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sábado, 6 de setembro de 2014

O poder da cerveja nas eleições; Como cervejarias embriagam políticos e silenciam a mídia para proteger seus interesses

O superpoder da cerveja no Congresso e na TV
 
Como as cervejarias conseguem manter a publicidade de bebida na TV e calar a mídia, com a ajuda de seus aliados no Congresso
 
Por Marcelo Godoy*
 
por planeta jota
Recentemente foi divulgado que uma das três empresas responsáveis por 65% do financiamento das campanhas eleitorais dos onze candidatos a Presidência da República é a AMBEV.
 
Quais seriam os interesses das empresas de cerveja no financiamento de campanha dos candidatos a Presidência, Senado e Congresso Nacional?
 
Em 1996, a Lei Federal em vigor, Nº. 9.294/1996 que regula as restrições a publicidade de bebidas foi modificada pela “bancada da bebida”, formada por deputados e senadores que representavam o interesse deste grupo. Na época, uma comitiva de artistas, publicitários, esportistas etc, em uma grande articulação das indústrias de cervejas, das agências de publicidade e dos meios de comunicação, compactuaram e pressionaram os parlamentares para que a cerveja não fosse incluída na Lei.
 
Mesmo contra todos os argumentos do Ministério da Saúde, o lobby venceu, e a Lei excluiu das restrições à publicidade bebidas como a cerveja, cujo teor alcoólico é igual ou inferior a 13 graus Gay-Lussac, permitindo assim, que a “gelada” escapasse das restrições à publicidade da TV, como aconteceu com as bebidas destiladas (whisky,vodca, etc).
 
Nos últimos 10 anos, o extraordinário investimento em publicidade de cerveja, algo em torno de mais 4 bilhões de reais anuais, e o aumento da renda do brasileiro, ampliaram nacionalmente o consumo de cerveja, especialmente entre jovens e mulheres
 
A falta de controle federal, estadual e municipal, de regras e penas mais rígidas, fiscalização, culpabilidade, de uma comunicação ética e responsável, aliado a falta de educação, maturidade e responsabilidade de quem dirige embriagado, criaram uma  “horda de zumbis” que, como podemos acompanhar diariamente, matam e ferem motoristas, passageiros, pedestres, ciclistas, motociclistas e o que cruzar os seus caminhos
 
O prejuízo em números de vítimas fatais e invalidez no trânsito é maior do que a soma das mortes causadas pela indústria de cigarro, pelo simples e trágico fato que apenas um motorista alcoolizado, pode eliminar toda uma família.
 
Anualmente são mais de 100.000 mortos, e em torno de 500 mil vítimas de traumatismo causados por acidentes no trânsito por excesso de álcool no sangue. E os números não param de crescer.
 
Diante da brutalidade dos números e dos fatos, parte da sociedade civil e do governo, buscam encontrar saídas para estancar esta quantidade absurda de mortos e feridos
 
Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, uma das medidas mais eficazes para diminuir as mortes de transito é a regularização da publicidade de cerveja. Não adiantaria colocar apenas uma mensagem no final do texto enquanto se estimula, a qualquer custo, e de qualquer forma, o consumo.  O ideal seria, assim como foi feito com o cigarro, banir definitivamente a propaganda de cerveja da Televisão e rádio no Brasil, ou no mínimo regulariza-la.
 
Mas o desafio é muito grande. O time que representa a indústria de cerveja inclui senadores e deputados, muitos deles donos de concessões de emissoras que recebem parte dos bilhões que são veiculados em propaganda de cerveja, o homem mais rico do Brasil, as redes de TV e Rádio, portais, revistas, agências de publicidade e promoção, as entidades que as representam, como ABAP - (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), Conar - (Conselho Nacional de Regulamentação Publicitária), o Sindcerv – (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), entre outros.
 
Nenhuma emissora comercial de TV ou Rádio, permite que se divulgue ou se associe, em seus jornais ou programas de reportagem, qualquer conexão entre violência no trânsito e publicidade de bebidas alcoólicas. Muitas vezes, o próprio programa que denuncia e expõe as tragédias das mortes nas estradas no carnaval é patrocinado por uma empresa de cerveja.
 
