Geraldo Anízio bate à porta - ô de casa – e diz que o
cordel de sua autoria lançado no final de 2013 foi bater longe, BBC de Londres,
Congresso Nacional, Brasília, e muito divulgado e lançado nas emissoras de
rádio das cidades circunvizinhas a Caicó. Aprecie, abaixo, um dos versos do
lançamento:
ADELÇO GANHADOR
Autor: Geraldo
Anízio
I
Pra todos vocês já conto
Uma história
engraçada
De um certo
camarada
Que nunca
saiu do ponto
Por dinheiro
está pronto
Seja qual
for o paradeiro
Tem que
sim, pagar primeiro
Pra fiado é
noves fora
Bem disposto faz
na hora
Caro Adelço
Balaeiro.
II
Adelço não é empregado
Trabalha não
pra ser rico
Leva recado e faz
seu bico
Ganha certo
o seu trocado
Vive de
fazer mandado
Seja qual
for o favor
Ele cobra
o seu valor
Para qualquer
conhecido
Por isso,
ele é conhecido
Como Adelço
Ganhador.
III
Seu nome
é bem popular
Conhecido e
bem notório
Por velar quem
já morreu
De rezar
em oratório
Dez reais
em sua mão
Chora junto
ao caixão
Hora e
meia de velório
IV
Ligeiro e
quase apressado
Sem sofrer
nenhuma íngua
Passa o
dia sem comer
Mas nunca
morreu à mingua
Falam às
conversas à toas
Dizem até
às más pessoas
Só de
carne tem a
língua.
V
Seja qual
for o assunto
Assim possa
precisar
Quando escrever
uma carta
Quando alguém
lhe procurar
Aquém isso
lhe interessa
Bem escrita
ele endereça
Ao destino
seu lugar.
VI
Pouco dorme
quase nada
Bem ao
clarear do dia
Já de pé
com seu balaio
Atendendo a
freguesia
Dos tostões que
ele alcança
Depositam na poupança
Pra aumentar a
economia.
VII
Só toma
café com língua
Sem mistura
ele consome
Pouca comida
no prato
O apetite
logo some
Espalhou-se assim
a fama
Todo mundo
só lhe chama
De Adelço
morta Fome.
VIII
Desconhece a
preguiça
Pois trabalho
é seu bravo
É abelha
que faz mel
Para alimentar
seu favo
Nessa luta
o dia inteiro
Nunca retirou
dinheiro
Da poupança
um centavo.
IX
O fósforo
é quem acende
A chama
logo alumia
Um palito
parte ao meio
Pois são
dois de serventia
Um, pra
boca do fogão;
Outro, acendo
o lampião
Na base
da economia.
X
Grande rajada
melancia
Certa vez
ele ganhou
Dada por
um conhecido
Por lhe
ter feito favor
Dinheiro se não
lhe atrasa
Antes de
chegar em casa
Apareceu-lhe um
comprador.
XI
Quando Adelço
sai de casa
Regra com
muito aparato
Tira as
pilhas do relógio
Da parede
do seu quarto
Pra fazer
necessidade
Usa os
banheiros da cidade
Ou faz
lá dentro do
mato.
XII
Ao abrir
logo a Matriz
De Santana
ele assenta
Bem em
frente ao altar
Por reserva
o sustenta
A cadeira pago
a vista
Dez minutos
antes da missa
Ele vende
por setenta.
XIII
Poupar é
seu nobre lema
Desse ilustre
vivedor
Poupa tudo
quanto ganha
Pra não
sobrar divisor
Dessa forma
assim tem sido
Por isso
é conhecido
Como Adelço
Ganhador.
XIV
Na vida
real já possui
Casas simples
alugadas
Assim cobra
por semana
Dos inquilinos
das moradas
Doutra forma
ele se engana
Há mês
de quatro semanas
Outros de
cinco acertadas.
XV
Adelço ficou
famoso
O Brasil
todo semeia
Diz ele: que
não há crise
Nem a
coisa está feia
Faço meu
próprio sustento
Dizem que
sou avarento
Mão de vaca
barriga cheia.
XVI
Dorme apenas
com um olho
Permanece o
outro aberto
Possa lhe
manter atento
Quando bem
estiver coberto
Sem perder
tempo dormindo
Pode algo
estar sumindo
Mas pra
isso está esperto.
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