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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Monsenhor Ernesto da Silva Espínola; Dos homens de fé e fibra


Monsenhor Ernesto da Silva Espínola foi uma importante liderança da Igreja Católica no Rio Grande do Norte, no século passado, à frente da paróquia de Jardim do Seridó. “Um educador nato, tanto pelo exercício do magistério, seja como professor, seja como diretor da Escola dos Pobres, vinculada à Paróquia, quanto, sobretudo, pelo testemunho de vida austera, embebecida no exercício da fraternidade”

O Seridó é rico em gente boa, homens e mulheres de fé e fibra. Ernesto da Silva Espínola foi uma das melhores versões do homem seridoense: firme, sério, forte!

Convivi pouco com Monsenhor Ernesto, mas Sebastião Arnóbio de Morais, outro seridoense da melhor cepa, sabe tudo sobre ele e, como bom pesquisador, fez registros importantes sobre a história daquele grande sacerdote que, sobretudo em Jardim do Seridó, Cruzeta, São José do Seridó, Ouro Branco e Acari, deixou marcas positivas ainda lembradas e necessárias.

Monsenhor Ernesto da Silva Espínola

Monsenhor Ernesto da Silva Espínola nasceu no Acari de nossas raízes no dia 7 de novembro de 1927, filho de Manoel Antônio da Silva Espínola e de Rita Maria da Conceição.

Faleceu em Natal, hospitalizado, aos 83 anos, no dia 28 de janeiro de 2011. Está sepultado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição em Jardim do Seridó-RN.

Nasceu para ser sacerdote. Na época não era tarefa fácil, sobretudo, pela pobreza material de sua família. Manter-se no Seminário em Natal ou João Pessoa exigia certo esforço financeiro, fato que motivou sua mãe, reiteradas vezes, a pedir publicamente apoio para manter os estudos do filho na direção do sacerdócio. Ambos conseguiram.

Monsenhor, pela vocação e disciplina, foi ordenado Sacerdote, pelas mãos de Dom José Adelino Dantas, no dia 4 de dezembro de 1955 em Celebração Eucarística Solene, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia, do Acari, onde também celebrou a sua primeira Missa, no dia 8 de dezembro.

Depois de percorrer algumas Paróquias do Seridó em uma época de poucos sacerdotes e muitas dificuldades de locomoção e acesso, Monsenhor Ernesto chegou à tradicional Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Jardim do Seridó, a querida “Veneza” seridoense.

Chegou e por lá viveu os melhores anos de sua vida! Foram 42 anos de profícuo ministério, de 2 de maio de 1958 até o ano 2000, sendo o Pároco que maior tempo ficou à frente do povo católico de Jardim do Seridó.

No período, também acumulou outras Paróquias e Capelas, com especial atuação em Cruzeta e Ouro Branco onde, inclusive, instituiu as famosas Festas da Colheita em agradecimento aos invernos e em valorização ao trabalho rural.

Também acumulou a direção – naquela época – da Capela de São José do Seridó, além de outras interinidades em Parelhas, Acari, Serra de Santana, dentre outras localidades seridoenses.

Foi ainda, para as terras por onde andou, grande articulador para a vinda das Irmãs Josefinas, congregação de freiras que faz um trabalho relevantíssimo em diversos recantos do Seridó.

Teve especial participação na história da Diocese de Caicó em inúmeros momentos. Um dos mais expressivos foi quando Dom Heitor de Araújo Sales assumiu a Arquidiocese de Natal no ano de 1993 e ele foi eleito Administrador da Diocese de Caicó.

Educação e austeridade

Sempre discreto e firme, mesmo já sentindo os efeitos da diabetes que o perseguiu por muitos anos, fez o que lhe cabia na transição e naquele momento histórico da Diocese.

Monsenhor Ernesto não foi apenas um sacerdote da Igreja Católica. Foi um líder respeitado nas comunidades onde atuou. Tinha palavra e era ouvido, mesmo quando contrariou alguns interesses ao apoiar a criação de Sindicatos de Trabalhadores Rurais. Exerceu também o magistério.

Como repete Francisco Teixeira, diácono da Igreja e advogado, um dos mais conhecidos discípulos de Monsenhor Ernesto:

“Um educador nato, tanto pelo exercício do magistério, seja como professor, seja como diretor da Escola dos Pobres, vinculada à Paróquia, quanto, sobretudo, pelo testemunho de vida austera, embebecida no exercício da fraternidade e da solidariedade para com os mais desvalidos dentre os fiéis que conduziu à fé, a esperança e ao serviço da caridade”.

Para o crédito que conseguiu amealhar contribuiu – assim está claro – com disciplina, seriedade, austeridade no modo de pensar e viver, sem se afastar dos princípios cristãos que o moviam desde a infância, bem como, da ativa vida de muito trabalho, sendo – mesmo líder – um homem simples no meio de todos.

Tanto é que muito fez e, pelo que fez, foi querido e sua memória vive além da história, no coração do povo que o aponta como modelo de homem de fé, fibra e sacerdote exemplar.
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