As poucas exceções são os portais independentes, as emissoras públicas, educativas e culturais como a TV Brasil, TV Cultura, TVT - TV dos Trabalhadores, que não precisam do dinheiro dos anunciantes de cerveja e podem se posicionar de forma critica e independente. Mas, infelizmente, é pouco, muito pouco, comparado a audiência dos gigantes da mídia. Está provado que a exposição à publicidade de bebidas alcoólicas está relacionada com um consumo maior e mais precoce, principalmente entre adolescentes e adultos jovens.
 
Na época em que a propaganda de cigarros era permitida, houve uma grande agência de propaganda que se notabilizou por não atender contas de cigarro e nem por isso faliu ou deixou de prosperar. Se a propaganda de cerveja for regularizada, o país como um todo irá ganhar.
 
A campanha ”Cerveja Também é Álcool” que propõe a alteração do parágrafo único do artigo 1º da Lei Federal 9.294/96 para que as restrições à publicidade passem a abranger toda e qualquer bebida, com graduação alcoólica igual ou superior a 0,5 grau Gay-Lussac esta disponível na web. Para  assinar a petição online, clique https://www.change.org/cervejatemalcool ou a versão impressa :http://www.sbp.com.br/pdfs/peticao_publica.pdf
 
*Texto com postagem no Portal Planeta Jota

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

História da 2ª Grande Guerra encontrada debaixo da terra no RN

Asfalto de estrada usada na 2ª Guerra reaparece durante obra em Natal
 

Reprodução intertv cabugi
O asfalto de uma estrada usada durante a Segunda Guerra Mundial reapareceu durante as escavações para um serviço de urbanização nas imediações do viaduto de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal. O trecho da estrada, que passava perto de onde passa atualmente a BR-101, foi achado após a escavação. [Fonte: G1 RN]

7º Passeio Ciclístico Cidade de Natal neste 7 de Setembro



Dia 7, participe do 7º Passeio Ciclístico Cidade de Natal. Confira também o resultado do sorteio dos passeios de helicóptero.

“7º Passeio Ciclístico Cidade de Natal”


Cartaz/Divulgação
É com grande prazer que a Ong Baobá convida os amigos ciclistas para participar do “7º Passeio Ciclístico Cidade de Natal” evento anual, que será realizado no dia 07 de setembro de 2014, domingo, com o objetivo do projeto “Mobilize-se pela Bicicritica” por ciclovias, transportes públicos elétricos e arborização na cidade.

A concentração, Inscrição e largada ocorre na lateral do Praia Shopping. A inscrição é efetuada no dia 07/09, das 7h30 até às 8h20, mediante num quilo de alimento, que será doado para a Casa do Bem e o GAACC. A largada será às 8h30.

Bosque dos Namorados/Parque das Dunas

A finalização do “7º Passeio Ciclístico Cidade de Natal” é na sede do Ibama, vizinho ao Bosque dos Namorados, na Av. Alexandrino de Alencar. O café da manhã será servido debaixo das árvores no pátio interno da instituição, no auditório o superintendente do Ibama Sr. Alvamar Queiroz, falará sobre a atuação da Instituição no Estado e logo após ocorrerá o sorteio para os participantes do evento.

Sorteio para os participantes

Serão sorteados 10 (dez) títulos de Capitalização do Natal Cap; de um final de semana nos hotéis: Casa de Taipa, em São Miguel do Gostoso, do ChaleMar em Baia Formosa e do Albergue da Costa em Natal; 03 (três) passeios para Galinhos pela Mar Azul Turismo com direito a um acompanhante; 05 (cinco) vouchers no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) neste valor para cada um dos sorteados no Restaurante Enquanto Seu Lobo Não Vem; 03 (três) pizzas grandes na Pizza da Vila e 02 (dois) presentes do Atelier Fá Moreira.

O fotografo Canindé Soares com sua equipe irá cobrir todo o evento.

