A
redução de 40% na oferta de leite diminuiu o ritmo produtivo de queijeiras e
laticínios no Seridó. Contudo, produtores planejam ampliar mercado e valorizar
produto.
A seca que já dura dois anos no Rio Grande do Norte
tem causado prejuízos em diversos setores da economia, principalmente agricultura
e pecuária. A diminuição da oferta do leite tem afetado diretamente a produção
de queijos e laticínios no Seridó, região que detém a maior bacia leiteira do
estado. Ainda sem expectativa de chuvas, o sertanejo se preocupa cada vez mais
com o nível dos reservatórios e a possibilidade de não criar pasto para os
rebanhos, o que deve agravar mais ainda a mortandade das vacas.
As alternativas para retomar a produção de derivados
de leite na região serão discutidas durante o XI Encontro Nordestino do Setor
de Leite e Derivados (Enel), que começa na próxima terça-feira (4), no Parque
Aristófanes Fernandes, em Parnamirim (RN).
A crise não afeta apenas os grandes. Pequenas
queijeiras artesanais da região também passam pela escassez de leite e,
consequentemente, redução da produção de queijos
Inspeção
A conquista do certificado do SIE ou do SIF
(inspeção federal) é o que almejam alguns produtores de queijo da região, que
estão substituindo a produção artesanal pela industrial. A possibilidade de
fornecer o produto para grandes clientes, como redes de padarias e de
supermercados, é o principal atrativo para o produtor que tem o selo. De acordo
com o consultor do Sebrae no Rio Grande do Norte, José Rangel, é necessário que
todas as queijeiras passem por inspeções para o segmento se fortalecer e ficar
mais competitivo.
Segundo José Rangel, os municípios podem criar
ferramentas para facilitar o processo com foco nos pequenos produtores.
“Participamos de uma comitiva que visitou Minas Gerais e conhecemos de perto a
implantação de um Serviço de Inspeção Municipal. Para que isso ocorra, o
município cria uma lei e faz suas especificações mínimas para as unidades que
trabalham com alimentos, como questões higiênicas bem definidas, valorizando a
qualidade do produto artesanal”, explica Rangel.
Na visão do consultor do Sebrae, a criação de um
padrão de inspeção no município pode evoluir para a permissão da
comercialização dos produtos além do território municipal. O tema será abordado
no Enel, em um painel com a participação dos secretários municipais de
agricultura de todo o Nordeste. Eles vão ouvir as principais reivindicações dos
produtores e alternativas existentes que podem ser implantadas em âmbito
municipal.
Os benefícios proporcionados pela criação do Serviço
de Inspeção Municipal (SIM) vão além da garantia da qualidade microbiológica e
nutricional dos alimentos. O trabalho pode envolver também a orientação aos
produtores quanto à incorporação de novas tecnologias, melhoria genética do
rebanho e das pastagens, cursos de capacitação e aprimoramento.
Indicação Geográfica-IG
A tradição da produção de queijo no Seridó também
está provocando o debate pela busca do registro de Indicação Geográfica (IG)
que é conferido a produtos característicos do seu local de origem. O objetivo
principal é fortalecer o produto do Seridó e distingui-lo dos similares
disponíveis no mercado. O assunto também será discutido durante o Enel. [Fonte: Agência Sebrae-RN]
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