Por Paulo Tarcísio Cavalcanti*
Jornalista
▶ tarcisiocavalcanti@bol.com.br ▶http://ptarcisio.blogspot.com
Tenho minhas dúvidas.
Mas, em princípio, diria que sim.
Não em termos materiais, claro.
Sob esse ponto de vista, logo ao nascimento,
sobressaem-se as nossas múltiplas e inquestionáveis diferenças.
Há os que nascem em berço de ouro e são minoria; há
os muitos que nascem em berço de madeira mesmo e, ainda, aqueles que chegam sem
dispor, sequer, de uma manjedoura.
Tem alguma coisa nessa destinação que, ainda não
consegui entender. Mas, adianto que não compartilho da teoria de alguns,
segundo os quais, isso “provaria” a inexistência de Deus ou, no mínimo, que é
injusto.
Diria até que, pra mim, desigualdades são
inevitáveis consequências de atitudes humanas.
Não se diz que toda ação, promove uma reação?
Pois bem. Não são tão poucos assim, os nascidos em
berço de ouro que, também por atitudes humanas, acabaram morrendo na pobreza;
enquanto outros, nascidos em meros berços de madeira ou em manjedouras, tiveram
atitudes que os levaram a uma situação de prosperidade ou de satisfação social
(que, pra mim não significam a mesma coisa).
O que nos torna iguais é a capacidade que Deus nos
assegura de procurar definir o que é nossa vida e o que pretendemos fazer com
ela. Ou seja: É o chamado livre arbítrio, um dom divino – invisível, mas
presente em cada decisão que tomamos em nosso dia-a-dia – que cada um de nós recebe
ao nascer. Tenhamos nascido em berço de ouro, em mero berço de madeira ou numa
simples manjedoura.
Por ironia, a igualdade que o livre arbítrio nos
assegura é que gera – em termos materiais – as nossas desigualdades.
Acho esse tema apaixonante; e sempre que vejo um
jovem ou uma jovem pobre (principalmente) superar suas privações, suas
necessidades materiais, em cima de sonhos que podem transformá-los em exemplos
de luta, de garra, de determinação e conquistas, no que depender de mim, eles
sempre terão uma palavra de estímulo, de incentivo, de apoio absoluto.
Pois, sei, o quanto é difícil e penoso, você
conviver, todo dia, com a precisão, com a falta disso ou daquilo (que, às
vezes, outros têm em excesso), e enfrentar, com dignidade, essa manifestação
explícita de desigualdade, sem perder a consciência de que, só depende de cada
um, a tarefa de transformar em realidade os seus próprios sonhos.
*Texto publicado na
coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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