Hidratação

Será servido água de coco da AquaCoco e água mineral.

SERVIÇO

“7º Passeio Ciclístico Cidade de Natal”

Data: 07/09/14 (domingo) Concentração: Praia Shopping

Hora: 7h30 Saída: 8h30

Inscrição: 01 kg alimento/dia do evento

Doação: alimentos para Casa do Bem e o Gaacc

Percurso: Av. Roberto Freire, Salgado Filho e Av. Alexandrino de Alencar finalizando no Ibama.

Total: 12 km

Sorteio para os participantes: No final do evento.

Realização: Ong Baobá

Parcerias: Praia Shopping, Lucgraf, Natal Cap, AquaCoco, MarAzul Turismo, Pousada ChaleMar, Pousada Casa de Taipa, Albergue da Costa, Restaurante Enquanto Seu Lobo Não Vem, Pizza da Vila, Locadora Radar, Banca Cidade do Sol, Atelier Fá Moreira, CanindeSoares.com

Órgãos Públicos: Ibama e Semob
Entidade Social: Casa do Bem e Gaacc
Informações: Haroldo Mota Tel.:(84)9927.6555/8845.4603
E-mail: baobacontato@gmail.com

RESULTADO DO SORTEIO DO PASSEIO DE HELICÓPTERO

Confira o resultado do sorteio do projeto da Ong baobá “Eu amo o Parque das Dunas. Vou fotografá-lo de Helicóptero”.

O sorteio ocorreu dia 26/08, às 11h30, ao vivo na Universitária FM, no programa do jornalista e locutor Ednaldo Martins, com a presença também da Procuradora Sra. Marise Costa, do Sr. Alvamar Queiroz do Ibama, do Sr. Francisco Iglesias da Ong ASPON, do Profº Rafael Coelho, da Sra Sanzia e do estudante de nutrição Mikael Lima. A Sra. Maria das Neves Valentim, teve problemas no transito, e só pode chegar no final do sorteio.

A programação do sorteio na rádio foi conduzida pelo Sr. Haroldo Mota da Ong Baobá, e teve como resultado:

O primeiro sorteio foi realizado pela Sra. Marise Costa, tendo como contemplada a Sra. Ana Safira Stucklss e teve como colaborador o Sr. Haroldo Mota.

O segundo sorteio foi realizado pelo Sr. Alvamar Queiroz do Ibama, tendo como contemplada a Sra. Emili Caroline Rolim, do colaborador o Sr. José Canutto.

O terceiro sorteio foi realizado pelo Sr. Francisco Iglesias da Ong Aspon, tendo como contemplado o Sr. Fernando Freitas, e como colaborador o mesmo.

O participante da programação do sorteio do ouvinte da Universitária FM, foi o Sr. Leonel Assunção dos Passos, sua esposa foi a responsável pelo passeio dele na programado do voo de helicóptero, quando ela escutava  a mensagem e pediu para ele ligar e fazer parte da lista de ouvintes pela promoção da Universitária FM.

PASSEIO DIA 13 DE SETEMBRO

No dia 13 de setembro, na realização dos passeios de helicóptero, cada ganhador sorteado, levará mais dois acompanhantes, sendo que o primeiro e o segundo sorteado podem escolher seus dois acompanhantes, e o terceiro sorteado terá necessariamente como acompanhante uma pessoa escolhida pela FM Universitária, que no caso é o Sr. Leonel Assunção dos Passos e a honra também de ser acompanhado pelo fotojornalista Canindé Soares.

Esta campanha tem o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a importância do Parque das Dunas, e suas árvores que contribuem decisivamente contra o aquecimento global e representa um símbolo do patrimônio biológico da humanidade pela ONU em nossa cidade.

Agradecemos calorosamente a participação e o empenho de cada um dos colaboradores e seus participantes para o sucesso que está sendo esta ação de Educação Ambiental.

