acesse o RN blog do jornalista João Bosco de Araújo [o Brasil é grande; o Mundo é pequeno]

domingo, 13 de abril de 2014

É no céu da política do RN que as nuvens mais se modificam



Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br

Exercício difícil esse de entender a política do Rio Grande do Norte. Você já tentou, racionalmente, compreendê-la? Veja, para a presidência da República tudo está no seu lugar. O governo tem a sua candidata e a oposição os seus. Sabemos nomes e partidos. Aqui está se aplicando bem aquela conversa do mineiro que disse que política é como nuvem, muda a cada hora. É hoje, amanhã não é mais. Porém, depois de amanhã repete-se o que foi dito ante-ontem. Entendeu? Percebeu como é difícil? Hoje a chapa majoritária está confirmada, martelo batido. Amanhã, nem tanto. Depende da orientação nacional, da capacidade de captação de grana, do entendimento na arrumação dos votos proporcionais, do que estão dizendo as pesquisas, disso, daquilo, daquilo outro. Amanhã, a nuvem já terá outro formato, levada pelos ventos dessas alternativas todas.

Hoje, estou contigo, tu estás comigo mas nem tanto. Há juras de amor e de admiração, mas não de fidelidade. É difícil entender tudo isso. Se desejar esquentar ainda mais a cabeça, saia da disputa estadual e mergulhe na municipal, pontualmente em Mossoró. Faz pouco mais de um ano foi disputada uma dura campanha na cidade, blocos partidários articulados, mesmo não oferecendo liga de boa qualidade. Resultado anunciado, prefeita empossada e aí entra a justiça eleitoral e desaloja a eleita da prefeitura. Atinge também a principal concorrente, ambas acusadas de abuso eleitoral, as duas tornadas inelegíveis. Convocada nova eleição, elas voltam à disputa, abrigadas nos mesmos partidos de antes, escolhidas em convenções. Aguarda-se o capítulo seguinte, o do registro na justiça eleitoral. Mas até lá, fica o exercício complicado e difícil de se entender. Houve uma mudança impensável nos rumos e no formato das nuvens da política mossoroense, inimaginável poucos meses passados, mesmo em se tratando de política.

Em Mossoró, na eleição de 2012, o DEM estava com o DEM e o PMDB também. O PT e PSB estavam num lado só. Hoje, seis candidatos disputam a prefeitura. O DEM está mas não esteve. A direção estadual faz declaração de amor à candidata, mas não prestigiou a convenção. O PMDB está aqui, ali e acolá. Abandonou o DEM e foi no rumo do PSB, a quem combateu no pleito passado. Mas tem ainda lideranças suas aliadas ao DEM e ao PSD. O PT, que esteve com o PSB na eleição de 2012 agora repete a fórmula anunciada, mas ainda não confirmada, da coligação estadual para outubro deste ano, juntando-se ao PSD. Indicou o vice , compondo a chapa com o prefeito interino.

Complicado, não? Meu sentimento é o de que o herói que conseguiu chegar até este ponto da leitura não entendeu nada. E imagine que ainda há gente trabalhando para novas mudanças no quadro estadual. Nuvens novas, em novos formatos e em outras direções. Pensando bem, nada mudou, tudo se repete.

*Texto publicado na coluna do jornalista no Novo Jornal [Leia também: A gota d’água já enche a paciência dos motoristas]

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário

Copyright © AssessoRN.com | Suporte: Mais Template