Carta
aberta à governadora do RN, Dra. Rosalba Ciarlini SOBRE DESONESTIDADE E
MANIPULAÇÃO PERICIAL NO TRÂNSITO
José Delfino – médico – CREMERN 531
Em 23 de dezembro passado, um bacharel em Direito,
bêbado, às seis da manhã, cortou em alta velocidade o sinal da Prudente de
Morais com a Nascimento de Castro e destruiu o carro da minha mulher, Margareth
Dore (perda total para fins de seguro). Ela escapou da morte por puro milagre.
Foi internada com concussão cerebral e ainda hoje está com amnésia lacunar,
possivelmente para sempre.
O causador da tragédia, visivelmente em estado de
embriaguês, comentava na ocasião que não aconteceria nada, pois tinha costas
largas. Sob influência do pai (agente da policia federal que tentou de todas as
maneiras obstruir o serviço da perícia) se negou a fazer o bafômetro. Alegou na
delegacia, ainda em visível estado de embriaguês, que não permitiria ser
colhida amostra de sangue, no ITEP, por motivo religioso (dizia ele ser
católico).
O carro do delinquente embriagado, autor da colisão
criminosa e dolosa, apesar de estar com a documentação vencida há dois anos,
não foi apreendido, assim como não foi retida a sua carteira de habilitação. Em
apenas 48 horas foi emitido um laudo pericial, manipulado e falso, onde as
posições dos carros foram criminosa e propositalmente invertidas. De posse do
laudo manipulado a seu favor, o autor do crime doloso partiu, pasmem, para
intimidação e chantagem: ou pagaríamos todas as despesas ou iriam à justiça.
Contestamos o laudo, por via administrativa, e nada
aconteceu. Hoje, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012, pela manhã, fomos
chamados para conversar. A “conversa”, que na realidade foi um monólogo, girou
em torno de um novo laudo, no qual agora se lê que não existem provas
suficientes para conclusão de culpabilidade das partes. Apesar de me terem dito, durante o “monólogo”, que foram
constatados fatos realmente graves com relação aos que fizeram a perícia e a
quem assinou, ou quem influenciou (?) o laudo.
O comandante geral da Polícia Militar mostrou-se
indignado, na minha presença e de outras testemunhas, com os absurdos
encontrados no laudo inicial. Mesmo assim, optaram por um novo laudo, no qual
não se apontavam culpados. Em tempo, o advogado bêbado é de uma família de
policiais militares. Um tio é coronel e
exerce função de confiança no gabinete de Vossa Excelência.
É triste se constatar a ocorrência de atitudes
criminosas e desonestas, bem como assistir, com revolta , o cinismo inserido
nessa cabal demonstração de certeza de impunidade, por pessoas que são pagas
para defender o direito do cidadão e fazer justiça.
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