Entrei no folclore
Walter Medeiros*
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Foto: Divulgação
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Sábado à tarde -
das 16:00 às 18:00 horas - participei do Festival de Folclore da Escola
Municipal Celestino Pimentel. Foi uma Bela festa. Convidado pela professora
Nadja Lira, falei sobre literatura de cordel. Pais e mães compareceram para
assistir apresentações elaboradas pelos seus filhos e orientadas pelos
professores daquela instituição. Um belo espetáculo, com encenações, danças,
recital e exposições de arte. Um colorido memorável, que demonstra a dedicação
e o carinho dos professores, servidores e clientela daquela escola pública de
Natal.
Diante daquela
grande festa passou aquele filminho de vida, no qual veio a lembrança de que
acompanhei o nascimento e evolução da Cidade da Esperança. Em 1964 era um
sacrifício atravessar as dunas para chegar a cada lugar. Comecei a frequentar a
Cidade da Esperança em 1964, porque a minha prima Eunice (Nicinha) morava em
frente ao terreno onde hoje é o Ginásio Antônio Alves Correia. Os moradores
antigos sabem que quem chegou nos primeiros anos do conjunto sofreu muito.
Já nos anos 70,
ia frequentemente estudar com amigos lá pela quadra 36, entre eles Luiz Laércio
da Silva, que seguiu sua carreira na Escola de Especialistas da Aeronáutica.
Naquela época começavam a surgir equipamentos comunitários e aquele conjunto
recebeu o primeiro Centro Social Urbano
- CSU do Brasil. Aí foram aparecendo sempre oportunidades de ir ou passar por
lá.
Como jornalista,
vez por outra precisava fazer matérias na 8ª Delegacia de Polícia, que ficava
também perto do ginásio. Vizinho ficava o Intermuncipal, clube que realizava
tradicionalmente o Carnaval e festas semanais, as quais tive oportunidade de
fazer cobertura e participar com colegas radialistas.
A Cidade da
Esperança tem muita coisa prá contar. Hoje é um bairro politizado e com um
grande comércio, além do movimento que foi gerado pelo Terminal Rodoviário,
inaugurado nos anos oitenta, bem como pelo Departamento Estadual de Trânsito –
DETRAN, que também mudou-se para aquela
área há décadas.
O amigo Juracir
Batista, que morou naquele bairro por várias décadas, assegura que a Cidade da
Esperança foi o primeiro conjunto habitacional construído na Cidade do Natal. E
informa que somente por volta de 1993 seria oficialmente reconhecido como um
bairro. Sua criação se deu no governo Aluízio Alves, através da Fundação de
Habitação Popular – FUNDHAP. A construção durou de 1964 a 1966.
Uma das
professoras observava as apresentações e garantia que aquela promoção é sempre
marcante na vida dos estudantes, seus familiares, professores e funcionários da
escola. Acho que ela fez uma leitura correta daquela momento, ao mesmo tempo em
que percebe-se que o Festival promove uma forte sintonia entre as mais variadas
manifestações culturais e o dia a dia de todos os participantes.
Ao ver aquelas
dezenas de jovens e crianças desfilando sua arte e cultura com todo entusiasmo,
interesse e qualidade, sinto cada vez mais a certeza de que o futuro guarda
melhores dias para a nossa população. Para tanto, pelo menos no âmbito da
escola, basta não deixar faltar o suficiente para o seu funcionamento regular.
Tendo isso, o resultado com certeza será a confirmação da máxima de Edigard
Morin, segundo a qual na transdisciplinaridade o total é mais que a soma das
partes.
*Jornalista
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