Igreja canoniza João XXIII e João Paulo II
Milhares de peregrinos
de todo o mundo se reúnem na cidade de Roma, Itália, no próximo domingo, 27 de
abril, para participarem da celebração durante a qual serão canonizados os
Papas João XXIII e João Paulo II. A celebração, presidida pelo Papa
Francisco, acontece na Praça de São
Pedro, às 10 horas (5 horas da manhã, horário de Brasília).
Entre os peregrinos está
o Padre João Maria do Nascimento, pároco da Paróquia de Nossa Senhora de
Fátima, situada no Parque das Dunas, em Natal. Por intermédio do Padre Flávio
Medeiros, do clero natalense e que está à disposição da Diocese de Roma, Padre
João conseguiu uma permissão para, durante a celebração, se juntar a um grupo de 12 mil padres, que
terá o privilégio de ficar mais próximo ao presbitério. “Participar dessa
celebração significa uma renovação da fé”, diz Padre João Nascimento.
“Participei da celebração de beatificação de João Paulo II e, agora,
participarei da canonização. Vou como um fiel devoto”, explica. O padre lembra
que João Paulo II foi aclamado, pelo povo, como ‘co-padroeiro’ da Paróquia de
Nossa Senhora de Fátima, no Parque das Dunas.
Lembranças de João XXIII
O arcebispo emérito de
Natal, Dom Heitor de Araújo Sales, recorda bem o dia da eleição do Cardeal
Angelo Roncalli. Dom Heitor, na época, padre, estudava em Roma, e, durante o
Conclave foi, com o irmão, Dom Eugênio Sales, para a Praça de São Pedro, à
espera da ‘fumaça branca’. “Foi um dos conclaves mais demorados da história. Eu
e Dom Eugênio estávamos na Praça de São Pedro, quando, enfim, a fumaça branca
surgiu na chaminé da Basílica”, recorda.
Depois da eleição, o
recém-eleito Papa João XXIII recebeu os bispos de outros países que estavam em
Roma. Dom Heitor teve a oportunidade de ir ao encontro, acompanhando Dom
Eugênio. Dom Heitor também participou da primeira audiência pública realizada
por João XXIII, no final de novembro de 1958. “Naquela época, a audiência era
realizada na ‘sala das bênçãos’, que era um salão grande. Recordo que foi um pronunciamento muito
bonito. Uma das coisas que marcaram, é que, na ocasião, João XXIII disse que
talvez não conseguisse fazer um bom pronunciamento, porque ainda era novato,
como papa”, destaca o arcebispo emérito de Natal.
Sobre o apelido de ‘Papa
Bom’, Dom Heitor explica que veio da bondade de João XXIII. “Os italianos,
normalmente, se referiam a ele como o Papa Bom. Ele (João XXIII) salvou a vida
de muitos judeus, no tempo da guerra”, comenta.
Lembranças de João Paulo
II
O arcebispo
metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, teve a oportunidade de estar
com o Papa João Paulo II por várias vezes. A primeira vez foi quando da visita
do Papa ao Brasil, em 1980. “Foi no Seminário da Prainha, em Fortaleza (CE),
quando o Papa recebeu os padres. Eu era padre, na época, e lembro bem do olhar
penetrante dele, durante o encontro conosco”, recorda Dom Jaime.
Depois, em 1991, Dom
Jaime também esteve com João Paulo II, durante o Congresso Eucarístico
Nacional, realizado em Natal. Em 6 de janeiro de 1996, Dom Jaime foi ordenado
bispo, em Roma, pelo Papa João Paulo II. “Era de praxe, o Papa se encontrar com
os bispos que ele ordenava, depois da ordenação. Lembro-me de que ele abriu uma
exceção e recebeu a mim, juntamente com 25 pessoas, entre familiares e amigos
que me acompanhavam, às 19 horas, no Palácio Apostólico, porque teríamos que
viajar logo para o Brasil”, recorda.
Já como bispo, Dom Jaime
teve outros encontros com João Paulo II, por ocasião das visitas ad limina
(visita que os bispos fazem a cada cinco anos, ao Papa, e é prevista no Código
de Direito Canônico).
O arcebispo de Natal diz
que guarda na memória o ser comunicativo, que era João Paulo II. “Era um homem
de muita firmeza e liderança. Era um homem que sabia se comunicar com as
multidões”, destaca Dom Jaime.