Fonte
www.arvoresdapaz.blogspot.com.br


Haroldo Mota
(84)9927.6555
baobacontato@gmail.com

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Marketing postal tem forte atuação no período eleitoral



A comunicação por impresso ou mala direta continua sendo a preferência da população durante o período eleitoral, mesmo em tempos de internet. Segundo pesquisa promovida pelos Correios de São Paulo, 21% dos entrevistados afirmaram preferir receber material de campanha impresso em suas residências, ficando as redes sociais em segundo lugar na preferência (20%).

Diante desta possibilidade de facilitar a interação de candidatos e partidos políticos com o público de interesse, desde junho, os Correios estão disponibilizando uma carta de produtos e serviços específicos para as campanhas eleitorais.

A comunicação postal possui a vantagem de ser personalizada, direta, rápida e interativa. Por meio dela, é possível complementar e reforçar o discurso dos candidatos, detalhando as propostas apresentadas no rádio e na televisão.

Entre os produtos e serviços disponibilizados está a Mala Direta Postal. Para aqueles que possuem mailing de eleitores, os Correios disponibilizam a Mala Direta Endereçada, com remessa de materiais promocionais diretamente nos endereços indicados. Já a Mala Direta Domiciliária possibilita que candidatos e partidos se comuniquem com os eleitores de uma determinada cidade, bairro ou área específica, mesmo sem ter acesso aos endereços, uma vez que os Correios se encarregam de fazer a entrega domiciliar nas regiões selecionadas pelo cliente.

Dessa forma, o candidato apresenta suas propostas ao eleitorado sem infringir a legislação eleitoral, que pune a distribuição aleatória de panfletos, e sem poluir as ruas com os chamados “santinhos”. Além disso, pode contar com a capilaridade dos Correios, que está presente em todos os municípios potiguares.

Os candidatos interessados em adquirir alguma das soluções dos Correios para o período eleitoral devem se dirigir a uma das agências do RN e formalizar a proposta até o dia 26 de setembro. Vale ressaltar que este ano não há mais necessidade de celebrar contrato para o envio de malas diretas. Saiba mais no endereço  www.correios.com.br/candidato  ou entre em contato com os assistentes dos Correios pelos telefones (84)3220-2534/2424 ou e-mail  geven-rn@correios.com.br.

RN/ASCOM
ascom-rn@correios.com.br
84-3220-2405
[ascom-rn@correios.com.br]

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Nem o Turista Aprendiz acreditaria Natal apenas com nomes de árvores em suas principais ruas e avenidas



Espaços públicos com nomes de árvores

Por Anchieta Fernandes*

Foto pesquisa Google/Canindé Soares
Quando, em 1928, visitou Natal, Mário de Andrade, um dos criadores do modernismo na literatura brasileira, guardou boas impressões sobre a arborização da cidade, dizendo depois, em seu livro “O Turista Aprendiz”, a seguinte constatação entusiasmada: “Gosto de Natal demais. Com os seus 35 mil habitantes, é um encanto de cidadinha clara, moderna, cheia de ruas conhecidas encostadas na sombra de árvores formidáveis”.

Citando a frase de Mário em seu livro “Breviário da Cidade do Natal” (Edições Clima, 1979), o escritor Manoel Onofre Júnior lamenta que, “os ´espigões`começam a emparedar a paisagem”, e que das “árvores formidáveis” a que se referiu Mário de Andrade “restam apenas algumas na rua Jundiaí e na praça André de Albuquerque.” Teve contudo épocas, mesmo depois da visita de Mário, em que Natal foi bastante arborizada, inclusive contando com o maior cajueiro do mundo.

Os cronistas mais antigos lembram de como era agradável sentar-se nos bancos de madeira da Praça Padre João Maria, onde à gostosa sombra da gameleira e dos pés de fícus-benjamin chegava-se até a armar redes nos galhos, dormindo-se uma boa sesta após o almoço. Alguns tipos de árvores caracterizavam algumas ruas e avenidas, como as mungubeiras da Avenida Rio Branco, as carnaubeiras da Rua Potengi etc. Ou caracterizavam os quintais das casas dos ricos (fruteiras).

