalidade sertaneja.
GARRANCHEIRA
Ó cerca... Ó ramada... Ó
sertão!
No sertão pouco se faz cercas
usando bons acessórios! Lá o sertanejo usa e sobrevive do que tem no cercado
dele. As cercas na maioria é feita de lascas de caibros de juremas,
pereiro, e, de outras árvores da
redondeza! Garranchos também servem para remediar os espaços para evitar de
ovelhas e animais pequenos passem de um cercado para outro. Pouco se vê hoje,
antes, via-se nas ruas, mulheres e rapazotes com feixos de garranchos e
varavalhas para venderem. Tudo isso sem contar as furadas dos espinhos no meio
dos juremais.
NO SERTÃO PREDOMINA A COR CINZENTA
No sertão a caatinaga fica
seca de cor cinzenta pela ausência
d'água. O verde é bonito, a cor cinza
também vê-se beleza nela! Lá os animais são sadios,, por exemplo o gado não
tem berna, ovelhas e bodes são adaptados ao meio. O bode sobrevive roendo as
cascas das árvores e chegam a engordar. Os contrastes fazem a harmonia dizia Aristóteles.
A máxima popular "Deus dá o frio conforme o cobertor" condiz com a
realidade paradoxal vivida por quem mora numa terra de pouca chuva e muito sol.
*Com post napágina de Geraldo Anízio
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