Discussões sobre a equidade no Sistema Único de
Saúde seguem no Rio Grande do Norte
Debater as iniquidades
no Sistema Único de Saúde (SUS), com esse objetivo a Secretaria de Estado da
Saúde Pública (Sesap) promove até sexta-feira (29), no Praiamar Hotel, em
Natal, o “I SIEQuidade: Semana de capacitação para o fortalecimento da Equidade
em saúde no Rio Grande do Norte”.
O evento que é promovido
pela Subcoordenadoria da Informação, Educação e Comunicação da Sesap, começou
ontem (25) e trouxe a comunicação no SUS para ser discutida com usuários,
gestores, conselheiros, profissionais de saúde, dos Direitos Humanos,
Ministério Público, professores e alunos da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte.
A visão da comunicação
defendida pelo educador Paulo Freire, que diz ser “uma construção compartilhada
de conhecimentos entre sujeitos e não uma transferência de informações de A
para B”, foi o mote de todas as mesas do dia. Os palestrantes trouxeram para o
debate a importância que a comunicação tem para a promoção do SUS.
O chefe do Departamento
do curso de Comunicação Social da UFRN, Sebastião Faustino, falou da
importância das rádios comunitárias e da democratização da comunicação, que
assim como o SUS, é um direito de todos. E abriu a possibilidade de parcerias
com a Sesap, para eventos voltados à temática. Os também professores da UFRN,
Juciano Lacerda e Ana Tânia Sampaio falaram da importância da instituição
oferecer um mestrado profissional em Comunicação na área de Saúde Coletiva para
aproximar os profissionais da saúde a essa área tão estratégica, mas
subutilizada.
Além de professores e
alunos da UFRN, participaram das mesas, técnicos da Sesap, do Conselho Estadual
de Saúde, da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular
e Saúde do RN, da Marinha e da TV Livre de Parnamirim. Houve ainda apresentação
do grupo de teatro Arte Circular Interativa e do grupo de Teatro “Somos Tão
Jovens” formado por jovens multiplicadores do Projeto Viva Mãe Luiza.
Nesta terça-feira (26),
a temática trabalhada foi a Política Nacional de Atenção a Saúde da População
Negra. Com debates sobre a situação no Rio Grande do Norte, as principais
doenças que afetam a população negra como anemia falciforme e a retinite
pigmentosa (doença genética que não tem cura e causa a cegueira), a falta de
ações de saúde especificas para os povos de terreiro e quilombolas, e a
invisilibilidade desse segmento populacional pela gestão pública.
Andrey Lemos, consultor
do Departamento de Apoio a Gestão Participativa do Ministério da Saúde, falou
da importância dos comitês serem mais articulados e atuarem de forma mais
coletiva para cobrar dos gestores a concretização dos direitos apregoados pelo
SUS.
A representante do
Quilombo Capoeiras, em Macaíba, Maria das Graças falou dos problemas
enfrentados por eles na área da saúde. Chocou os presentes com a informação das
doenças congênitas que atingem os mais de 60 quilombos no estado e a estrutura
precária de saúde básica que é oferecida aos mesmos. Portadora de retinite
pigmentosa, doença que atinge 95% da população negra, Maria está num processo
acelerado de perda da visão, o que fez com ela fosse desenganada pelos
profissionais de saúde que fizeram seu atendimento. “É uma doença que não tem
tratamento e nem cura e que se alastra como praga dentro dos quilombos. Mas que
não vemos nenhuma preocupação por parte dos entes que representam a saúde em
todas as esferas”, disse.
No período da tarde o
coordenador geral de Apoio à Educação Popular e Mobilização Social do
Departamento de Apoio a Gestão Participativa, Rui Silva, falou das políticas do
Ministério da Saúde voltadas a população negra.
Os trabalhos do dia
finalizaram com a posse do Comitê Estadual de Promoção da Saúde da População
Negra e Quilombola do Rio Grande do Norte.
Saúde indígena
Nesta quarta-feira (27),
as discussões serão em cima da saúde dos povos indígenas e ciganos no estado. A
programação acontece das 9h às 17h e é aberta ao público interessado.
Assessoria de
Comunicação - ASCOM
(84)-
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