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sábado, 19 de abril de 2014

Falta chuva, falta água, mas tem descaso de sobra



Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br

Tenho acompanhado, curioso, o noticiário sobre as chuvas no Rio Grande do Norte. Interesse pelo que o inverno significa para nosso universo rural e, particularmente, pelo castigo impiedoso que a estiagem impõe a Currais Novos, cidade de onde vim. Vi, semana passada as imagens na televisão de movimento feito pela população da cidade seridoense e desta vez não era para pedir, em oração impulsionada pela fé, que caísse chuva. Desta vez era a indignação para pedir providências às autoridades para a situação efetivamente difícil vivida pela população.

Tenho lido sobre as chuvas que caem em território potiguar, especialmente no Seridó. Não chegaram ainda a Currais Novos. O que resta para as torneiras das casas é um líquido mal cheiroso e barrento, imprestável para o consumo humano, segundo relatos que ouvi. Uma situação que já perdura por meses. Cansada de esperar a população vai encontrando as soluções possíveis. Uma delas a de cavar poços na área urbana sem que existam estudos prévios indicando ser esta a providência mais correta. Um risco que a população corre, mas tem a seu favor o argumento de que busca respostas para problemas que o poder público não enfrentou.

Currais Novos tem sido esquecida nos projetos de adutoras que tem se instalado no Estado. Estudos para que fosse incluída nos programas e projetos foram defendidas por lideranças locais, todas sem sucesso. Os olhares dos governantes passaram por cima da cidade. Resta agora à população, além de esperar pelas benesses da natureza e pela fé dos mais crédulos, repetir o gesto da semana passada: ir para a rua em denúncia e cobrança. Denúncia pelo esquecimento, pelo descaso. Cobrança das providências que a situação exige. Ir para a rua não apenas as lideranças empresariais e entidades como a OAB, como aconteceu. Precisam também estar nelas as lideranças religiosas, sindicais, políticas, estudantis. Talvez assim abalem a sensibilidade de quem tem a responsabilidade de dar soluções aos problemas –e problemas com essa dimensão- da população.

*Texto publicado na coluna do jornalista no Novo Jornal [Leia mais > A importância do parque nosso que foi parar no NYT]

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