Hoje, os canteiros de algumas avenidas são arborizados (jambeiros, acácias, castanholas etc.). Mas, se atualmente, existe o perigo dos “espigões” emparedarem a paisagem – como alertou o escritor Manoel Onofre Júnior -, tirando o oxigênio tão necessário aos nossos pulmões hoje tão encharcados de etanol e hidrocarbonetos, existe contudo uma vocação arbórea a denominar ruas, avenidas, praças, travessas e alamedas de Natal com nomes de árvores. Exemplos:

Rua das Tílias (no Alecrim). Rua Babaçulândia  e Rua Buriti (no Conjunto Amarante), Rua Cajarana (Conjunto Boa Vista), Rua das Laranjeiras (no centro da cidade), Rua Bananeira, Rua Cajazeira e Rua Timbaúba (na Cidade da Esperança), Rua Algaroba, Rua das Carnaúbas, Rua Ciprestes, Rua Rio Curuá, Rua do Loureiro e Rua do Marmeleiro (na Cidade Satélite), Rua da Tamarineira (no bairro Felipe Camarão), Alameda das Acácias e Alameda dos Eucaliptos (Neópolis).

De outros conjuntos natalenses, os campeões em nomes de árvores denominando seus espaços públicos são o Panorama e o Potengi, ambos com dez árvores homenageadas, respectivamente: Rua do Sapotizeiro, Rua Umbuzeiro, Rua Castanhola, Rua Jaboticabeira, Rua Casuarina, Rua Cerejeira, Avenida das Oliveiras, Rua Mangabeira, Rua Maracujazeiro (que são as dez do Conjunto Panorama). Do Conjunto Potengi são as seguintes:

Rua do Cajueiro, Rua Jurema, Rua das Pitombeiras, Rua do Limoeiro, Rua do Coqueiro, Rua do Abacateiro, Rua Pau Brasil, Rua Oiticica, Rua da Jaqueira e Rua da Goiabeira. De todas as árvores mencionadas, algumas são mais vulgares e outras são árvores nobres, ricas de tradição na vida urbana e econômica de determinado país. Compare-se, por exemplo, a casuarina com o pau brasil. A primeira é apenas ornamental, a segunda é presença marcante, dando nome ao nosso país.

Mas cada árvore, até mesmo a mais aparentemente desimportante, tem a sua importância para a vida como representante do reino vegetal. As árvores entrelaçam dois objetivos: o de nos levar à comunhão com as raízes da vida, e o de nos deliciar com o sabor dos seus frutos juntamente com as magias da beleza ao exporem suas flores perfumadas, nos jardins, nos vasos caseiros, nas mesas de reuniões e seminários, e no nosso coração a cada primavera.

Por isso que elas motivam tantos artistas. Da mesma maneira que as tensões psicológicas de Van Gogh levaram-no a pincelar nervosamente os ciprestes, como chamas expressivas de sua febre interior, o natalense Vatenor pinta seus cajueiros, ou apenas detalhes dos seus frutos e folhas. Contudo, ao contrário do pintor holandês, que apresenta nas suas telas imagens angustiadas, Vatenor traz aos nossos olhos uma memória de infância vivida na Redinha.

Aliás, os artistas plásticos tem amor pelas árvores desde o próprio material com que trabalham, que usam para produzirem suas imagens e formas recriadas. O pincel com que Maria do Santíssimo desenhava seus galos e flores e folhas era feito de palito de coqueiro. Quanto aos artesãos, utilizam bastante madeiras, principalmente a umburana, para criarem seus objetos, seus carros de bois, seus cangaceiros, seus santos, seus vaqueiros, suas bandinhas de música.

Os cronistas desenham com as palavras, para expressarem seus sentimentos em relação às árvores, O saudoso Berilo Wanderley  fixou assim um momento inesquecível visto da janela do seu quarto: “Às vezes, quando não acordo tarde, ainda descubro lágrimas de orvalho escorrendo pelas folhas espalmadas das bananeiras que, vistas da janela, parecem diamantes, cintilando no sol” (trecho de uma das crônicas de Berilo Wanderley no livro “B.W. Revista da Cidade”, organizado por Maria Emília Wanderley, e publicado em 1994 pela Editora da UFRN).