João Paulo II em Natal
O ano de 1991 ficou
marcado na história da Arquidiocese de Natal. Naquele ano, Natal sediou o 12º
Congresso Eucarístico Nacional, no período de 6 a 13 de outubro. O encerramento
do Congresso contou com a presença do Papa João Paulo II, em sua segunda visita
ao Brasil.
O Congresso e a visita
do Papa trouxeram para Natal milhares de pessoas, de todo o Brasil e de outros
países, entre autoridades eclesiásticas, leigos engajados e jornalistas. A
abertura do evento aconteceu no dia 6 de outubro, com missa, presidida pelo
então Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugênio de Araújo Sales, na Praça do
Congresso, hoje, Espaço João Paulo II, vizinho ao Centro Administrativo.
No dia 12, o número de
pessoas na capital potiguar aumentou. Nesse dia, à tardinha, o Papa João Paulo
II pisou no solo norte riograndense. No início da noite, naquele mesmo dia, ele
presidiu a Eucaristia, na Praça do Congresso. No dia 13, aconteceu o
encerramento do Congresso, às 9h, com missa, também presidida pelo Papa. Além
da missa, ele ainda se reuniu com bispos e padres e deu a bênção da Capela do
Santíssimo Sacramento, localizada no Centro Pastoral Pio X – subsolo da
Catedral Metropolitana. No início da noite do dia 13, o Papa embarcou para São
Luís (MA).
Uma das pessoas que mais
recorda a passagem de João Paulo II por Natal é Luzia Faustino. Ela é a
administradora do Centro de Treinamento de Ponta Negra, pertencente à
Arquidiocese. Foi lá que o Papa ficou hospedado. “Eu nunca tive a oportunidade
de ir a Roma. Então, hospedar o Papa foi uma graça muito grande para mim”,
comenta Luzia. Indagada sobre qual é a imagem que ela guarda, na mente, de João
Paulo II, Luzia responde: “Eu sentia que ele era diferente das outras pessoas.
Ele irradiava paz”.
A administradora conta
que sentiu o peso da responsabilidade, ao hospedar o Papa. “Antes da chegada
dele, a perícia do Vaticano fez a última inspeção no Centro de Treinamento. No
final, entregaram as chaves a mim e disseram: ‘a partir de agora, você é
responsável por tudo o que acontecer. Senti que minha responsabilidade era
muito grande”, recorda. Para Luzia Faustino, João Paulo II já era santo, mesmo
em vida. “Eu já rezava e pedia a intercessão dele, mesmo antes de ser beatificado”,
testemunha. “Para mim, é uma alegria saber que uma pessoa que já se hospedou no
Centro de Treinamento é reconhecida pela Igreja, oficialmente, como Santa”,
enfatiza Luzia.
São João XXIII
Angelo Giuseppe Roncalli
nasceu na Itália, em 25 de novembro de 1881. Foi eleito Papa em 28 de outubro
de 1958, escolhendo o nome de João XXIII. Faleceu em 3 de junho de 1963. Por
muitos, foi considerado um Papa de transição, depois do longo pontificado de
Pio XIII. Foi o responsável pela convocação do Concílio Vaticano II. No curto
tempo de papado, João XXIII escreveu oito encíclicas, sendo as principais a
Mater et Magistra (Mãe e Mestra) e a Pacem in Terris (Paz na Terra).
Foi declarado beato pelo
Papa João Paulo II, em 3 de setembro de 2000. É considerado o patrono dos
delegados pontifícios.
São João Paulo II
Karol Józef Wotjtyla
nasceu na Polônia, em 18 de maio de 1920. Foi eleito Papa em 16 de outubro de
1978, escolhendo o nome de João Paulo II, e teve o terceiro maior pontificado
da história da Igreja Católica. Faleceu, em Roma, em 2 de abril de 2005.
Durante o Pontificado,
visitou 129 países, em viagens apostólicas. Sabia se expressar em italiano,
francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata,
esperanto, grego clássico e latim, além do polaco. João Paulo II beatificou
1.340 pessoas e canonizou 483 santos.
Foi proclamado beato,
pelo Papa Bento XVI, em primeiro de maio de 2011.
Assessoria de Comunicação
da Arquidiocese de Natal
(84) 3615-2800 / 9968-6507
[pascom@arquidiocesedenatal.org.br
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