Artigo do jornalista Paulo Tarcísio [Coluna Plural do Novo Jornal]
A casta de brasileiros mais privilegiados, formada
por aqueles 10% da população considerados mais ricos, ganha nada menos que 50
vezes mais que os 10% considerados mais pobres.
Isso é o que diz relatório da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Claro: Não tenho como aferir, pessoalmente, a
procedência da informação, mas sei que a OCDE é uma instituição de reputação
internacional inquestionável. O relatório a que me refiro, li numa reportagem
publicada no portal da BBC-Brasil e, 24 horas depois, quando escrevo estas
linhas, não sofreu contestação, especialmente de parte das autoridades
brasileiras.
Então, tenho que tomá-lo como verdadeiro.
É uma desigualdade escandalosa, embora a própria
OCDE chame a atenção para o fato positivo de que essa diferença vem diminuindo.
Imagine se não estivesse.
Aqui com os meus botões, fico imaginando o que muda,
na cabeça das pessoas, o fato de ter mais ou menos poder e dinheiro. Nossa
Senhora: Como muda. E muito. O modo de ver, de sentir, de pensar, de se
relacionar, de se posicionar… enfim, muda rigorosamente tudo.
Normalmente, a turma que está em cima – os marajás
que formam a casta dos 10% mais ricos, não está nem aí para a situação da turma
de baixo – os miseráveis contabilizados entre os 10% mais pobres.
Literalmente, a turma de cima está se lixando para a
plebe – a turma de baixo.
Um exemplo concreto dessa realidade foi dada na
mesma segunda-feira passada em que a BBC divulgou o relatório da OCDE: O Jornal
Nacional mostrou o desdém com que as instituições bancárias encaram a
determinação legal que assegura tratamento preferencial a idosos no seu
atendimento.
Todo mundo sabe que o “atendimento preferencial”
prestado pelos bancos aos idosos é coisa para “ inglês ver”. Especialmente em
dia de pagamento.
Nada diferente do que acontece com o restante da
população mais pobre nas ruas, no trânsito, no mercado de trabalho, nas
unidades de saúde e na rede pública de ensino.
Entre os mais ricos e os mais pobres, fica esprimida
a classe média, (literalmente) apertada, mas majoritária. Indiferente?
Pelo menos aparentemente, sim.
Até quando vai continuar como mera espectadora dessa
realidade?
Afinal, chega de desigualdade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário