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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Encontro nacional sobre qualidade da definição das causas de morte no Brasil vai ser no RN

No Brasil cerca de 30% das causas de morte são pouco específicas e por essa razão não contribuem para que se definam ações e políticas públicas de saúde, mesmo com os dados de boa qualidade do sistema. É para tratar deste tema que o Ministério da Saúde, em parceria com a organização Vital Strategy, “Iniciativa Dados para a Saúde da Fundação Bloomberg” e a Universidade de Melbourne – Austrália, estão realizando o Encontro sobre a qualidade da definição das causas de morte no Brasil, de 22 a 24 deste mês, em Natal (RN).

O Rio Grande do Norte, além de anfitrião do evento, que vai acontecer no SERHS Natal Grande Hotel, Via Costeira, tem uma participação especial no encontro: Caicó e Parnamirim estão incluídos entre os sete municípios da pesquisa nacional realizada pelas entidades parceiras a fim de se investigar a redução de causas de morte pouco específicas, conhecidas na literatura médica como “garbage codes”. Os resultados desta pesquisa serão apresentados no encontro. Na ocasião também será lançado um aplicativo para smartphones que irá auxiliar os médicos no diagnóstico da causa morte.

Um dos pontos altos da programação será no dia 24, às 14h30, o lançamento do capítulo do livro Saúde Brasil 2015/2016 intitulado Violência contra mulher: o desafio de articulação da vigilância com a rede de atenção e proteção. A programação inclui oficinas sobre a investigação em registros hospitalares e avaliação das ações relativas à Vigilância do Óbito e Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM.

O evento, que tem o apoio da Sesap, vai reunir médicos, profissionais de saúde e os principais conselhos de classe, local e nacionalmente, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems), entre outros.

Projeto sobre códigos “Garbage” nas Sete Cidades Selecionadas no Brasil:

O Brasil apresentou, em 2014, o percentual próximo a 6% de óbitos com a causa básica mal definida,  reflexo do apoio e de ações integradas realizadas, desde 2006, pelo Ministério da Saúde e estados prioritários do Nordeste e Amazônia Legal. Tais esforços já renderam resultados consideráveis na melhoria da qualidade das informações sobre mortalidade, com o alcance de índices dentro dos níveis aceitáveis. O Projeto tem como objetivo melhorar o diagnóstico de causa de morte com a finalidade de melhor usar os dados produzidos que contribuirão para melhorar o financiamento em saúde.

O Ministério da Saúde (MS) tem intensificado seus esforços na melhoria da qualidade e cobertura dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e tem realizado investimento considerável para implementar ações importantes a fim de ampliar e melhorar não somente a cobertura mas também a qualidade da informação sobre mortalidade.

Lançamento do Capítulo Violência Contra Mulher
Dia 24/11 – 14h30
Segundo dados do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), as mulheres são as principais vítimas notificadas de violência, representando 67,1% dos casos no ano de 2015. O estudo descritivo traçou o perfil de morbimortalidade da violência contra a mulher, analisando se as vítimas de violência apresentam taxas de mortalidade por causas violentas mais elevadas do que a população feminina em geral, visando, assim, compreender os principais desafios para o SUS no enfrentamento da violência contra a mulher.

O estudo revelou que, quando comparadas as taxas de mortalidade de vítimas de violência notificadas com as taxas de mortalidade geral para o sexo feminino, observou-se que em todos os casos, as vítimas de violência notificadas tiveram maiores taxas de mortalidade. No período de 2011 a 2015, a taxa média de feminicídio foi de 4,5 óbitos por 100.000 mulheres da população geral, enquanto que nas vítimas que foram notificadas por qualquer forma de violência, registrou-se 91,6 (por 100.000 mulheres) de taxa, sendo o risco de feminicídio 20,4 vezes maior.


O grande número de mulheres que sofreram e foram notificadas por violência e que vieram a morrer por causas violentas sugere que as redes de atenção e proteção precisam ser fortalecidas e ampliadas. O enfrentamento à violência é um importante desafio para a saúde pública, devido aos sérios impactos sociais, econômicos, epidemiológicos e organizativos da rede de atenção à saúde. [Ascom/Sesap]
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