Professor
da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Cada indivíduo, que está na terra, neste momento,
tem uma quantidade significativa de ascendentes, que a partir dos seus pais,
cresce em progressão geométrica, se desprezarmos os casamentos entre parentes.
Os pais são dois, os avós já são quatro, os bisavós, em número de 8, e os
trisavós (ou terceiros avós) são 16. É
uma progressão geométrica de razão 2 que começa com dois e que se expressa, em cada geração de
ascendentes, como uma potência de 2. Assim, a quantidade de trisavós, que são
dezesseis, é representada por 2 elevado a quarta potência. Quando você chega
aos seus nonos avós, eles já são 1024 (2 elevado a 10 potência). Imagine a
quantidade de ascendentes, em todo o mundo, se você recuar muitos anos atrás.
Você, talvez, prefira que seu sobrenome seja Miranda Henriques, mas com
certeza, você tem, através dos seus ascendentes passados, milhares de
sobrenomes.
Qualquer que seja o evento acontecido anos atrás,
você ou um seu ascendente estava vivo. Assim, quando Buda nasceu, existia em
algum lugar do mundo, um ascendente seu, contemporâneo do mestre, que talvez
até tenha convivido com ele. Da mesma forma quando Jesus foi crucificado,
alguém, que está na sua ascendência, era vivo nesta terra, e talvez estivesse
lá, naquela hora.
Em 1706, meus hexavós, João Machado de Miranda e
Leonor Duarte de Azevedo, batizavam uma filha em São Gonçalo do Potengi, com o
nome de Felizarda. Alguns dos ascendentes desses meus hexavós, podem ter
presenciado o massacre de Uruassú, em 1645; Quando invadiram a Ilha de Manoel
Gonçalves, em 1818, meu tetravô João Martins Ferreira, estava lá presente.
Acredito, pois, que carregamos dentro de nós, a
história da humanidade desde o seu início. Muitas vezes, fico me perguntando se
alguns fenômenos que ocorrem com algumas pessoas não são frutos desses
conhecimentos que vão passando de geração a geração, através de suas
descendências. A holografia revela que a parte contém o todo. Na Matemática
descobrimos que um segmento de reta contém a mesma quantidade de pontos que a
própria reta. Assim, creio que toda vez que um ser é gerado, traz consigo
informações do mundo passado. Nosso DNA pode ser mais valioso do que pensamos!
Li durante muitos anos sobre diversos assuntos, sem
nenhum preconceito científico ou de outra natureza. Mesmo como matemático que
sou, li sobre astrologia, numerologia, quiromancia, rabdomancia, radiestesia e
outras coisa mais. Interessei-me por espiritismo, reencarnação, zen, ioga,
psicografia, e múltiplas personalidades. Sempre gostei de biografias, de
estudar sobre gênios, escritores, pintores e músicos famosos.
Muitos gênios falam de suas experiências relatando
que alguns escritos, quadros, descobertas ou músicas surgiam como um todo nos
seus cérebros. Por que algumas crianças se tornam geniais com poucos anos de
vida? Como surge essa genialidade neles?
Quando Chico Xavier psicografava, o que acontecia de
verdade dentro do seu cérebro? Quando alguém faz regressão de vidas passadas,
que partes do cérebro são ativadas que dão acesso as informação por elas
relatadas? Como elas conseguem descrever paisagens, costumes, roupas de uma
certa época do passado?
Por que, de repente, uma pessoa, com múltiplas
personalidades, acessa dentro de si, um indivíduo que fala inglês, se ela mesma
não conhece nada dessa língua? O que de fato acontece lá dentro do seu cérebro
que ativa um personagem, aparentemente, inexistente? De onde vêm tais
informações ou ações?
O hinduísmo fala em Registos Akáshicos, uma espécie
de Biblioteca Virtual, que cada indivíduo possui, onde estão registradas todas
as ações pretéritas. Mas, os estudos genealógicos me convencem, a cada dia, que
tudo que existia, na época dos nossos ascendentes, vai passando de geração a
geração para seus descendentes. Mas, a nossa educação, ao contrário do que
devia acontecer, vai podando nossas potencialidades e dificultando nossa
capacidade para acessar essas informações. A ciência e a religião, muitas
vezes, ao longo do tempo, mutilaram nossas capacidades naturais, tratando com
desprezo e preconceitos nossas percepções.
Acredito, também, que estamos em rede, uns com os
outros. Quando alguém sente em uma determinada hora, que um parente ou amigo,
que mora distante, faleceu, e depois isso se confirma, temos uma prova da
existência dessa rede entre as pessoas. Por que algumas descobertas ocorrem
simultaneamente em lugares distantes? Há plágio, sincronicidade, ou essas
pessoas entram em rede? Por que gêmeos que foram criados em lugares diferentes
tem as mesmas preferências?
A educação seria melhor se estimulasse nossas
capacidades inatas. Pegue uma caneta ou um pincel, sem a menor preocupação, e,
talvez você escreva uma bela poesia, um bom romance, ou pinte um quadro
espetacular, sem precisar pegar carona em gente famosa que já faleceu.
Nossa existência não começou na vida presente.
Estamos aqui desde o começo de tudo!
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