“O
que não foi feito é o que importa fazer” (Enilson Medeiros)
Por Leonardo Sodré
Da
Agência Ecoar de Notícias
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Foto: Divulgação
|
Embora não tenha despertado o interesse de alguns
prefeitos das dez cidades que compõem a Região Metropolitana de Natal (RMN),
entre eles a prefeita de Natal, Micarla de Sousa, o 1º Fórum Gestão
Metropolitana de Natal despertou grande interesse de vários segmentos da
sociedade de Natal e das outras cidades envolvidas, fazendo com que o Salão de
Eventos da Assembleia Legislativa ficasse completamente lotado, inclusive com
pessoas de pé.
A mesa dos trabalhos foi formada pelo deputado
Hermano Morais (PMDB), idealizador do seminário, Mizael Barreto, presidente do
Instituto Legislativo Potiguar (ILP), Maurício Marques, prefeito de Parnamirim,
Jaime Calado, prefeito de São Gonçalo do Amarante, Enilson Medeiros,
representante da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Maria do
Livramento, coordenadora do Observatório das Metrópoles, também da UFRN, George
Câmara, vereador e presidente do Parlamento Comum da Região Metropolitana de
Natal e Carlos Augusto Dias, engenheiro e coordenador do Projeto Rede 10, que
controla a Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Durante a abertura dos trabalhos o deputado Hermano
Morais, presidente do evento, afirmou enfático que a RMN estava relegada a um
segundo plano. “Embora a RMN abrigue 43% da população do RN, está paralisada e
inerte em ações que possam melhorar a vida e buscar iniciativas de desenvolvimento”,
constatou o peemedebista, acrescentando que o poder público estava desatento.
“Não estou vendo nenhum representante do Governo do
Estado e registro isso como um descaso. Registro, também, o meu protesto neste
momento em que precisamos de políticas públicas em prol da RMN”, reclamou
Hermano Morais, que depois foi avisado que Karina Maia, da Secretaria de
Planejamento do Governo havia chegado com a missão de representar a governadora
Rosalba Ciarlini. Nesse ponto o parlamentar se desculpou pelo registro da
ausência, mas continuou célere na colocação de suas preocupações pela omissão
do governo estadual.
Hermano também lembrou que a servidora Karina Morais
não tinha equipe e tampouco condições de trabalho para coordenar ações em
benefício da RMN, lembrando também que os convites para participação de
autoridades públicas envolvidas com a questão foram enviados com bastante
antecedência, sendo que a organização do evento foi iniciada há mais de um mês.
“O povo sente necessidade de ver seus problemas
resolvidos”, continuou o parlamentar. “Observem que o Conselho de
Desenvolvimento da Região Metropolitana de Natal não se reúne há três anos e
isso significa como já disse antes, um descaso”, registrou. “São muitos os
desafios. Falta saneamento, saúde, segurança, escolas sucateadas, falta de
mobilidade, entre outros tantos”, lembrou. “Na Câmara Municipal de Natal,
criamos o Parlamento Comum da Região Metropolitana de Natal em busca de
respostas e o PCRMN tem tido muitas iniciativas, mas, sem muitos resultados”,
lamentou. “Os problemas vêm se avolumando e se não existir uma união de
esforços a situação ficará cada dia mais difícil”, advertiu Hermano Morais.
Números
“O fato concreto é que diante do extraordinário
trabalho dos técnicos da UFRN, por meio do Observatório das Metrópoles, temos
todos os números e diagnósticos, mas jamais eles foram aproveitados pelo poder
público”, denunciou. “Precisamos tomar atitudes e dar respostas à sociedade. O
povo quer iniciativas de desenvolvimento”, concluiu o parlamentar.
O prefeito de Parnamirim, Maurício Marques, lembrou
que o seu município era o terceiro maior do RN e que foi a cidade que mais
cresceu nos últimos dez anos. “Estamos, com recursos próprios e do Governo
Federal, sanando questões como saneamento, segurança, saúde, déficit
habitacional, entre outros. Para o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime
Calado os problemas são antigos e novos. “Problemas que nenhuma prefeitura
sozinha conseguirá resolver”, afirmou, lembrando das demandas que irão surgir
em função da construção do Aeroporto Internacional de São Gonçalo e a Copa do
Mundo de 2014, que será sediada em Natal. “Esses dois fatos exigem urgência nas
medidas para o crescimento da cidade”, lembrou.
O vereador George Câmara, considerado um defensor
histórico de iniciativas em prol da RMN, disse que a gestão da RMN tratava-se
de um grande desafio. “O que preocupa não é o prefeito pouco se interessar e
sim a sociedade não cobrar dele; as ruas estão livres para as cobranças”,
conclamou, finalizando. O engenheiro Enilson Medeiros disse que a UFRN se sente
responsável também pela RMN. “Desde a sua criação participamos da RMN. É
importante salientar que não se trata de um ajuntamento de municípios. Temos
que entender que isso é uma construção política e que no fundo o problema é a
cidade porque precisamos definir o que é urbano e municipal. O problema da
cidade não é somente municipal. As pessoas vivem nas cidades, onde os problemas
têm que ser gerenciados. O que não foi feito é o que importa fazer”, concluiu.
RMN
A Região Metropolitana de Natal é composta pela
capital e os municípios de Ceará - Mirim, Extremoz, Macaíba, Monte Alegre,
Nísia Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, São José do Mipibu e Vera
Cruz, com população total de 1.351.004, conforme o senso de 2010.
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