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sábado, 16 de julho de 2016

Coronel Margarida Brandão fala em entrevista do papel da educação no combate à criminalidade

EDUCAÇÃO: UMA SOLUÇÃO NO COMBATE AO CRIME

Foto reproduzida do jornal zona sul
Cel. da Polícia Militar do RN, Bacharela em Segurança Pública, formada em Letras e pós-graduada em Técnica de Ensino, Margarida Brandão fala sobre o papel da educação para tirar jovens e até mesmo adultos da criminalidade.

- Cel. em tempos de índices assustadores de violência inclusive nas escolas, como a educação pode auxiliar no combate ao crime?

Uma pesquisa de doutorado feita na USP (Universidade de São Paulo), em 2015,mostra que a cada investimento de 1% na educação, 0,1% do índice de criminalidade é reduzido. Mas isso é um dado técnico. A comprovação real nós temos com programas práticos, como o PROERD- Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, que completa 14 anos este ano. Muitos exemplos, muitas histórias de jovens que ganharam da vida uma nova oportunidade. Educação dá oportunidade de emprego, amplia a visão de futuro, abre portas.

-De que maneira o programa interfere psicopedagogicamente  na vida dos alunos?

A primeira coisa é a consciência de grupo. Se importar com o limite do outro. Pessoas marginalizadas não se importam com terceiros, não observam ter nada a perder. Com educação é possível lidar com novas situações, se modificar e ampliar conhecimentos, ter estratégias para resolver problemas, conviver em grupo e saber se relacionar, apontar sugestões.
-A força policial na escola, sem ostensividade, tem eficiência em qualquer tipo de comunidade?
O objetivo do PROERD nunca foi intimidar e sim formar. O programa atende anualmente a mais de 40 mil pessoas em todo o estado e está presente em 52 municípios, com realidades sociais completamente diferentes.

Além de realizar as atividades pedagógicas nas instituições de ensino, o PROERD também atua em outros setores na sociedade. Há também um treinamento com os pais dos alunos, para estender o trabalho que é feito nas escolas. Trata-se de discutir os mesmo temas debatidos com os estudantes, ressaltando a importância da família para a formação deles.

- Mas o país e consequentemente os governos pela situação econômica do país não podem investe nos crescimento de programas. É possível fazer mais com menos?

Não há nenhum investimento extraordinário. Em 2002, quando o Programa teve as atividades iniciadas no Rio Grande do Norte, eram menos de dez policiais para dar conta da proposta, ainda experimental. Em 2003 o número cresceu para 30 e, provando sua efetividade ano após ano, o Proerd tem ampliado sua atuação.

O RN conta hoje com sete Centros de Capacitação do Proerd existentes no Brasil e somos responsáveis por formar todos os policiais que vão atuar nas regiões Norte e Nordeste.

- Para a senhora o aprendizado transforma uma realidade marginalizada?

Aprendemos e ensinamos constantemente em tudo na vida. Não podemos condenar a humanidade, perder a fé nos agentes transformadores. Sempre haverá algo entre aqueles que aprendem e o objeto a ser aprendido, um mediador, um educador.  Eu costumo dizer sempre que o educador é fonte de inspiração e modelo para os alunos. Todo movimento exercido por ele pode ser imitado, avaliado ou reprimido. Mas a policia é vista como algo recriminador ou o ultimo foi entre a pessoa e sua liberdade. Como se acabando a liberdade acabasse também qualquer possibilidade de recuperação. [Fonte: Jornal Zona Sul] 


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