Por Flávio Rezende*
Algumas religiões
aceitam a crença na vida depois da morte e, aqueles seres que conseguiram
apresentar uma conduta reta, adequada e que tiveram a oportunidade de servir ao
próximo e desenvolver aptidões espirituais anunciadas como corretas, podem
gozar neste período livre da matéria corporal, sensações muito agradáveis, além
de deslocamentos inimagináveis no espaço que ora habitamos, além de observar
paisagens diferentes e paradisíacas em cenários descritos em canalizações e
psicografias, como também nos livros que regem as citadas religiões.
Enquanto não chega a
hora de experienciarmos estes paraísos celestes - caso tenhamos merecimento
para tais estágios superiores, vamos buscando emoções por aqui mesmo e, no
leque de prazeres que a existência material possibilita, está o de viajar para
terras distantes e observar cenários diferentes dos habituais que fazem parte
do nosso cotidiano, tendo o viajante ainda oportunidade de conhecer novas
pessoas e travar conhecimento com culturas, gastronomia e linguagens que não
são conhecidas.
Neste mês de julho
resolvi dividir férias em dois períodos e neles elegi quatro destinos para
jogar o corpo e levar a mente vazia para que pudesse ser preenchida com novos
saberes e igualmente usufruir de novas vivências e convivências, enriquecendo
assim meu viver, já bastante pleno de experiências em outros cantos e recantos
deste amável planeta azul.
A primeira semana das
férias foi em Brasília e Pirenópolis, com incursões candangas em locais de
trânsito popular de Brasília, sem esquecer os tradicionais pontos turísticos.
Nesta parte do todo relaxante o ponto forte foi à troca de amabilidades e a
proximidade com uma querida irmã, a Leila, e toda sua maravilhosa família, com
a energia fluindo entre todos nós no aniversário infantil da doce Inah.
Por ser canceriano todas
as relações que envolvem familiares são sempre muito agradáveis e causadoras de
prazerosas sensações interiores, curtindo cada sorriso, cada gesto de
acolhimento de todos, com muita gratidão e, saindo destes contatos abastecido
de cestas e cestas de carinho e de lembranças da fortaleza que é uma família
com irmãos e demais parentes unidos pelo amor universal.
Em Pirenópolis pude
desfrutar da agradável companhia de antigos amigos da família, como o Dr. Neri,
Cristina e outra amiga, formando juntos uma turma que compartilhou por dois
dias papos agradabilíssimos, que iam das coisas da política nacional aos textos
sagrados e aparições da Virgem Maria. Como é boa a fluidez de conversas
edificantes, a união de seres de bem, os passeios, as apresentações de novos
amigos que chegam para tornar a vida mais interessante, a ida ao mercadinho, a
preparação do alimento, o jogo de cartas e, finalizando, o banho de cachoeira,
uma espécie de purificação daqueles pensamentos comezinhos que o cotidiano e
suas mazelas ainda produzem e que inconscientemente vamos agregando, até que em
contato com a pureza da natureza, conseguimos perceber e expurgar, sem
necessidade de desobsessão e nem de mandingas acessórias.
A segunda parte das
férias teve como destino a cidade de São Luiz com seus casarões antigos, com
desfrute de passeios pelo centro histórico, breves e interessantes contatos com
os amáveis funcionários da pousada Portas da Amazônia, encontro com uma
protetora de animais e seareira espírita Cláudia Franco, além de filmes e
observação do modus vivendi do maranhense da capital.
E as férias incluíram
ainda uma longa viagem aos Lençóis Maranhenses, com prazerosos mergulhos nas
lagoas que se formam entre as dunas, agregando vibrações inesquecíveis ao corpo
e imantando na alma através dos olhos, registros de paisagens e de passeios de
jardineiras, lanchas e escaladas, tudo arquivado em meu HD espiritual para
futuras recordações de alegres momentos mágicos.
Registro ainda, para
finalizar, que em Barreirinhas/Lençóis, escolhi hospedagem na casa do
Alexandre, adepto do conceito de “Cama, Café e Aventura”, possibilitando a
convivência com sua doce família, criando carinhoso vínculo com seu filho
Paulinho e travando conhecimento com outros turistas, numa escolha acertada e
muito proveitosa. A lição desta hospedagem numa casa nativa foi à constatação
que o melhor de uma viagem, além das paisagens e curtição das sensações
corporais e gastronômicas, é o supremo prazer de conhecer seres semelhantes,
dividir experiências, conhecer a biografia dos simples e referendar a feliz
constatação do grande mestre Câmara Cascudo, quando disse em sublime momento de
lucidez: “o melhor do Brasil é o brasileiro”.
* É escritor,
jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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