Por Flávio
Rezende*
Sou aquele
casado chamado de "moderno ". Moro com Gabriel num apto e minha
esposa com Mel em Ponta Negra. Apesar deste modelo as vejo quase todos os dias
e passo os fins de semana com elas.
Essa maneira
de levar a vida provoca pequenas saudades. Quando estou no apto sinto saudade
de diversas coisas da casa das mulheres e vice-versa.
Quando temos
essas pequenas saudades, que podem ser supridas, a vida vira uma festa.
Saudade
ruim. Saudade que mata. Saudade que arrasa, é saudade que não pode ser
resolvida.
Saudade
pequena, temporária, rápida de ter fim, cria um clima legal, deixa a gente com
vontade de dar the end a ela, e ao fazer, sentimos aquela gostosa sensação que
todos nós conhecemos bem.
Pois bem,
passei uns dias longe das minhas joias femininas e chegando pude resolver.
Beijos, abraços, saídas para passeios e outros babados mais solucionaram o
conjunto de saudades que envolvia as minhas belas.
Mas uma
outra saudade acontecia. Era o banho naquele chuveiro do lado de fora da casa.
Aquele banho frio. Aquele banho farto naquela abertura enorme de chuveiro que
dizima o sal do mar.
E chegou a
hora de matar a saudade dele. Ao lado de um pé de acerola, já velhinho pelo
tempo, o chuveirão estava lá me aguardando uma vez que só eu o uso. E o
encontro foi maravilhoso. Curti cada segundo, cada gota e com olhar apaixonado,
ao fechar o acesso àquele paradisíaco banhar, enviei mentalmente um muito
obrigado por todos os banhos que já se foram e aos que ainda virão.
Que bom se
afastar só um pouquinho do que gostamos, para poder voltar cheio de gratidão e
de carinho.
*Jornalista e escritor
Foto relacionada
0 comentários:
Postar um comentário