Por Flávio Rezende*
Gosto muito de ler entrevistas mais elaboradas, que,
se bem conduzidas, revelam o pensamento de pessoas importantes, que tem o poder
de decidir o destino e o bem estar de milhões e até bilhões de seres em
passagem material por nosso planeta Terra.
Depois de ler uma dessas numa revista, mudei a mídia
para a TV e assisti uma matéria no Globo News, sobre uns brasileiros que desenvolveram
um software que foi usado na posse de Obama e de um casamento real britânico. A
informação levou minha mente a pensar sobre a quantidade de coisas que rolam em
torno das pessoas poderosas, tornando cada passo, cada fala, cada gesto,
trabalhado para ser exposto, seja de maneira oficial, seja à margem de seus
comandos.
O que quero dizer é que em consequência deste
aparato todo focado nestes seres famosos, suas vontades, desejos, planos e
ações, decidem vidas, criam e destroem fortunas, elevam ou abatem países, tudo
dependendo da maneira como eles direcionam suas energias pessoais.
Se forem seres desprovidos de humanidade no sentido
fraterno, vão agir de maneira egoísta, fazendo tudo em função de ganhos
particulares para ele e seu grupo, não importando que isso gerasse tristezas,
mortes ou amarguras.
Já os seres que verdadeiramente pensam no bem dos
demais, convergem seus atos para atitudes altruístas, não colocando suas
conveniências próprias e nem familiares em primeiro plano, muitos até
sacrificando biografias e vidas pessoais, em prol de uma causa humanitária e do
bem.
Meu pensamento então ficou navegando nas águas
turbulentas dos exemplos negativos, procurando entender como alguém não percebe
a oportunidade de entrar para a história pelo lado bom, àquele onde a
reverência tem mais sabor e onde a glória é mais apreciada, passando a
eternidade em ruas, prédios, datas e citações em veículos diversos.
O gozo material dos sentidos, para os que direcionam
suas ações no rumo da obtenção de frotas de veículos caros e raros, do usufruto
de mulheres novas e esteticamente ditas ok e da acumulação crescente de cédulas
com valor no mercado, é sempre temporário e, quando os castelos prazerosos da
temporalidade caem, a areia disforme que sobrevive, não consegue passar para a
posteridade, mais que o lixo que foi esta vida, que o estrume que foram as
ações destes seres e o odor que estes corpos já inertes revelam, perdendo a
oportunidade de ficar eternos com o doce frescor das essências do bem, que
poderiam perfumar nosso planeta e tornar sempre exemplar estas existências que
se perderam em equívocos e bestialidades.
As pessoas que tem poder, que obtém muita atenção ao
falar, andar, agir e determinar, deviam ser gratas por estarem nestas
condições, tendo a valiosa oportunidade de direcionar suas vidas para melhorar
e tornar mais feliz a de tantos outros, não perdendo nada da materialidade por
seguir os caminhos do bem, muito pelo contrário, o homem pode ser rico material
e espiritualmente, não existe problema no usufruto das riquezas, o que não se
admite é que ela seja usurpada da coletividade que, por herança divina,
compartilha a convivência terráquea e, merece também, as devidas condições para
acessar o ouro, o incenso e a mirra.
Cabem as pessoas de bem, que influenciam bilhões de
outros, com o suporte das mídias atuais, conduzir suas vidas no sentido da
justiça social, da democracia, do respeito às liberdades individuais, tudo com
responsabilidade, com o emprego das ferramentas que se revelam corretas,
direcionando ações pessoais e governamentais para o bem estar de todos e,
quando estiverem em contato com os microfones, jornalistas, entrevistas,
aproveitem a oportunidade para contribuir de maneira maravilhosa, para a
formação da cultura da paz e do amor entre todos nós.
*É escritor, jornalista e
ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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