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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Haja desigualdade

Artigo do jornalista Paulo Tarcísio [Coluna Plural do Novo Jornal]

A casta de brasileiros mais privilegiados, formada por aqueles 10% da população considerados mais ricos, ganha nada menos que 50 vezes mais que os 10% considerados mais pobres.

Isso é o que diz relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Claro: Não tenho como aferir, pessoalmente, a procedência da informação, mas sei que a OCDE é uma instituição de reputação internacional inquestionável. O relatório a que me refiro, li numa reportagem publicada no portal da BBC-Brasil e, 24 horas depois, quando escrevo estas linhas, não sofreu contestação, especialmente de parte das autoridades brasileiras.

Então, tenho que tomá-lo como verdadeiro.

É uma desigualdade escandalosa, embora a própria OCDE chame a atenção para o fato positivo de que essa diferença vem diminuindo. Imagine se não estivesse.

Aqui com os meus botões, fico imaginando o que muda, na cabeça das pessoas, o fato de ter mais ou menos poder e dinheiro. Nossa Senhora: Como muda. E muito. O modo de ver, de sentir, de pensar, de se relacionar, de se posicionar… enfim, muda rigorosamente tudo.

Normalmente, a turma que está em cima – os marajás que formam a casta dos 10% mais ricos, não está nem aí para a situação da turma de baixo – os miseráveis contabilizados entre os 10% mais pobres.

Literalmente, a turma de cima está se lixando para a plebe – a turma de baixo.

Um exemplo concreto dessa realidade foi dada na mesma segunda-feira passada em que a BBC divulgou o relatório da OCDE: O Jornal Nacional mostrou o desdém com que as instituições bancárias encaram a determinação legal que assegura tratamento preferencial a idosos no seu atendimento.

Todo mundo sabe que o “atendimento preferencial” prestado pelos bancos aos idosos é coisa para “ inglês ver”. Especialmente em dia de pagamento.

Nada diferente do que acontece com o restante da população mais pobre nas ruas, no trânsito, no mercado de trabalho, nas unidades de saúde e na rede pública de ensino.

Entre os mais ricos e os mais pobres, fica esprimida a classe média, (literalmente) apertada, mas majoritária. Indiferente?

Pelo menos aparentemente, sim.

Até quando vai continuar como mera espectadora dessa realidade?

Afinal, chega de desigualdade!

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