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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Profissionais do SUS têm desafios no enfrentamento da violência contra a mulher

As mulheres vítimas de violência tem 15 vezes mais risco de cometerem suicídio devido à “violência de repetição” que as leva a desejar acabar com a própria vida. O risco de serem assassinadas é 20 vezes maior. De 2011 a 2015, meio milhão de mulheres sofreram violência, que resultou em 5.700 mortes. Os dados foram apresentados pela diretora de Vigilância de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, que veio a Natal lançar o capítulo do livro Saúde Brasil 2015/2016, intitulado Violência contra a mulher: o desafio de articulação da vigilância com a rede de atenção e proteção.

O evento aconteceu dentro da programação do Encontro sobre a Qualidade da Definição de Causas de Morte no Brasil, que se encerra nesta sexta-feira (25) e vem reunindo, desde a terça-feira (22), especialistas do Brasil e de renome internacional no SERHS Natal Grande Hotel.

Fátima Marinho fez um alerta para que as mulheres, adolescentes e crianças vítimas de violência sejam bem acolhidas e acompanhadas na rede pública de saúde. “A violência contra a mulher é um fenômeno histórico, complexo e que ocorre em todas as sociedades, culturas e classes sociais, de maneira indistinta entre ricos e pobres”, afirmou.
 
A técnica defendeu que, devido serem a principal porta de entrada para as mulheres que procuram ajuda os profissionais de saúde precisam acolher, proteger e cuidar dessa parcela da população, que pede ajuda em situações de violência aguda ou crônica. “Reconhecemos que há empenho e esforço, mas ainda está longe de alcançarmos o ideal. Precisamos refletir a questão da violência e o momento é delicado. É preciso nos organizarmos da melhor maneira possível”, afirmou.

A coordenadora de Promoção à Saúde (CPS) da Sesap, Iraci Nestor, afirmou que os profissionais de saúde, que estão atuando nestas “portas de entrada”, tem o dever de estarem alertas e dar total atenção aos casos de violência. De acordo com a responsável técnica pela Vigilância da Violência Interpessoal Provocada, Raissa Paiva, os dados apresentados são valiosos para a elaboração de políticas públicas. “Os números revelam que tipo de violência chegou à rede. De posse desses dados, fazemos um trabalho de levantamento e da rede elas são encaminhadas para outro serviço. É uma situação é bastante difícil, tanto para a mulher na fase adulta, quanto na adolescente”, afirmou.

SOBRE O LIVRO:
O estudo descritivo das Notificações de Violência Interpessoal e Autoprovocada e do linkage dos bancos do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) e SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) descrevem o perfil de morbimortalidade da violência contra a mulher, analisando se as vítimas de violência notificadas apresentam taxas de mortalidade por causas violentas mais elevadas do que a população feminina geral.

O objetivo é compreender os principais desafios para o SUS no enfrentamento da violência contra a mulher. O estudo revelou que, quando comparadas as taxas de mortalidade de vítimas de violência notificadas com as taxas de mortalidade geral para o sexo feminino, observou-se que em todos os casos, as vítimas de violência notificadas tiveram maiores taxas de mortalidade.

No período de 2011 a 2015, a taxa média de feminicídio foi de 4,5 óbitos por 100.000 mulheres da população geral, enquanto que nas vítimas que foram notificadas por qualquer forma de violência, registrou-se 91,6 (por 100.000 mulheres) de taxa, sendo o risco de feminicídio 20,4 vezes maior. O grande número de mulheres que sofreram e foram notificadas por violência e que vieram a morrer por causas violentas sugere que as redes de atenção e proteção precisam ser fortalecidas e ampliadas. [Ascom/Sesap]
Foto relacionada à divulgação
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