O conjunto de todas as árvores inclusas na toponímia de espaços públicos de Natal pode ser dividido em várias espécies, conforme sua serventia prática ou apenas simbólica pelos seres humanos. Por exemplo: fruteiras (Rua do Abacateiro, Rua Bananeira, Rua do Coqueiro, Rua da Goiabeira, Rua Jaboticabeira, Rua das Laranjeiras, Rua Lagoa da Mangueira – no conjunto Soledade II; Rua do Sapotizeiro, Rua da Tamarineira, Rua Umbuzeiro). Outras espécies são ornamentais, medicinais etc.

Dentro do conjunto de todas as árvores com presença, pelo nome, nos espaços urbanos de Natal, existe a lacuna de algumas importantes em sua origem ou adaptação a solos nordestinos. Eu lembraria a canafístula, a cuitezeira, o licurizeiro, o pequizeiro, a quixabeira e o trapiazeiro. Veja-se a descrição científica delas: a canafístula é uma espécie do gênero Cássia, ornamental, apresentando-se com belas flores, ora vermelhas ora amarelas, nascendo em grandes cachos. Também é chamada tapira-caiena.

A cuitezeira, que tem também o nome cabaceiro amargoso, é uma árvore da família das cucurbitáceas (Lagenaria vulgaris), apresentando flores brancas e um fruto cuja polpa é amarga, prestando-se a tratamentos purgativos. O licurizeiro, ou aricuri, é da família das palmáceas (cocos coronata), com frutos comestíveis, dos coquilhos extraindo-se óleo, e das folhas cera (como a gloriosa carnaubeira, ambas resistentes às secas. Falarei agora do forte pequizeiro:

É da família das cariocaráceas (caryoca brasiliense), vem do cerrado mas muitas mudas foram plantadas no Nordeste, onde se adaptou bem. Com folhas trifoliáceas e grandes flores com bastantes estames. Os frutos, aromáticos, podem servir de tempero e para se fabricar licor. A quixabeira – não vi este nome em qualquer espaço urbano de Natal. É uma árvore de cor leitosa, da família das sapotáceas (Brumelia sartorum), proliferando bastante na caatinga.

Por fim, o trapiazeiro, também chamado catauari, vindo da Amazônia, mas também adaptado ao Nordeste. É da família das caparidáceas (cratalia benthami), com flores de pétalas lanceoladas e com frutos de bagas globosas. Tem propriedades medicinais. Esta árvore e as outras já mencionadas como vindas de outras regiões (originais do Nordeste é o juazeiro, a mangabeira e plantas cactáceas como o xique-xique ou a macambira), são adaptadas ou elas próprias sobrevivem através do xerofilismo.

O mestre José Guimarães Duque (o mesmo que deu nome à fundação mossoroense que, durante algum tempo se tornou responsável pela publicação da enciclopédia “Coleção Mossoroense”) explicou, em seu livro “Solo e Água no Polígono das Secas” (1949), que “no Nordeste seco, o clima de estabilização é o xerofilismo, é a caatinga, ou cerrado ou sertão, vegetação xerófila, baixa, retorcida, unida, espinhenta e agressiva, em solo raso, pedregoso, seco, quase sem húmus.” Esta vegetação natural possibilita restaurar o solo.

Outro botânico, F. von Luetzelburg, explicou sobre a resistência da vegetação xerófila às secas, principalmente quando a flora arbórea apresenta raízes tuberculadas, “verdadeiro sistema xilêmico ou tecido lignoso com os característicos particulares de zonas geratrizes ou de câmbio, gerando novas camadas de madeira ou lenho.” Ter estas árvores fornecedoras de madeira é de grande utilidade ao habitante da região, que assim pode ter com que construir o madeiramento de suas casas e saber porque uma árvore dá nome a

*Com postagem na página online do Jornal Zona Sul
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