A sorte dos africanos
Walter Medeiros*
waltermedeiros@supercabo.com.br
Os africanos vitimados
pelo vírus ebola tem sorte de não viverem no Brasil e estarem longe dos seus
órgãos de medicina, saúde e vigilância. Se a epidemia estivesse acontecendo
aqui, a orientação da Organização Mundial de Saúde – OMS passaria primeiro pelo
crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, que proíbe o uso de
auto-hemoterapia e, entre outros órgãos, do Conselho Federal de Medicina – CFM,
que aprovou parecer incompleto e tendencioso afirmando que a técnica não teria
comprovação científica. Ou seja, aqui seriam necessários muitos anos de espera
por providências que nunca chegam para testar uma terapia que vem salvando
vidas há quase duzentos anos.
Neste final de semana a
grande notícia na área de saúde pública é que a OMS recomenda usar sangue de
pessoas curadas para tratar ebola. A OMS não diz com base em que o sangue de
pessoas curadas seria ou poderia ser eficaz no referido tratamento. Isto nos
leva observar que, da mesma forma que pode ser o sangue de pessoas curadas
poderia ser sangue de pessoas que não foram infectadas ou das próprias pessoas
infectadas, pois a imunidade do organismo é multiplicada por quatro com a
aplicação da auto-hemoterapia.
Faz muito tempo que é
mostrado pelo Dr. Luiz Moura que o corpo humano consegue produzir os anticorpos
necessários para combater uma infecção causada pelo ebola. A OMS alega que
assim, em teoria, os anticorpos que já fizeram efeito em um sobrevivente da
doença podem ser transferidos pelo sangue para um paciente doente, ajudando o
sistema imunológico dele para resistir ao vírus. Esta justificativa mostra que
a entidade está muito atrasada na compreensão das terapias do sangue. E poderia
convocar o Dr. Moura para uma consultoria de emergência, ou pelo menos fazer
uma releitura do que já foi escrito por ele e outros a respeito, com base em
experiências práticas e exitosas.
Antes tarde do que
nunca, uma das diretoras da OMS, Marie Paule Kieny disse que "Existe uma
chance real agora de que um produto derivado do sangue de pessoas curadas possa
ser efetivo no tratamento de pacientes". Aliás, ela foi mais enfática ao
dizer que "Nós concordamos que a terapia com sangue pode ser usada para
tratar o vírus do ebola e precisamos colocar todos os nossos esforços para
ajudar países infectados." Observou ainda que "Várias pessoas
sobreviveram ao vírus e estão bem. Elas podem doar um pouco do seu sangue para
tratar as outras pessoas que ainda estão doentes".
A OMS considera que não
haveriam “dados em grande escala sobre a eficiência de uma terapia com sangue,
já experimentada no passado”. Mas informa que “Estudos feitos em um surto do
ebola em 1995 na República Democrática do Congo indicaram que sete de um total
de oito pessoas sobreviveram à doença após terem recebido um tratamento usando
sangue de pessoas que sobreviveram ao mal”. Desde o dia 30 de julho o uso da
auto-hemoterapia é defendido para prevenir ebola, conforme matéria deste blog:
http://hemoterapia.org/informacoes_e_debate/ver_opiniao/auto-hemoterapia-e-arma-para-tratar-ebola-a-auto.asp
Entretanto, a técnica está proibida no Brasil, daí a Carta que está sendo
assinada no facebook,
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=712155925505199&set=gm.624525897666332&type=1&theater
. Já que a OMS propõe o uso de sangue, que seja pesquisado o efeito da
auto-hemoterapia.
*Jornalista
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